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Alimentação inteligente é o que você come, sente, ouve e vê

Chef Malu Paes Leme explica que ações como tocar e cheirar alimentos melhora saúde. Entenda

Atualizado em

Muita gente acha que alimentação saudável e balanceada é sinônimo de comida sem graça. A chef Malu Paes Leme acredita no conceito de alimentação inteligente e possui um blog sobre o assunto, que você pode conferir aqui. Para ela, isto vai além de escolher os alimentos certos para seu corpo, tem a ver também com o preparo de refeições realmente saborosas e nutritivas e com o que você sente, ouve e vê, porque as pessoas também se alimentam do que está em seu ambiente.

Na entrevista abaixo, Malu conta como foi sua transição para esse estilo de vida e dá dicas sobre como outras pessoas podem resgatar uma conexão saudável com a comida, por meio de simples atos, como o de cozinhar para si mesmas.

Personare: O que é alimentação inteligente para você?

Malu Paes Leme: Alimentação inteligente é muito mais do que se alimentar apenas com comida. É ser inteligente com você mesmo, ou seja, se cuidar e obter benefícios através das suas ações. Se sentir verdadeiramente bem, e não em apenas um momento. Se respeitar e colocar coisas saudáveis e boas para dentro do seu corpo. É também se “alimentar” do que você sente, ouve e vê, porque também nos alimentamos do que está no ambiente. Por exemplo, só escutar ou ver coisas negativas não é uma “alimentação” boa.

O que o ato de cozinhar para si mesmo significa?

MPL: Quando uma pessoa cozinha para si mesma, ela se conecta com o alimento. Isso é muito importante quando falamos de comida saudável em um mundo tão doente. Se você não tem o contato com o alimento e não sabe o que está ingerindo, então não se sentirá tão confiante e seguro em relação à comida.

Essa conexão faz até com que nossa digestão seja melhor. Nós possuímos sensores nos dedos que, quando tocam determinado alimento, levam essa informação para o nosso cérebro, nos dizendo que vamos ingerir aquilo.

Nós possuímos sensores nos dedos que, quando tocam determinado alimento, levam essa informação para o nosso cérebro, nos dizendo que vamos ingerir aquilo.

Tocar e cheirar os alimentos são ações muito importantes para a saúde em geral.

Existe diferença entre o que comer e como comer?

MPL: Esse é um dos meus lemas, na verdade. Não adianta você só comer, é preciso saber como comer. A maneira como se alimenta faz diferença, gerando diferentes repercussões no seu corpo. A combinação de alimentos é muito importante em uma refeição.

Uma receita e combinação fácil é o suco verde, porque é gostosa e doce, permitindo ingerir o verde sem perceber. Esta é uma forma prática de adicionar os vegetais no dia a dia. Veja a receita no final desta entrevista.

Por que você se interessou em escrever sobre alimentação consciente?

MPL: Desde que eu comecei a caminhada para uma alimentação mais saudável, eu passei a preparar comida para mim, a me virar em casa, porque eu tinha virado vegetariana. Cerca de dois anos depois, em 2008, resolvi escrever um blog sobre o assunto. Para mim, era como se fosse um diário, uma forma bacana de compartilhar meus conhecimentos com as pessoas.

Como sempre gostei de escrever, foi uma oportunidade de dividir com outros o que descobri sobre alimentação e culinária. Vi, então, que as pessoas curtiam os textos que eu escrevia para o blog e, por meio da disseminação dessas informações, recebi uma proposta de uma editora independente para publicar um livro de receitas, mas que falasse de alimentação em si. Foi aí que eu publiquei a primeira edição do meu livro, o “Alimentação Inteligente – receitas naturais”. Agora recebi uma nova proposta, da editora Mauad, que originou a republicação da obra “Alimentação Inteligente” (foto acima).

Por que resolveu adotar a alimentação vegana?

MPL: Hoje eu não me rotulo mais como vegana, mas o meu primeiro passo para o vegetarianismo foi assistir ao documentário “A carne é fraca”, que me conscientizou a respeito da indústria de origem animal, principalmente da carne. Eu tinha 17 anos e fiquei muito chocada. Quando comecei a me informar mais, a assistir a outros documentários, essa minha escolha foi fortalecida. Era uma mudança muito grande, não só pela questão da saúde e dos animais, mas também pela questão ambiental. Eu não queria mais compactuar com essa indústria.

Muitas pessoas acham que o veganismo é apenas uma forma de se alimentar. Contudo, ele pode ser considerado um estilo de vida. Por quê?

MPL: O veganismo contribui para o ambiente porque não é só uma questão de alimentação e também não é só um estilo de vida, são escolhas. Você escolhe não consumir produtos que vêm de indústrias muito cruéis e que utilizam os animais, de qualquer maneira que seja.

O veganismo contribui para o ambiente porque não é só uma questão de alimentação e também não é só um estilo de vida, são escolhas. Você escolhe não consumir produtos que vêm de indústrias muito cruéis e que utilizam os animais, de qualquer maneira que seja.

Por exemplo, não vejo problema em elaborar produtos à base de couro, contando que o material seja retirado de um animal que já morreu e que não foi criado somente para servir a esse propósito.

O veganismo mostra um outro mundo às pessoas. Você descobre, por exemplo, que não precisa de itens de origem animal e acaba sendo mais saudável. A indústria vegana está crescendo muito, já é mais fácil achar fontes de comida vegana que sejam confiáveis, assim como lojas com este propósito. Já na indústria têxtil ou de beleza é mais complicado, o mercado ainda faz testes em animais, por exemplo.

Para se informar sobre produtos veganos de boa procedência e qualidade, existem feiras, assim como grupos na internet, que divulgam pequenos produtos e produtores artesanais.

Você tem alguma dica ou conselho para quem quer fazer a transição para o veganismo, vegetarianismo ou alimentação inteligente?

MPL: A dica que eu dou para quem quer transitar para a alimentação inteligente, vegana ou vegetariana é escolher uma das refeições do dia para preparar a comida, sem utilizar alimentos de origem animal.

A dica que eu dou para quem quer transitar para a alimentação inteligente, vegana ou vegetariana é escolher uma das refeições do dia para preparar a comida, sem utilizar alimentos de origem animal.

Isso também funciona bem para as pessoas que têm uma rotina mais atribulada. Se você só tem tempo de preparar alguma coisa no jantar, por mais simples que seja, então use este momento para começar a introduzir uma culinária mais saudável na sua vida.

Veja aqui receitas saudáveis

Cozinhar é importante para aprender a lidar com os alimentos e a comer fora de casa. Ajuda também a não restringir o cardápio, pois você busca informação e acaba descobrindo uma gama de alimentos diferentes que servem como substituições saudáveis aos produtos do dia a dia. Quando consumimos alimentos de origem animal, por exemplo, acabamos não incluindo estas outras opções nas refeições.

Dá um exemplo de receita fácil e rápida de fazer?

MPL: Uma receita fácil é a vitamina verde. Basta bater no liquidificador ou mixer um pouco de banana e manga – que devem estar maduras – com um punhado de espinafre (ou outra folha verde-escura de sua preferência) e gengibre. Se quiser, adicione um leite vegetal – como o de amêndoas – ou apenas água de coco mesmo. Beba o suco assim que ficar pronto, pois assim garante que seu corpo absorverá todos os nutrientes deste preparo.

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