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O que a relação com sua mãe tem a ver com a forma como você come?

A forma como você se alimenta tem raízes profundas na infância. Descubra como sua relação com a mãe pode influenciar seus hábitos até hoje

Atualizado em

Você já parou para pensar que a forma como você se alimenta hoje pode ter começado lá atrás, nos primeiros anos de vida? A relação com a mãe e alimentação é um dos primeiros vínculos que construímos — e ela influencia muito mais do que imaginamos.

Desde o momento em que somos nutridos no colo, aprendemos, mesmo sem perceber, a associar comida com afeto, conforto e segurança. E é essa base emocional que, muitas vezes, molda os nossos hábitos alimentares na vida adulta.

Neste artigo, você vai entender por que refletir sobre a sua relação com a mãe e alimentação é essencial para desenvolver hábitos mais saudáveis, conscientes e afetivos.

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A comida carrega mais do que nutrientes

Comer é um ato voluntário e biológico, sim — mas também profundamente emocional. A forma como nos alimentamos está entrelaçada com sentimentos, memórias e padrões inconscientes que se formaram na infância.

É por isso que muitas vezes comemos por tristeza, ansiedade ou tédio. Ou deixamos de comer em momentos de luto ou dor.

E o ponto de partida para entender esses comportamentos está, quase sempre, na relação com a mãe e alimentação nos primeiros anos de vida.

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A primeira experiência com a comida é também um vínculo

Nosso primeiro contato com a alimentação é por meio da amamentação. Quando o bebê sente fome e chora, a mãe oferece não só o leite, mas também colo, aconchego, cheiro e voz. Ou seja, o alimento vem carregado de afeto.

Se essa vivência foi segura e acolhedora, a tendência é que, ao longo da vida, a pessoa desenvolva uma relação mais equilibrada com a comida, sem buscar nela compensações emocionais.

Mas se a mãe enfrentou dificuldades emocionais — como depressão, ansiedade ou traumas na gestação e amamentação —, a criança pode crescer com lacunas afetivas que impactam seu comportamento alimentar.

Alguns exemplos dessas consequências:

  • Buscar comida para preencher vazios emocionais
  • Desenvolver compulsão alimentar
  • Ter rejeição à comida ou medo de engordar
  • Usar a comida como forma de autocontrole ou punição

Esses padrões, muitas vezes, seguem na vida adulta de forma inconsciente, repetindo a tentativa de encontrar no alimento o afeto que faltou no início da vida.

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O dedo na boca e o alimento como conforto

Mesmo antes da alimentação sólida, o bebê busca formas de se acalmar — e a sucção é uma delas. Por isso, muitas crianças chupam o dedo ou colocam objetos na boca. Esses gestos geram prazer e alívio, mesmo sem envolver comida.

Se essa necessidade de conforto não foi acolhida emocionalmente, o padrão pode continuar na vida adulta: roer unhas, morder objetos, comer por ansiedade.

A raiz desse comportamento, mais uma vez, está na maneira como foi construída a relação com a mãe e alimentação.

Como ressignificar a relação com a comida

Transformar sua relação com o alimento é possível — mas exige olhar com carinho para a própria história.

Nesse sentido, entender como foi o vínculo com sua mãe, reconhecer os padrões familiares e escolher fazer diferente são passos essenciais.

Algumas atitudes que ajudam nesse processo:

  • Fazer terapia para compreender vivências da infância
  • Praticar o autoperdão e a autocompaixão
  • Observar os hábitos alimentares herdados da família
  • Escolher conscientemente o que manter ou transformar
  • Parar de usar a comida como punição ou recompensa

Ao resgatar e curar a relação com a mãe e alimentação, é possível criar uma nova forma de nutrir o corpo — com mais afeto, respeito e presença.

Comer com consciência é um ato de maturidade emocional

Não se trata de seguir a próxima dieta da moda ou cortar alimentos por culpa. Trata-se de aprender a escutar o corpo, reconhecer os verdadeiros desejos e fazer escolhas alimentares que respeitem seus limites, sua história e seu momento de vida.

Resgatar uma relação mais saudável com a comida passa por curar — ou ao menos entender — a relação com sua mãe.

Quando você se permite esse olhar mais profundo, o ato de comer deixa de ser automático e passa a ser um gesto de amor-próprio.

Priscila Monomi

Priscila Monomi

Nutricionista e Terapeuta de Thetahealing, desenvolve um trabalho de conscientização dos motivos que levam a pessoa a comer, identificando crenças alimentares e de vida. Em seus atendimentos online, une conhecimentos da nutrição consciente e intuitiva e técnicas terapêuticas.

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