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Os perfis que podem originar dificuldades no amor

Energias do feminino distorcidas impactam a forma de se relacionar

Atualizado em

Em meus atendimentos, percebo que as dificuldades no amor, tanto na vida de mulheres como na de homens, têm profunda relação com contexto histórico, no qual ao longo dos últimos séculos, as energias do feminino foram sendo distorcidas pela exacebação do masculino.

Geração após geração, as energias masculinas foram se exacerbando, o que afetou desde a maneira como os partos são realizados, ou seja, o momento em que nascemos, passando pela maneira como as mães cuidam e educam seus filhos, pelos vínculos afetivos que desenvolvemos em todos os níveis até chegarmos a um contexto mais amplo, que dá forma à nossa forma de enxergar e agir diante da vida em todos os seus aspectos.

Relação difícil com pai dá origem a feridas emocionais

Para sobreviver a esta realidade de vida, moldada pela opressão das energias masculinas, as mulheres desenvolveram certos padrões de comportamento, como uma resposta a este desequilíbrio.

A autora do livro A Mulher Ferida, Linda S. Leonard, descreve oito perfis básicos que estão presentes nas mulheres, como consequência de sua relação com o pai. Estes perfis representam as diferentes feridas da relação pai-filha, e cada um deles traz consequências na vida afetiva das mulheres.

Mulheres com dificuldades no amor

A figura paterna atua no contexto primordial, que é nossa família, como o referencial da energia masculina.

Porém, dentro de um cenário em que estas energias estão desequilibradas de maneira mais ampla e coletiva, a relação pai-filha já se inicia sob influências distorcidas ao longo de suas gerações anteriores, em também em um contexto coletivo, sedimentado ao longo de séculos de feridas emocionais.

Para lidar com a dor dessas feridas, as mulheres tendem a adotar duas reações básicas:

  1. serem mais fortes que a dor (perfil da amazona encouraçada)
  2. se deixarem ser tomadas por ela (perfil da eterna menina)

Geralmente alternamos entre essas duas atitudes, sem perceber que elas apenas nos megulham ainda mais na dor e não nos permitem enfrentá-la e curar as feridas.

Isso acontece por não termos um referencial equilibrado, pois ao longo do tempo e da crescente distorção das energias do masculino e feminino, fomos esquecendo e até passamos a menosprezar os caminhos de cura e equilíbrio, tornando aceito e normal justamente maneiras de se pensar, sentir e agir que só agravam nossas feridas.

Os perfis das mulheres e as dificuldades no amor

 1 – A amazona encouraçada

Quando a mulher age neste perfil, adota atitude que faz frente ao masculino distorcido, se mostrando forte, dominadora, capaz. Veste sua “couraça” de proteção, que a mantém ilusoriamente protegida daquilo que possa lhe causar dor, rejeição, vergonha. Tem medo de sua própria vulnerabilidade e fragilidade, pois as considera como fraquezas.

A amazona encouraçada se sente realizada no mundo material, mas insatisfeita e infeliz no nível emocional. Geralmente só procura ajuda quando o cansaço e o esgotamento se tornam insuportáveis, dobrando-se sob o peso das responsabilidades.

Tem pavor de perder o controle e, por isso, procura manter tudo sob seu domínio. Porém, o preço deste esforço para controlar tudo a sua volta é muito alto.

Geralmente não consegue perceber que o que a faz sentir angústia, solidão e falta de alegria e prazer é a prisão que ela mesma criou, dentro de sua exaustiva couraça. A amazona usa como desculpa a sobrecarga de responsabilidades para não ter de enfrentar suas emoções e fragilidades.

Aquilo que esta mulher considera sua maior força, poder e proteção, na realidade se torna justamente seu verdadeiro ponto fraco, fazendo com que se afaste de seu poder criativo, alegria e espontaneidade. Este perfil utiliza seu poder pessoal de maneira exagerada. Quatro maneiras de manifestação da amazona encouraçada são descritas por Linda S. Leonard:

  • A filha conscienciosa – a mulher obediente, disciplinada, capaz e responsável. Se esforça para atender às expectativas alheias na busca de reconhecimento. Vive no senso de dever, sempre a serviço do outro. Torna-se fria, árida e rígida.
  • A mártir – busca o reconhecimento por meio do sofrimento e sacrifício. Em seu movimento de autonegação, sente medo de perder o controle. Coloca-se como vítima trabalhadora e sofredora para que os outros sintam-se culpados, com pena dela.
  • A superstar – com seus feitos e conquistas, busca conseguir aprovação e ser valorizada pela sua capacidade. Tende a se tornar viciada no trabalho e em suas realizações, tornando sua vida sem sentido e vazia.
  • A rainha guerreira – vive a vida como uma série de batalhas, pois esta mulher incorpora o padrão masculino em si. Sua determinação cega a torna fria e dura, o que a faz enfrentar situações de confrontos e conflitos.

