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Será que você tem paladar infantil? Descubra e veja como lidar

Aprenda a identificar e saiba como tratar o paladar infantil, que pode ser um problema prejudicial para sua saúde emocional

Atualizado em

Sua alimentação é repleta de alimentos açucarados? Você come frequentemente pizzas e lanches? Se sua resposta foi sim, é grande a chance de você ter apego ao paladar infantil.

Paladar infantil nem sempre é algo ruim. Mas é preciso ter cuidado porque o excesso traz consequências graves para sua saúde física e saúde emocional. O paladar infantil é um problema quando a pessoa não consegue incluir alimentos mais nutritivos no prato. 

Assim, pode ser que a pessoa esteja recorrendo aos lanches e doces como uma forma de trazer de volta alguma sensação boa da infância.

Você já sentiu um cheirinho de bolo que lembrou de algo sobre sua infância? Ao comer um bolinho de chuva, por exemplo, você já sentiu como se se transportasse diretamente para a casa da sua avó? 

A alimentação e as emoções estão desde sempre presentes na nossa vida. Desde o primeiro dia, quando fomos alimentados ao nascer. A comida une, os alimentos contam histórias que podem te levar diretamente para sensações de amor e acolhimento.

Mas, para algumas pessoas, essa relação entre alimentação e infância pode não ser tão boa e é necessário investigar para não se tornar um trauma ou causar prejuízos na saúde.

Crenças x alimentação x paladar infantil

Desde o momento da nossa concepção, recebemos diversas informações que ficam guardadas em nossa memória. Assim, 90% dessa informação está armazenada de forma inconsciente em você. 

Ou seja, o paladar é construído desde a gestação da nossa mãe. Nosso comportamento e principalmente como lidamos com nossas crenças hoje, é reflexo daquilo que recebemos na infância, principalmente dos 0 aos 7 anos.

Existem muitos casos em que a criança recebeu uma boa base alimentar, os pais comiam de tudo, porém, a partir de certa idade a criança passa a ser seletiva. Por quê? Algumas causas podem ser listadas como:

  • A criança tentando chamar atenção de alguma forma, ou seja, a criança só recebe atenção dos pais quando fica doente ou precisa ir ao médico;
  • Quando a criança foi forçada a comer algo que não queria ou não gostava e passava mal. Assim, ela criou uma relação ruim com certos alimentos, podendo reverberar em traumas maiores;
  • Existem crenças sobre corpo perfeito na família, que podem vir dos pais, avós ou parentes próximos. De forma inconsciente, a criança espelha esse comportamento;

Ou seja, os traumas relacionados à alimentação começam na infância e se não tratados, perduram a fase adulta. Assim, a pessoa adulta pode se tornar restritiva sobre a alimentação. Dessa forma, acaba recorrendo apenas aos lanches e doces.

Paladar infantil é um transtorno

Há casos em que essa restrição alimentar do paladar infantil, em que a pessoa come muitos lanches e doces e poucos alimentos nutritivos, acarreta em questões nutricionais e até psicológicos. 

Existe o chamado Tare (Transtorno alimentar restritivo/compulsivo) em que a pessoa tem esse paladar infantil, que é restrito. 

Nesse caso, é necessário investigar para tratar muito mais do que o problema, mas, sim, a causa. Ou seja, não se pode simplesmente obrigar a pessoa a comer o que não gosta porque é necessário para sua saúde. 

A pessoa precisa fazer mudanças e investigar terapeuticamente os motivos desse paladar infantil. Ela precisa querer mudar!

Um dos métodos do tratamento é ajudar a pessoa a entender os seus tipos de fome. A pessoa com paladar infantil pode sentir muita emocional, por exemplo. 

Se a sua alimentação tem na maioria alimentos mais gordurosos ou açucarados e mais do que “matar sua fome” isso te traz conforto emocional, significa que é necessário olhar para as emoções. Nesses casos, dietas restritivas podem até piorar a situação.

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Como tratar o paladar infantil?

Primeiramente, é necessário entender o histórico alimentar. Ou seja, resgatar todas as memórias que a pessoa tem com relação à alimentação, tudo que ouviu, sentiu, passou. 

Eu gosto muito de guiar a pessoa em uma meditação que auxilia a pessoa entrar em contato com seu inconsciente. 

Além disso, terapias complementares, como, por exemplo, Thetahealing, Constelação Familiar, Hipnose, Psicologia ou a própria conversa sobre esse assunto com um profissional especializado pode trazer à tona episódios relacionados à alimentação que irão contribuir neste processo de ressignificar essa relação.

Dá pra comer batata frita e ser saudável?

Gostar de alimentos que remetem à infância, como, por exemplo, batata frita faz parte da nossa vida. Compreender que podemos comer de tudo (exceto em casos de intolerâncias ou alergias) é revolucionário. 

Ou seja, dá sim para comer batata frita, lanches e doce e ainda assim ser saudável.

A questão é quando a pessoa só come esse tipo de alimento. Por que isso se torna um transtorno. Então, é necessário buscar ajuda profissional, afinal, merecemos ter uma boa relação com a alimentação, comer sem culpa e nutrir nosso corpo e nossa alma com uma boa nutrição.

Priscila Monomi

Priscila Monomi

Nutricionista e Terapeuta de Thetahealing, desenvolve um trabalho de conscientização dos motivos que levam a pessoa a comer, identificando crenças alimentares e de vida. Em seus atendimentos online, une conhecimentos da nutrição consciente e intuitiva e técnicas terapêuticas.

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