O que a relação com sua mãe tem a ver com a forma como você come?
A forma como você se alimenta tem raízes profundas na infância. Descubra como sua relação com a mãe pode influenciar seus hábitos até hoje
Por Priscila Monomi
Você já parou para pensar que a forma como você se alimenta hoje pode ter começado lá atrás, nos primeiros anos de vida? A relação com a mãe e alimentação é um dos primeiros vínculos que construímos — e ela influencia muito mais do que imaginamos.
Desde o momento em que somos nutridos no colo, aprendemos, mesmo sem perceber, a associar comida com afeto, conforto e segurança. E é essa base emocional que, muitas vezes, molda os nossos hábitos alimentares na vida adulta.
Neste artigo, você vai entender por que refletir sobre a sua relação com a mãe e alimentação é essencial para desenvolver hábitos mais saudáveis, conscientes e afetivos.
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A comida carrega mais do que nutrientes
Comer é um ato voluntário e biológico, sim — mas também profundamente emocional. A forma como nos alimentamos está entrelaçada com sentimentos, memórias e padrões inconscientes que se formaram na infância.
É por isso que muitas vezes comemos por tristeza, ansiedade ou tédio. Ou deixamos de comer em momentos de luto ou dor.
E o ponto de partida para entender esses comportamentos está, quase sempre, na relação com a mãe e alimentação nos primeiros anos de vida.
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A primeira experiência com a comida é também um vínculo
Nosso primeiro contato com a alimentação é por meio da amamentação. Quando o bebê sente fome e chora, a mãe oferece não só o leite, mas também colo, aconchego, cheiro e voz. Ou seja, o alimento vem carregado de afeto.
Se essa vivência foi segura e acolhedora, a tendência é que, ao longo da vida, a pessoa desenvolva uma relação mais equilibrada com a comida, sem buscar nela compensações emocionais.
Mas se a mãe enfrentou dificuldades emocionais — como depressão, ansiedade ou traumas na gestação e amamentação —, a criança pode crescer com lacunas afetivas que impactam seu comportamento alimentar.
Alguns exemplos dessas consequências:
- Buscar comida para preencher vazios emocionais
- Desenvolver compulsão alimentar
- Ter rejeição à comida ou medo de engordar
- Usar a comida como forma de autocontrole ou punição
Esses padrões, muitas vezes, seguem na vida adulta de forma inconsciente, repetindo a tentativa de encontrar no alimento o afeto que faltou no início da vida.
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O dedo na boca e o alimento como conforto
Mesmo antes da alimentação sólida, o bebê busca formas de se acalmar — e a sucção é uma delas. Por isso, muitas crianças chupam o dedo ou colocam objetos na boca. Esses gestos geram prazer e alívio, mesmo sem envolver comida.
Se essa necessidade de conforto não foi acolhida emocionalmente, o padrão pode continuar na vida adulta: roer unhas, morder objetos, comer por ansiedade.
A raiz desse comportamento, mais uma vez, está na maneira como foi construída a relação com a mãe e alimentação.
Como ressignificar a relação com a comida
Transformar sua relação com o alimento é possível — mas exige olhar com carinho para a própria história.
Nesse sentido, entender como foi o vínculo com sua mãe, reconhecer os padrões familiares e escolher fazer diferente são passos essenciais.
Algumas atitudes que ajudam nesse processo:
- Fazer terapia para compreender vivências da infância
- Praticar o autoperdão e a autocompaixão
- Observar os hábitos alimentares herdados da família
- Escolher conscientemente o que manter ou transformar
- Parar de usar a comida como punição ou recompensa
Ao resgatar e curar a relação com a mãe e alimentação, é possível criar uma nova forma de nutrir o corpo — com mais afeto, respeito e presença.
Comer com consciência é um ato de maturidade emocional
Não se trata de seguir a próxima dieta da moda ou cortar alimentos por culpa. Trata-se de aprender a escutar o corpo, reconhecer os verdadeiros desejos e fazer escolhas alimentares que respeitem seus limites, sua história e seu momento de vida.
Resgatar uma relação mais saudável com a comida passa por curar — ou ao menos entender — a relação com sua mãe.
Quando você se permite esse olhar mais profundo, o ato de comer deixa de ser automático e passa a ser um gesto de amor-próprio.
Nutricionista e Terapeuta de Thetahealing, desenvolve um trabalho de conscientização dos motivos que levam a pessoa a comer, identificando crenças alimentares e de vida. Em seus atendimentos online, une conhecimentos da nutrição consciente e intuitiva e técnicas terapêuticas.
Saiba mais sobre mim- Contato: pripriyumi@gmail.com