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Liberte-se de relações que machucam

4 passos para se conscientizar e interromper relacionamentos abusivos

Atualizado em

Diante de situações de extrema agressividade e crueldade, ficamos horrorizados, perguntando como alguém pode cometer um ato tão horrível. Porém, somente casos extremos são de fato reconhecidos como atos de abuso. As definições desta palavra trazem, em sua essência, a utilização inadequada de algo, da força, do poder. O que não atentamos é que, mesmo sem perceber, nós mesmos alimentamos, em maior ou menor grau, abusos e maus-tratos em nossa vida.

O que não atentamos é que, mesmo sem perceber, nós mesmos alimentamos, em maior ou menor grau, abusos e maus-tratos em nossa vida.

Prestando atenção aos meus clientes, ao mundo ao meu entorno e inclusive à minha própria vida, cheguei à conclusão de que vivemos permanentemente situações de abuso, que se tornou a dinâmica dominante das relações.

Tipos de abuso presentes no cotidiano

Quando alguém nos maltrata, este se torna o agressor e nós a vítima. Às vezes, mesmo sem querer, fazemos ou dizemos algo que machuca ou faz mal ao outro, nos tornando o agressor e o outro a vítima. Criticamos a nós mesmos por tudo, vivemos com medo, nos torturando com os pensamentos que preveem as piores possibilidade para as situações e para as atitudes das pessoas, julgamos. Em outros momentos, criamos mil justificativas para nos eximirmos de responsabilidades e deixamos passar aspectos que deveriam ser olhados com mais firmeza. Somos vítimas e algozes de nós mesmos.

Olhando para a maneira como nos relacionamos com nós mesmos e com os outros, não é tão difícil perceber que alternamos continuamente entre os papéis de vítima e agressor, de maneiras mais declaradas ou sutis. O abuso hoje representa a dinâmica normal e esperada para nossas interações, internas e externas, porém, geralmente não percebemos o que estamos fazendo ou criando. Uma mãe superprotetora abusa de maneira sutil de seus filhos. Ameaças de abandono em brigas de relacionamentos são um abuso emocional. Perceba que não necessariamente as pessoas têm a intenção de fazer mal ao outro, mas causam danos mesmo assim.

Se o abuso é algo negativo, por que fazemos uso dele?

Isso decorre da maneira como aprendemos a lidar com a realidade. Somos condicionados a avaliar as situações da vida de maneira superficial, identificando somente vínculos de causa e efeito mais diretos. Se o bandido rouba, ele é culpado. Se alguém agride outra pessoa, ela é a culpada. Se o político é corrupto, ele é o vilão. Se meu parceiro me maltrata, ele é um estúpido. Se meu chefe comete assédio moral, ele é o algoz. Geralmente nos contentamos em achar um culpado para as situações desagradáveis e puni-lo.

Geralmente nos contentamos em achar um culpado para as situações desagradáveis e puni-lo.

Mas se o filho de uma mãe superprotetora sofre bullying quando criança porque não aprendeu a se defender sozinho, a culpa é somente de quem comete o bullying. Sua superproteção, que contribuiu para a situação, não é levada em conta. Se o relacionamento é desequilibrado e o parceiro trata a pessoa de maneira inadequada, ele é visto como uma pessoa insensível e até cruel. Mas a carência da pessoa que continua o relacionamento, mesmo sofrendo na relação, não é tão observada. O assédio moral é culpa de quem o pratica, mas não se coloca em jogo nem ao menos os questionamentos do que leva uma pessoa a agir desta forma.

De fato, os atos nocivos, sejam eles de qual natureza forem, não têm justificativa e seus danos devem ser reparados de alguma maneira. Mas isso está longe de ser o suficiente para verdadeiramente resolver a situação.

