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Mitos e verdades sobre incensos

Especialistas esclarecem se produto faz mal à saúde e como usá-lo

Atualizado em

Quantas pessoas já pararam para pensar nos materiais que compõem um incenso? Ou na forma correta de acendê-lo, por exemplo?

Enquanto os incensos normalmente são procurados pelos agradáveis aromas e pelas propostas energéticas que apresentam – como proteção, harmonia e prosperidade – quem os compra acaba ignorando ou até mesmo desconhece outros detalhes sobre o produto.

O uso do incenso está inserido na história da humanidade desde o Antigo Egito.

Na antiga Babilônia, Pérsia, Turquia, Síria e Arábia, assim como em outros povos e diversas culturas, o incenso possuía muitas finalidades.

Segundo a terapeuta energética Alessandra Navarro, as pessoas imaginavam que a fumaça do incenso era o único vínculo de ligação entre o homem, no mundo físico, e os deuses, no mundo espiritual.

Por isso, usavam-no em cerimônias religiosas, rituais místicos, funerais, etc. ‘O incenso se revela na humanidade como uma prática forte entre as religiões de todas as épocas.

Na Índia, por exemplo, os hindus utilizam o incenso há cerca de 6 mil anos, em ritos de oferenda aos deuses e em práticas espirituais. Até hoje é o país que lidera a sua produção.

Também vale reforçar que desde a antiguidade o incenso é conhecido pelos seus efeitos benéficos e suas propriedades aromáticas, que harmonizam qualquer ambiente’, explica Alessandra.

Incenso pode ser usado para fins terapêuticos

Do ponto de vista energético, a terapeuta Alessandra Navarro informa que se os incensos forem de boa qualidade, podem trazer muitos benefícios a quem usá-los.

Ela ensina que os produtos preparados o mais artesanalmente possível geralmente são mais rústicos e grossos, além de trazerem no rótulo da embalagem a especificação de um incenso 100% natural.

Esses produtos possuem uma formulação natural composta por essências orgânicas (não fabricadas com derivados de petróleo), carvão vegetal, resinas naturais, ervas, folhas e cascas.

Ela ainda indica o uso de outros tipos de incenso, como aqueles feitos de massala – um produto indiano natural, que mistura ervas e aromatizantes – e os japoneses, cujos ingredientes também são genuínos e têm alta qualidade.

‘Um bom incenso é aquele cujo aroma nós podemos identificar claramente. Através do olfato, quando o inalamos, uma reação é produzida imediatamente no nosso corpo.

E cada cheiro possui suas vantagens particulares. Já quando o produto é de má qualidade, não traz os benefícios que propõe, exalando apenas o perfume.

Além disso, pode poluir o ambiente e prejudicar a saúde de quem inala a fumaça’, alerta a terapeuta.

Segundo Alessandra, o incenso costuma ser muito buscado por quem deseja tratar algumas inquietações emocionais.

A terapeuta afirma que sensações de medo, ansiedade e insegurança, por exemplo, podem ser amenizadas com esse produto, especialmente por meio do uso das fragrâncias de Rosa,

Camomila e Jasmim. ‘O incenso ajuda a harmonizar e pode acalmar, dando paz e serenidade. Porém, no intuito de tratar profundamente questões de humor, é necessário que seja feito um tratamento terapêutico’, recomenda.

Significado dos aromas e modo de usar

Diante das diversas fragrâncias, tamanhos e até cores disponíveis no mercado, Alessandra revela que as características visuais, como a cor e o formato, devem ser levadas em conta apenas para fins decorativos.

Se a pessoa deseja explorar os efeitos energéticos, deve ficar atenta aos aromas e propriedades específicas de cada tipo:

Lavanda, Sândalo e Rosa: harmonização de ambientes

Breu-branco (também chamado de ‘breuzinho’), Alecrim e Arruda: purificação

Ylang Ylang e Patchouli: estimulantes

Mirra e Olíbano: preparação do ambiente para Meditação

Canela: prosperidade

Camomila e Capim: tranquilidade e alívio do eeestresseee

Após a escolha do incenso adequado, Alessandra faz questão de esclarecer algumas recomendações, a começar pela maneira de acendê-lo.

Quando combinamos o objetivo desejado ao momento da primeira queima do incenso, o efeito será ainda maior, pois a nossa intenção pode criar uma força no ambiente.

A pessoa pode circular com ele aceso pelo espaço, mas o ideal é fixá-lo na posição vertical, até a sua queima completa’, detalha a terapeuta.

A dica, segundo Alessandra, é jamais usar simultaneamente dois ou mais incensos, com fragrâncias ou efeitos diferentes.

“Um bom incenso, se usado junto a outro com o mesmo objetivo, no mesmo ambiente, pode até ter o seu efeito energético potencializado. Por outro lado, se forem usados produtos com cheiros e propostas diferentes – como um incenso estimulante e outro calmante – o efeito desejado poderá não ser obtido.

