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Traumas de infância: como superar pela Constelação Familiar

Entenda a importância dos cuidados ao lidar com os traumas de infância, a visão da Constelação Familiar sobre o tema e como a técnica pode ser eficaz nas dinâmicas sistêmicas

Atualizado em

Durante a vida, é possível que pequenos sofrimentos ocorram mesmo de forma inconsciente. Mais comumente na infância, podemos passar por vivências traumáticas que ficam registradas no corpo e no emocional, podendo trazer efeitos negativos na vida adulta. São os conhecidos traumas de infância.

Ao longo do texto, entenda mais sobre esse tema segundo a visão da Constelação Familiar (entenda melhor aqui), pela qual consideramos também de outros traumas que podem advir inclusive dos nossos ancestrais, e saiba como e quando a constelação familiar pode ser utilizada para obter resultados mais eficazes e não provocar maiores danos.

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Traumas de infância: o que são segundo a Constelação Familiar

Ter um trauma, de maneira geral, significa que em algum momento de sua vida você passou por uma situação tão intensa e estressante que seu corpo e mente sofreram  algum tipo de dissociação, como uma resposta de luta e fuga comum em animais diante de um predador. O registro ocorre no corpo e normalmente vem seguido de emoções que remetem à dor causada na situação em questão.

Vivências traumáticas vividas na infância podem acarretar problemas dos mais variados na vida adulta: dos mais graves, como ataques de pânico ou ansiedade, aos mais comuns mas não menos importantes, como inseguranças exageradas ou mesmo bloqueios ao se relacionar com alguém afetivamente.

As constelações familiares nos revelam que mesmo traumas ocorridos em gerações anteriores podem influenciar a vida dos descendentes devido aos vínculos sistêmicos e lealdades invisíveis.

Como identificar traumas de infância

Para identificar um trauma é de extrema importância um acompanhamento com um profissional de Psicologia ou Psiquiatria. O grau de desconforto com que o trauma se manifesta em cada um é que determinará se precisará de uma associação de profissionais e técnicas.

Para saber se precisa buscar uma ajuda profissional, perceba se uma ou mais áreas da sua vida são extremamente desafiantes para você. Se há sintomas como crises de ansiedade ou ataques de pânico sempre quando se depara com uma situação específica pode ser que haja um trauma relacionado.

Mesmo sintomas físicos podem aparecer após um trauma, mesmo que nunca se tenha feito uma associação entre ambos. Às vezes, o trauma está inconsciente e interferindo em algum processo no fluir da vida sem que a pessoa perceba, e apenas num processo terapêutico ele se revela.

Traumas de infância não percebidos

Na infância, muitos traumas podem ocorrer e apenas serem percebidos em uma psicoterapia ou em uma constelação familiar. Podem ocorrer traumas no nascimento ou causados por separação dos pais, por exemplo, mesmo que aparentemente tudo tenha sido superado ou você nem tenha conhecimento.

Uma criança que tenha ficado muito tempo longe dos pais por motivos de saúde de algum deles pode gerar o trauma de separação, um dos mais comuns de ocorrer e perceber em constelações.

Neste caso, a criança registra um certo abandono, mesmo que não tenha ocorrido de fato. Com isso, na vida adulta pode ter dificuldades de se relacionar afetivamente pelo receio de ser rejeitada ou abandonada. Esse é um trauma simples que é facilmente percebido em uma constelação familiar.

Como superar traumas de infância

Há várias abordagens psicológicas que podem ajudar a tratar um trauma. Cada uma à sua maneira irá conduzir o cliente da forma mais apropriada e segura para uma superação do trauma.

Uma constelação familiar é uma técnica, portanto, ela não é recomendada para tratar um trauma muito profundo. Esta é uma função do processo psicoterapêutico. Contudo, a constelação pode ser uma grande aliada em alguns casos que precisam ser levados em consideração junto a um profissional de preferência que tenha conhecimentos sistêmicos.

Primeiramente, é necessário notar se realmente é um problema para você. Se investigar, talvez encontre muitos sintomas físicos e emocionais, ou mesmo atitudes que podem ser desencadeadas por um trauma. Mas procure fazer uma reflexão e sinta se aquela questão realmente impede sua vida de fluir com leveza.

Se houver dúvidas, o primeiro caminho é sempre começar um processo com um profissional de psicologia. Caso os sintomas sejam muito intensos, pode contar com a ajuda de um psiquiatra também. Existem muitos livros e técnicas de autoaplicação que podem ajudar, mas ainda assim, o acompanhamento profissional é de extrema importância. Ativar um trauma sem estar pronto para lidar com ele pode causar transtornos ainda maiores.

Como ajudar alguém com traumas de infância

Uma constelação familiar é uma técnica, portanto, ela não é recomendada para tratar um trauma. Esta é uma função do processo psicoterapêutico. Contudo, a constelação pode ser uma grande aliada.

Assim, caso você sinta que tem um trauma, ou conhece alguém que queira ajudar, o primeiro passo é procurar um psicólogo. Se o interesse for em constelação familiar, busque um profissional sistêmico que alie esta ferramenta ao seu trabalho ou busque um constelador por meio de indicações de extrema confiança. A forma como o profissional conduz fará a diferença nos resultados desejados.