Não adianta tentar apenas corrigir o abuso, é preciso entender suas causas

A vida é uma cadeia, uma rede de acontecimentos, e não uma sequência linear. Ao responsabilizarmos o agente ou o evento direto do abuso, não atribuímos a responsabilidade à verdadeira causa do problema, mas somente a uma consequência logo anterior. Precisamos, sim, lidar com a causa imediata e direta, mas focar-se apenas nela seria algo como buscar um bode expiatório. Não adianta apenas fazer algo para compensar o ato errado e achar que tudo está resolvido. As coisas não ficam resolvidas. A vítima não fica verdadeiramente feliz, o algoz não aprende de fato a fazer diferente com a simples punição.

Não adianta apenas fazer algo para compensar o ato errado e achar que tudo está resolvido. As coisas não ficam resolvidas. A vítima não fica verdadeiramente feliz, o algoz não aprende de fato a fazer diferente com a simples punição.

Este tipo de abordagem, direta e superficial, demanda muito menos trabalho e desconforto do que buscar as verdadeiras causas e raízes dos problemas. A própria aceleração da vida nos tempos atuais acaba nos impedindo de fazer este movimento mais profundo. Se torna cômodo para nós agirmos superficialmente.

Agimos assim até em relação a nós mesmos. Olhamos para nossos aspectos dos quais não gostamos e dizemos que o fracasso de nossa vida é culpa deles. “Sou feia, não sou boa o suficiente, por isso não atraio o parceiro que desejo”. “Não sou bom o suficiente, por isso não ganho mais dinheiro”. “Sou muito lento, por isso minha vida não vai para frente”. Reprimimos e culpamos estes aspectos de nós mesmos, sem tentar entender o que está por trás deles, e sem perceber o enorme dano que causamos à nossa própria autoestima e vida, com esses autoabusos.

Nossa tendência é sempre buscar os culpados, os agressores, os criminosos, os desonestos, os exploradores, os oportunistas, os ladrões, ou seja, aqueles que agem de maneira errada, para acusá-los e tentar fazê-los compensar de alguma forma os danos que causaram. Mas se não agirmos sobre as causas que levam as pessoas a agirem desta maneira, nunca resolveremos a situação de fato. Ficaremos “enxugando gelo”, “apagando incêndio”, “chorando o leite derramado”, sem fazer nada que verdadeiramente possa mudar a situação desagradável.

Lembro-me da história do sequestro do ônibus 174 no Rio de Janeiro, no qual passageiros foram mantidos reféns por quase 5 horas e uma mulher foi assassinada pelo sequestrador Sandro. Ainda que nada justifique as atitudes dele, quando analisamos sua história de vida e vemos todos os abusos físicos, psicológicos e emocionais pelos quais passou, podemos entender um pouco mais sobre o que levou aquele homem a agir de tal forma. Mesmo que não existam justificativas para tal comportamento, não podemos simplesmente achar que a culpa foi dele, que a morte foi sua punição e pronto. Fazer isso é alimentar esta situação para que ela continue acontecendo e muitos outros Sandros continuem atuando. Não é fácil olhar para a situação de maneira mais ampla e complexa, porém, sem esse movimento continuaremos plantando a mesma realidade.

Ao escolher uma vítima e um agressor, você alimenta o abuso

No momento em que determinamos cada lado como agressor e vítima, damos mais vida a esta dinâmica, colocamos mais energia neste eixo de interação, que vai se tornando cada vez mais forte e padrão, cada vez mais aceito e tido como normal.

A vítima alimenta o algoz e vice-versa, dando movimento ao jogo, às relações e situações. Enquanto alimentarmos isso em nós ou no outro, contribuiremos para que essa seja a dinâmica vigente.

Por isso, vai se tornando aparentemente impossível acabar com as situações de abuso: violência, crimes, corrupções, desonestidades, traições, ou mesmos todos os tipos de problemas de relacionamentos. Afinal, nós mesmos, sem perceber, construímos e alimentamos essas situações, para depois inevitavelmente termos que confrontá-las, nos lamentando em relação às consequências negativas de nossa própria criação.