2 – A eterna menina

Quando sob influência desse perfil, a mulher, independente de sua idade, assume papel de passividade, submissão e desamparo, ou, por outro lado, em sua polaridade oposta, pela revolta, rebeldia, na qual apresenta uma falsa força.

Mas em ambos os casos a mulher “eterna menina” entrega o seu poder pessoal ao outro, o que pode gerar quadros de depressão ou paralisação. Falta a ela poder sobre sua própria vida.

Sente-se fraca, incapaz, e impotente diante da vida e das situações. Nos relacionamentos afetivos, busca atenção e admiração dos homens.

Mostra-se insegura, indecisa, perdida por causa de seu apego a inocência, que gera dependência, e pela culpa intensa que a leva a autocondenação.

Há quatro maneiras de manifestação da “eterna menina”, descritas por Linda S. Leonard. São elas:

  • A bonequinha queridinha – molda sua personalidade de acordo com o que ela precisa para se sentir aceita. Vive a partir do que os outros querem, para assim se sentir querida.
  • A menina de vidro – se afasta da realidade e prefere viver em seu mundo de fantasia para não ter que se expor e enfrentar a hostilidade do mundo externo. Tende à introspecção e timidez.
  • A despreocupada: dom Juan de saias – não quer aceitar as limitações e a realidade, prefere viver no mundo das possibilidades e por isso não se envolve. Dá vazão aos seus desejos, é desprendida de tudo.
  • A desajustada – pode mostrar comportamentos de revolta ou rebeldia, manifestando padrões autodestrutivos, como vícios e relacionamentos doentios.

Mulheres transitam por todos os perfis

Todos esses perfis e subperfis não excluem um ao outro, mas representam facetas que as mulheres adotam ao experienciarem seus relacionamentos. Em determinados momentos, algumas características estarão mais atuantes, enquanto em outros momentos facetas diferentes estarão mais aparentes. Mas, de maneira geral, tendemos a transitar por todas elas.

Ainda que pareçam negativas, essas facetas da mulher representam forças, qualidades que estão sendo direcionadas de maneira desequilibrada e, por isso, acabam gerando experiências desagradáveis.

Na medida em que vamos conseguindo curar cada vez mais as feridas em cada uma delas, retomamos seu poder, e, assim, elas passam a nos levar a experiências positivas.

Se tornam forças em vez de fraquezas. Enquanto estamos inconscientes destes padrões, acabamos servindo a eles de maneira destrutiva, quando o que buscamos é podermos direcioná-los de maneira consciente e construtiva.

Portanto, a conscientização se torna o primeiro passo para a cura. Uma vez reconhecidas estas facetas, o próximo passo é perceber como elas atuam sobre nossa vida, aceitá-las, para finalmente podermos, então, tornar disponível esta mesma energia de maneira positiva.

Para continuar refletindo sobre o tema

Todos esses perfis e seus caminhos de cura serão mais detalhadamente esclarecidos nos próximos artigos desta série, para que possamos identificá-los com mais clareza em nós mesmas e assim harmonizá-los.

Para saber mais sobre as dinâmicas na relação pai e filha que dão origem aos padrões citados e sobre os caminhos de cura, recomendo a leitura do livro “A Mulher Ferida”, Linda S. Leonard (Ed. Saraiva).

Nos atendimentos terapêuticos auxilío minhas clientes nos passos de cura e limpezas desses padrões para catalisar este processo, tornando-o mais consciente e eficiente.

Outro trabalho energético bastante indicado para este caminho de cura: corte de laços kármicos com a relação pai-filha e com os perfis que se encontrarem mais fortes no momento.

 

Ceci Akamatsu

Ceci Akamatsu

Terapeuta Energética, faz atendimentos à distância pelo Personare. É a autora do livro Para que o Amor Aconteça, da Coleção Personare.

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