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Crianças na pandemia: como pais e filhos podem lidar com os desafios

Como podemos amenizar a ansiedade da incerteza do momento que vivemos e, a partir da Visão Sistêmica, tentar lidar melhor com os nossos filhos

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Administrar as crianças na pandemia tem sido desafiador? Uma das grandes dificuldades pelas quais os pais estão passando é a relação dos filhos com o estudo. As aulas online apresentam inúmeros desafios, principalmente para os pais de crianças menores.

A maioria dos adolescentes lida bem com a tecnologia e rapidamente se adaptou ao ensino à distância. Porém as crianças menores, muitas vezes, ainda precisam que um adulto as direcione. Com isso os pais, que também estão em alguns casos em home office, acabam por se sentirem sobrecarregados.

A angústia pelo aprendizado das crianças e a falta de habilidade de recursos para ensinar acabam gerando ansiedades e preocupações que também são transmitidas às crianças. O melhor a se fazer é reconhecer a realidade atual e lidar com ela a cada dia.

Todos estão passando pela mesma situação e, apesar dos recursos de cada um serem diferentes, é a forma de encarar o desafio que acaba fazendo a diferença.

Crianças, pandemia e a escola à distância

As crianças terão uma longa vida de estudos e aprendizado pela frente. Entender que o mais importante no momento é priorizar a saúde mental e emocional dos pequenos é fundamental. Assim, mais leveza e menos cobranças e autocobranças ajudam a amenizar as incertezas.

O melhor é reconhecer que cada um faz o possível dentro da realidade que se apresenta. Assim, culpas e exigências devem dar lugar a autoaceitação e reconhecimento de que cada um dá o melhor de si, tanto os pais quanto os filhos.

 

Distanciamento social para crianças na pandemia

Outro desafio é o isolamento e distanciamento social. A forma como a criança irá vivenciar também depende do contexto, mas principalmente das relações familiares. As crianças têm uma capacidade inata de se adaptar à realidade. Mas isso se torna difícil quando os pais não o fazem.

Por isso, o exercício de cada adulto é utilizar o momento desafiante como oportunidade de se autoconhecer e reconhecer a própria força que vêm de suas origens. O momento é ideal para reconectarmos com nossas origens e refletir sobre nossas próprias relações familiares e sociais.

Quando tomamos a força dos nossos ancestrais é mais fácil olharmos para os nossos descendentes e também perceber a força que atua sobre eles. Com isso ficamos em paz, pois sabemos que todos conseguirão passar pelos desafios como sempre aconteceu durante toda a nossa história.

Assim, mesmo que as crianças estejam longe de amigos e outros familiares, a presença dos pais ou mesmo de um deles, transmitindo esta força e confiança em todo o processo e na realidade como ela é, facilita a vivência dos pequenos.

O tempo de qualidade de pais e filhos na pandemia é mais importante que a quantidade que estão juntos. Privilegiar conversas honestas, brincadeiras lúdicas e um tempo saudável juntos.

Sintomas emocionais das crianças na pandemia

As crianças têm feito menos sintomas físicos pela falta de convivência com outras crianças, contudo os sintomas emocionais têm aumentado em demasia. Se partimos do princípio que a criança deveria ter fácil adaptação à realidade, é preciso ampliar o olhar para a família.

O externo causa impacto, mas se a estrutura interna estiver bem consolidada, tudo fica mais ameno. Torna-se necessário voltar às origens, em um diálogo interno, para entender como os adultos em volta estão lidando com suas próprias questões internas.

As crianças são sensíveis a tudo que está oculto e, inconscientemente, acabam manifestando sintomas para o sistema familiar. Refletir sobre a postura diante da família de origem, o lugar de cada um, a dinâmica familiar e do casal, se há desordem do sistema familiar, como cada um têm encarado suas feridas emocionais; tudo isto pode liberá-las deste lugar.

O fato é que, para lidar melhor com seus filhos na pandemia, é o adulto que precisa se estabilizar emocionalmente e parar de nutrir medos sobre o futuro. Uma ajuda profissional pode auxiliar a atravessar o momento desafiante e se reconectar com o que verdadeiramente importa: relações familiares saudáveis e vida leve mesmo, diante de problemas e desafios.

Se pararmos de perceber 2020 como um ano perdido, mas sim como um ano que nos propiciou ampliar o olhar e ver o essencial, tudo pode ser mais leve.

Maria Cristina

Maria Cristina

É psicóloga sistêmica. Atua com traumas pela abordagem Somatic Experience® além de abordar outras questões de relações interpessoais, autoestima e postura diante da vida. Atende online e presencialmente na cidade de Belo Horizonte.

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