Perseguimos a ilusão de emagrecer a qualquer custo, sem querer ter o trabalho de olhar o que de fato está nos fazendo engordar. Queremos ter e usufruir do dinheiro, sem olhar o que de fato nos mantém na falta ou poderia nos fazer ganhar mais, com mais alegria. Dizemos que somos felizes, nos contentando com uma meia vida, um meio amor, mas que por suprir nossas carências, em boas ou más condições, escolhemos manter mesmo assim. Criamos ilusões e mais ilusões para não ter que olhar as situações de maneira mais ampla, para não termos que olhar a verdade. Mas o preço disso se torna muito alto: custa a nossa plenitude e felicidade verdadeira.

Criamos ilusões e mais ilusões para não ter que olhar as situações de maneira mais ampla, para não termos que olhar a verdade. Mas o preço disso se torna muito alto: custa a nossa plenitude e felicidade verdadeira.

Achamos que estamos sofrendo por causa do chefe, do marido, do dinheiro, da corrupção, da violência e de tantos outros aspectos e acontecimentos, mas na realidade existe uma rede de fatos muito maior por trás de tudo isso. E se realmente desejamos mudar de maneira sustentável, ou seja, ter resultados que perdurem ao longo da vida, precisaremos olhar para toda esta rede de acontecimentos anteriores e que culminam com o abuso ou a experiência negativa.

Como interromper esta dinâmica e nos libertar dela?

Em um nível coletivo, somente contando com uma massa crítica de pessoas dispostas a fazer este movimento individualmente é que teremos força para mudar esta dinâmica nociva vigente nas relações. Para isso, é preciso que tenhamos muito amor e força de vontade com nós mesmos e com o outro. A cada vez que nos percebermos nesta dinâmica, por meio da tomada de consciência e das atitudes conscientes, podemos voluntariamente abandonar o papel da vítima e do algoz.

Se ao ler este texto você se perceber imerso em um sentimento de desconforto, como raiva, culpa ou angústia, por exemplo, a dinâmica do abuso já começou a atuar. Perceba como ela se forma, como se fossem trilhos de pensamentos e sentimentos que nos conduzem sem nem ao menos percebermos. Basta nos distrairmos para nos vermos percorrendo estes trilhos novamente. Uma vez que identifiquemos que estamos entrando nesta dinâmica, podemos redirecionar o pensamento: “estou olhando para a situação e percebendo que tenho os dois lados. Não há nada de errado nisto. Não preciso me culpar ou culpar ao outro, mas sim olhar o que me leva a agir como algoz e como vítima, e buscar caminhos de transformação. Isso pode ser trabalhoso, mas se é minha felicidade que está em jogo, é claro que vale a pena”.

4 passos para se conscientizar e começar a se libertar da dinâmica vítima-algoz

1 – Olhar a situação

Se você se sente ou se identifica como vítima e algoz, procure olhar sob uma perspectiva mais ampla, observando você e seu histórico de vida, o outro e o histórico de vida dele, quando possível. Lembre que nenhum ser humano faz mal ao outro sem que ele também não tenha sofrido de alguma forma, e que nós também fazemos isso, em maior ou menor grau.

Lembre que nenhum ser humano faz mal ao outro sem que ele também não tenha sofrido de alguma forma, e que nós também fazemos isso, em maior ou menor grau.

É preciso percebermos como nossas experiências de vida, sobretudo da infância, ajudaram a moldar nossos trilhos nesta dinâmica. As dinâmicas autoabusivas dos pais e as abusivas em relação aos filhos moldam a maneira que os filhos cometerão seus próprios abusos contra si mesmo e com o outro.

É importante lembrar que, ao fazermos isso, devemos resistir a tentação de achar culpados e vítimas, pois é exatamente isso que estamos tentando parar de fazer. O primeiro passo é olhar para sua própria história e enxergá-la sob uma ótica mais ampla e neutra.

