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Doença autoimune: você sabe lidar com suas emoções?

A Psicanálise pode ajudar na superação da culpa e na identificação da origem dos sintomas, buscando caminhos para amenizá-los

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Você já ouviu falar sobre  doença autoimune? Vitiligo, Lúpus, Psoríase e Fibromialgia são alguns exemplos e estão cada vez mais frequentes, pois, de maneira geral, as pessoas não buscam a cura de seus desequilíbrios emocionais. Você sabe qual é a definição desse tipo de doença e qual é sua relação com a culpa?

Doença autoimune é quando o próprio corpo reage contra si. Segundo a Psicanálise, são doenças pelas quais o sistema fisiológico reage a algum fator emocional que não foi muito bem exteriorizado e “digerido” pela pessoa.  Ou seja, sua origem está em não saber lidar com suas próprias emoções.

A descoberta de uma doença autoimune

As doenças autoimunes podem trazer dores físicas, mal-estar e outros incômodos emocionais, como a culpa. Quando uma pessoa descobre que desenvolveu a doença e passa a entender o mecanismo de seu funcionamento – ou seja, que ela própria a criou e a cultiva dentro de si – geralmente passa a se culpar, ainda que de forma inconsciente, sentindo-se pior consigo mesma.

Ao o se responsabilizar por ter desenvolvido a doença, e não aceitar o processo que causou o seu surgimento, a tendência é sofrer ainda mais, dando vida a novos sentimentos negativos.

Dificilmente a culpa traz algum benefício. Ao cultivar esse sentimento, muitas vezes, a pessoa busca se punir e pode se machucar ainda mais. Então, ao invés de se prender e desenvolver mágoas contra si mesmo, que tal entender o processo de libertação da culpa?

A importância de dizer não à culpa

A culpa corrói a autoestima, traz autopunição e arrependimento por não conseguir mudar a situação, nem controlar suas emoções. Este sentimento geralmente está relacionado ao castigo e à maneira como a pessoa foi educada. Na infância, ao agir de forma incorreta, você recebia apenas uma punição ou era incentivada(o) a compreender os motivos que a levaram a vivenciar determinadas situações?

Associada a um erro ou uma atitude inadequada, a culpa leva a uma atitude contrária a si e, em muitos casos, dá mais importância à opinião e ao olhar dos outros. É como uma busca exagerada pela perfeição.

Dizer “não” à culpa é dizer “sim” ao amor-próprio e à autoaceitação. Se livrar de qualquer sentimento ruim contra si mesmo é querer, acima de tudo, viver em paz. É um ato de carinho com você.

A primeira ação para transformar este mecanismo é se libertar de qualquer culpa, seja criada por você ou incentivada pelos outros. Saber limpar esse sentimento é fundamental para o processo de bem-estar. Mesmo que você por algum motivo se sinta mal por ter feito algo que não trouxe um resultado positivo, é preciso entender que não deve entrar nesse estágio de autoagressão, porque isso gera mais desequilíbrio no seu corpo e na sua mente.

Como se livrar da culpa?

Você já entendeu o quanto é inútil se culpar por algo? Já pensou que a culpa surge de uma vontade de controlar o incontrolável, principalmente a sua maneira de reagir aos acontecimentos da sua vida? Por isso, quanto mais consciência e clareza sobre si, mais as pessoas aprendem a se amar e a entender que não são perfeitas. Afinal, por mais que se tente agir de forma correta, errar é a maneira de descobrir o caminho certo.

Culpar-se não vai mudar o passado, nem o presente, mas certamente trará malefícios futuros, já que é uma maneira de se intoxicar, de se colocar para baixo e ver a realidade numa ótica muito pior do que ela pode, de fato, ser.

Evite ter esse sentimento pelos sintomas e se eles chegarem a perseguir seus pensamentos, busque ajuda. Ao procurar se cuidar, é preciso dar atenção a qualquer ligação que você venha a nutrir com a culpa para que seu processo de recuperação ou redução dos sintomas seja mais fácil.

Qualidade de vida: autoconhecimento e autoaceitação

Você já se perguntou se joga no seu time ou no do adversário? Essa pergunta parece boba, mas traz muita clareza sobre seus atos com você mesma(o), principalmente sobre sua saúde.

A maneira como você se posiciona sobre si interfere também nos seus relacionamentos e no grau de importância que você cultiva pelo que lhe faz bem e o que lhe joga para baixo. Então, ao buscar a autoaceitação você diminui a importância que dá ao que os outros pensam a seu respeito e passa dar valor ao seu interior e a sua própria vida.

Buscar ter maior qualidade de vida está completamente associado ao autoconhecimento e autoaceitação. Uma nova etapa na vida se abre e você passa a compreender que escolher um novo caminho é uma oportunidade de se sentir melhor.

Muitos têm medo do que podem descobrir sobre si mesmos, mas olhar para dentro de si, se encarar, ver o que pode melhorar e se aceitar são fundamentais para viver melhor. Certamente é a melhor escolha para aumentar a sua imunidade, pois deste modo estará se fortalecendo por dentro e não lutando contra você.

Agora que você já sabe que a doença autoimune é o corpo lutando contra ele mesmo, como encontrar paz e harmonia? Liberte-se de algum conflito interno, se respeitando, se amando por inteiro e se valorizando.

Ao se respeitar, você entende que não pode ser seu pior inimigo e tem que fazer as pazes com o todo que você é.

Além disso, você começa a ter mais clareza de seus limites, sobre o que pode e o que não pode fazer. Ajudar aos outros é importante, mas você não pode ignorar seus sentimentos. Seja a sua prioridade!

O humor como saída

Freud disse que “o humor é um dom precioso”, mas o que isso tem a ver com sua saúde? Ao usá-lo como ferramenta para se sentir melhor, encontramos bem-estar e a qualidade de vida aumenta, assim como o prazer em viver, mesmo que haja alguma doença que traga dor e cansaço. 

Colocar o peso da seriedade, ao invés de buscar a leveza do riso fácil sobre os tropeços da vida, é trazer um bálsamo para que qualquer doença autoimune, assim como os demais problemas da vida não traga mais sofrimento. “O humor é uma saída”, disse Lacan, outro grande psicanalista.

Admirar o engraçado, fazer piada com os próprios percalços da vida exige vontade de encarar a situação de uma maneira mais sutil e certamente menos trágica. Essa tarefa não é fácil e é importante a ajuda de um profissional qualificado para trabalhar o seu humor quando você se abater.

Psicanálise para lidar com as doenças autoimunes

Fazer análise é aprender a se livrar dos nós emocionais do passado e do presente. A cura dos problemas emocionais vem através da fala. Nas sessões, você aprende como lidar com suas emoções, se colocando como sujeito de sua própria vida, além de manter uma estabilidade que pode ter como consequência a amenização dos sintomas da doença autoimune.

Toda doença tem a sua importância. É preciso entender o porquê dela ter chegado a sua vida. Será que você está repetindo um padrão familiar? Primeiramente, aceite o ensinamento que a doença trouxe para então começar a desvendar a raiz que a causou, sem medo e sem preconceito contra si mesmo.

Aprender a falar de si mesmo é um ato de amor. É construir um novo olhar sobre suas vivências. É aprender a lidar com as emoções de uma maneira mais leve e consciente, sem a necessidade de gerar doenças autoimunes no seu corpo para entender seu inconsciente.

Bruna Rafaele

Bruna Rafaele

Psicanalista, especialista em Saúde Mental. Faz atendimentos presenciais no Rio de Janeiro e consultas online no Personare.

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