A importância da ajuda profissional

Cuidado com a vontade de ajudar alguém que passa ou passou por um trauma. Pois mesmo com uma ótima intenção, caso não seja um profissional capacitado para tal, pode haver mais danos. O ideal é acolher sempre com muito amor.

Ser um bom ouvinte, sem julgar nem propor soluções, pode ser de grande ajuda. Lembre-se que, quando se fala de um adulto, ele possui suas próprias escolhas e deve ser respeitado deste lugar. Cuidado para não pressionar, pois isso pode ter um efeito oposto do desejado.

Ajuda profissional para crianças

Se é pai, mãe ou cuidador de uma criança que acredita ter vivido alguma experiência traumática, siga a orientação anterior de buscar ajuda profissional com um psicólogo sistêmico caso também haja interesse na técnica da constelação familiar.

E atenção: mesmo que suspeite que o trauma tenha tido a participação de um dos pais, cuidado como conduzirá a situação com a criança. Ela precisa e deve ser protegida, mas não ataque ou condene ninguém nem mesmo verbalmente na frente da criança. Brigas e acusações entre cônjuges na frente dos filhos podem piorar as vivências traumáticas. Lembre que o primeiro caminho é sempre buscar uma ajuda profissional.

O que a Constelação Familiar pode fazer por você

A técnica da constelação familiar pode ajudar a trazer à tona as questões que estão ocultas para você ou te fazer entrar em contato com seu próprio centro e seu lugar no seu sistema familiar. Em caso de vivências traumáticas, como orientado antes, pode ser necessário um acompanhamento psicológico ou em parceria com um psiquiatra.

Saiba mais sobre a Constelação Familiar

A técnica pode ser aplicada em grupo ou individual, presencialmente ou online. Você leva ao constelador o tema ou questão que percebe ter dificuldades em solucionar e se coloca receptivo e centrado para as informações que surgirão no campo.

O método é fenomenológico, então não há como prever o que irá surgir, é uma observação do que atua naquele momento. O campo mórfico funciona como um inconsciente coletivo onde todas as informações são “armazenadas” e qualquer pessoa que esteja livre de intenções pode acessar.

O ideal é que o cliente consiga se manter neutro e receptivo, mas nem sempre é possível devido às resistências inconscientes. Um bom constelador deve estar sempre centrado e isento, para inclusive acolher as resistências do constelado. É importante buscar um bom profissional no qual você sinta confiança e empatia.

Sintomas físicos durante a Constelação

Caso surjam sintomas físicos referentes ao trauma durante a constelação é de extrema importância avisar ao constelador caso ele não tenha notado.

Em casos de constelações em grupo presenciais, pode ser que apenas assistindo a uma constelação de outra pessoa você tenha um trauma ativado. Também é importante avisar ao constelador sobre a questão. Caso note algum sintoma, lembre-se de respirar pausadamente e repetir mentalmente quem é você e onde você está. Isto pode ajudar a aliviar até que o constelador que conduz possa fazer algo a respeito.

Traumas de antepassados podem surgir em constelações. Às vezes aquele sintoma físico ou emocional para o qual você não encontra nenhuma referência em sua vida pode estar relacionado com algum trauma anterior no seu sistema. Para as constelações, os vínculos sanguíneos e lealdades inconscientes são poderosos e perpassam gerações.

Se houve algum ancestral que morreu muito jovem por uma situação traumática, e se isto foi excluído de alguma forma do seu sistema familiar, por ser um segredo ou apenas ter sido esquecido, algum descendente pode reviver o trauma de alguma forma como uma espécie de trazer luz àquela questão oculta.

Leis sistêmicas

O ideal é compreender os processos sistêmicos que envolvem estas repetições para sanar o problema. Somos conduzidos pelas leis sistêmicas:

  1. do pertencimento (ninguém ou nada pode ser excluído do sistema familiar);
  2. da ordem (atua no âmbito familiar onde quem vem antes é maior e tem prioridade e por isso deve ser respeitado como tal);
  3. do equilíbrio (trocas equilibradas nas relações sociais e afetivas), nas quais os processos de repetição muitas vezes estão vinculados.

O que nos faz reviver um trauma de um antepassado é um profundo amor pelo sistema e uma lealdade inconsciente. Contudo, trata-se do que chamamos de amor cego, onde não percebemos o amor dos nossos ancestrais por nós. Compreender todo este processo nos faz olhar com amor para as dores e traumas pois eles querem de alguma maneira comunicar algo que está ausente.

Mesmo as vivências traumáticas ocorridas na infância ou ao longo da vida devem ser tratadas com cuidado e respeitadas enquanto sintomas pois as reações talvez fossem as únicas possíveis diante dos acontecimentos. Assim, não pense em simplesmente eliminar o problema, mas olhar para tudo com amorosidade para conseguir se libertar dos grilhões que lhe impedem de viver sua vida com mais leveza.

Maria Cristina

Maria Cristina

É psicóloga sistêmica. Atua com traumas pela abordagem Somatic Experience® além de abordar outras questões de relações interpessoais, autoestima e postura diante da vida. Atende online e presencialmente na cidade de Belo Horizonte.

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