2 – Perdoar e limpar as possíveis raivas mágoas que ficaram gravadas dentro de nós

Recomenda-se trabalhos terapêuticos, que atuem tanto através da conscientização racional e mental, como psicologia e psicanálise, quanto os que realizem limpezas energéticas, como meditações de limpeza energética e h’oponopono são boas opões.

3 – Fortalecer o amor-próprio e o amor incondicional

Trabalhos com espelho, como ensinei aqui, e afirmações positivas, curas energéticas com energia mais amorosa, como Reiki.

4 – Dar continuidade e aprofundamento nestes passos

Para explorar a rede de acontecimentos de sua vida e perceber cada vez mais conscientemente como ela se desenvolve e como harmonizá-la, pratique meditações diárias, auto-observação e autoconsciência no dia a dia e técnicas como Mindfulness.

Atendimentos terapêuticos para ajudar você a lidar com abusos

Muitas vezes sabemos que estamos vivenciando uma dinâmica vítima-algoz, mas não conseguimos ter uma percepção mais clara de como ela atua em nossa vida. Esta clareza se faz necessária para seguir adiante no processo de cura e harmonização. Se este é o seu caso, o mestre em Reiki Silvio Molina estará em São Paulo nos dias 20 e 21 de maio, com um trabalho energético chamado “Descobrindo os véus da ilusão”. O objetivo é ajudar você a se desprender de ilusões que prejudicam sua capacidade de lidar, de forma adequada, com as situações do dia a dia.

Para agendamento de consulta ou mais informações: adonai.msla@terra.com.br

Por vezes ficamos presos no culpado imediato ou na situação que manifesta o abuso, e o sentimento negativo em relação a ele é tão forte que precisamos primeiro harmonizar este vínculo para podermos olhar a rede de acontecimento e buscar a causa. Para ajudar a soltar esses pesos, que podem ser pessoas, situações, padrões que nos atrapalha, podemos realizar trabalhos como o “Corte de laços kármicos”. Se ficou interessado, serão realizadas consultas com este propósito, nos dias 20 e 21 de maio, em São Paulo.

Para agendamento de consulta ou mais informações: adonai.msla@terra.com.br

Outras vezes, até identificamos que a culpa não é do outro, mas o sentimento negativo permanece tão forte, que também se faz necessário um processo de cura para possamos seguir em frente e buscarmos a causa do abuso. Quando sofremos situações intensas, repetitivas ou traumáticas, cristalizamos emoções, crenças e padrões negativos de maneira tão intensa que se faz necessária uma limpeza mais profunda. Um caminho para este tipo de limpeza energética é o trabalho de “Remoção de implantes e elementais e negativos”, que será realizado nos dias 20 e 21 de maio, em São Paulo.

Para agendamento de consulta ou mais informações: adonai.msla@terra.com.br

Pode dar preguiça de seguir em frente neste processo, pois quando sentimos o primeiro alívio dos sentimentos e situações negativas, tendemos a relaxar. Porém, é importante lembrar que sem trabalhar a busca contínua das causas, vivenciaremos outras situações parecidas até que pela dor, e não mais pelo amor, resolvamos harmonizá-las.

Muitas vezes as dores acumuladas decorrentes de situações extremas de abuso são muito intensas e precisamos de suporte e orientação terapêutico para podermos curá-las e harmonizá-las. Neste caso, recomenda-se buscar o acompanhamento de profissional especializado.

Então, sejamos firmes para mudar a nossa realidade e a realidade coletiva, ajudando a tornar mais saudável nossas dinâmicas de relações, libertando-as dos abusos!

Ceci Akamatsu

Ceci Akamatsu

Terapeuta Energética, faz atendimentos à distância pelo Personare. É a autora do livro Para que o Amor Aconteça, da Coleção Personare.

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