O aroma é o condutor para determinar a energia que a pessoa quer expandir – no ambiente e em si mesma.

A utilização de dois aromas diferentes anula suas propostas e efeitos”, afirma Alessandra.

Ainda de acordo com a especialista, qualquer cômodo da casa é indicado para o uso do incenso, porque o produto ajuda a equilibrar as energias do ambiente.

Ela indica as fragrâncias de Rosa, Camomila e Sândalo para quartos e salas, e os aromas purificantes de Arruda, Alecrim e Sálvia para o banheiro e a cozinha, por exemplo.

A área de trabalho também pode receber o incenso, na medida em que carece de energia. ‘Se for preciso um aumento do fluxo de prosperidade e dinheiro no ambiente, o incenso de Canela é o indicado.

Já se o local estiver carregado de energias negativas, então recomendo incensos mais fortes, como o de Arruda e o de sal grosso.

Para mais carinho e delicadeza na comunicação, os aromas de Rosa e Jasmim são os melhores’, garante Alessandra.

Médicos alertam sobre possíveis riscos dos incensos

No entanto, apesar de o incenso poder ser usado para fins terapêuticos, o produto tem alguns restrições de uso do ponto de vista médico.

É o que garante imunologista e alergista Marcello Bossois, que é enfático ao afirmar que qualquer tipo de fragrância é contraindicado no caso de pessoas que apresentam alguma reação alérgica.

‘Os cheiros muito fortes são um dos exemplos mais comuns de substâncias alérgicas, que não somente causam reação nessas pessoas, como também podem agravar um quadro de rinite alérgica.

O aroma é um componente que irrita a mucosa nasal, deixando-a mais sensível. Essa mucosa é uma espécie de membrana, com pequenos cílios, que reveste e protege a parte interna do nariz’, explica Bossois.

O local em que o incenso será usado é um fator para o qual os médicos chamam atenção. O pneumologista Hugo Suevo explica que a queima do produto em um ambiente fechado pode gerar, em pessoas alérgicas, um comprometimento das vias respiratórias e, por consequência, problemas mais sérios como a asma e a bronquite.

Por esse motivo, o otorrinolaringologista José Geraldo recomenda que o cômodo seja o mais arejado possível, para evitar acessos de tosse e possíveis dificuldades respiratórias, causadas pela concentração da fumaça.

Incenso não é indicado para bebês ou idosos

Os efeitos negativos da fumaça no organismo podem ser potencializados pela estação do ano e pelo grau de poluição da cidade em que a pessoa vive.

Em regiões muito poluídas e épocas de baixas temperaturas, por exemplo, a imunidade diminui e as reações alérgicas são favorecidas.

Casos de baixa imunidade também estão presentes em pessoas muito idosas e em bebês. Essas idades extremas, portanto, propiciam complicações respiratórias e alérgicas.

‘Em relação a um bebê, a exposição mínima a qualquer fragrância é o ideal, por causa do risco da criança ser alérgica. Já no idoso, há o ressecamento das vias aéreas superiores, o que causa uma sensibilidade maior ao incenso.

Esses canais não têm mais um muco protetor adequado, fazendo com que qualquer aroma irrite-os mais’, esclarece o imunologista Marcello Bossois.

Outro fator que pede moderação no uso do incenso é a presença de partículas tóxicas na fumaça. O homeopata Marcelo Guerra acredita que a sua inalação prolongada está associada ao aumento do risco de câncer em parte do sistema respiratório.

Ele se refere a um estudo feito em 2008, nos Estados Unidos, no qual se concluiu que a intensidade e o tempo de uso do incenso acarretavam às pessoas uma chance maior de desenvolverem a doença nas vias nasais e na faringe, por exemplo.

‘Por esse motivo, é muito importante que a pessoa procure adquirir um produto com a regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que viabiliza o seu uso’, aconselha Marcelo.

Incensos podem atrapalhar tratamento homeopático

Segundo o homeopata Marcelo Guerra, pessoas que estão submetidas a tratamentos homeopáticos também devem estar atentas quanto à inalação de algumas fragrâncias.

‘O incenso de Cânfora ou Mentol pode prejudicar o processo de cura porque esses aromas inibem a atividade dos remédios homeopáticos.

Inclusive, quando se deseja interromper a ação de algum medicamento de Homeopatia, a inalação de Cânfora é receitada’ explica Marcelo.

Já de acordo com otorrinolaringologista José Geraldo, embora o incenso não seja indicado como medicação, aqueles com a fragrância de Citronela podem ser usados como repelentes, afastando mosquitos transmissores de doenças.

Para a terapeuta energética Alessandra Navarro, é fundamental conversar com o paciente sobre o uso do incenso, antes de começar qualquer tratamento.

‘Não adianta usar o incenso se o paciente não gostar ou for alérgico ao produto. Portanto, a opinião dele deve prevalecer.

Em casos como esse, a essência em réchaud é a mais recomendada’, sugere.

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