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Como honrar a energia feminina

Aprenda a honrar a energia feminina através de três perspectivas diferentes e conecte-se com o poder da natureza, do amor e da confiança

Atualizado em

Para aprender a como honrar a energia feminina de maneiras contemporâneas, ou seja, considerando nossa vida hoje, é importante que você saiba a diferença entre as Eras Lunar e Solar.

Hoje, nós vivemos na Era Solar, regida pelo patriarcado. Na Era Lunar, nossos ancestrais honravam e reverenciavam o princípio feminino, que era considerado essencial para a criação e a vida.

Para podermos voltar a honrar a energia feminina, podemos entender três perspectivas que nos ajudam nessa conexão desde os tempos que vivemos hoje.

É importante que você descubra o que faz mais sentido e parece mais natural no seu dia a dia.

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Três perspectivas para sobre o feminino

Podemos entender a energia do feminino por três diferentes perspectivas. Algo que é bem feminino, visto que a deusa era vista como tríplice. São eles: 1) o tantra não-dual (que é uma das bases do Yoga moderno); 2) a Psicologia Junguiana; e 3) a Astrologia.

1 – Tantra Não-Dual para honrar a energia feminina

Para o Tantra a divindade ou o divino tem dois aspectos: um é transcendente e outro é imanente

O transcendente é chamado de Shiva e descrito como uma divindade masculina (Deus). Shiva é a Luz de Consciência que torna possível toda manifestação.

O imanente é chamada de Shakti, descrita como uma divindade feminina (Deusa). Shakti é todo universo manifestado.

Sendo assim, através do Tantra Não-Dual entendemos que todas as coisas são manifestações da Deusa, ou seja, viver plenamente a vida e todas as experiências dos sentidos é honrar a energia feminina.

Além das práticas tradicionais que se aprende com professores que seguem o Tantra não-dual, há práticas que podem ser feitas no dia a dia, como, por exemplo: 

  • ofertar cada ato, por mais simples que seja, à Deusa. Além disso, é importante saber que a Deusa está em tudo que é vivo. 
  • mantras são o corpo sônico da Deusa e carregam sua potência, qualidades e atributos. Por exemplo, se estou com falta de coragem na minha vida, vou buscar essa coragem em uma deusa que personifica coragem. Um exemplo simples de mantra é: OM DUM DURGAYEI NAMAHA.

O Tantra Não-Dual que é a base do Yoga que eu mesma pratico e ensino. 

2 – Psicologia Junguiana para honrar a energia feminina

Há padrões interiores poderosos em nós, como as deusas que são imagens interiores que nos contam sobre nossas potências e desafios interiores e sobre nossa luz e sombra, conforme a médica, psiquiatra e analista junguiana Jean Shinoda Bolen, autora de As Deusas e a Mulher.

Conforme vamos conhecendo as deusas, vamos entendendo a relação que estabelecemos com as pessoas e o mundo, sobre o que nos motiva, nos frustra ou satisfaz, por exemplo. Gosto de dizer que elas são as guias para nosso mapa do tesouro: o mapa da alma.

Cada deusa tem sua própria linguagem e as deusas conjuntamente formam como uma linguagem mulheril, uma linguagem que é própria das mulheres, e que diz e conta sobre as mulheres.

Bolen trabalha apenas os arquétipos através das deusas gregas, o que já é um bom começo. Ela separa as deusas em grupo: 

  • Ártemis, Athena e Héstia: as deusas virginais, que falam muito da nossa construção de autonomia, autossuficiência, independência e interioridade. 
  • Hera, Deméter e Perséfone: as deusas vulneráveis, que são deusas relacionais e que se definem a partir das relações que estabelecem.
  • Afrodite: a deusa alquímica, que ensina as mulheres o meio-termo dos dois grupos anteriores. Ter autonomia e independência, mas também aprender a se relacionar de forma saudável, assim como a valorizar e usar seu poder e processos criativos para mudar sua vida.

As deusas presentes em você

Esse contato com as deusas interiores você pode ter tanto buscando um caminho terapêutico com um analista junguiano, quanto coloca atenção nas características e potências das deusas. Assim, também, como nas suas vulnerabilidades, para ver em si e buscar dentro de si, como elas estão. 

Quais deusas estão mais presentes em você de forma luminosa e potente e quais estão precisando atenção, pois estão na sua expressão mais sombria, precisando de atenção, cuidado e cultivo, para integrar-se de volta na sua vida.

Por exemplo, se tenho muita dificuldade de lidar com o mundo prático, resolver e concretizar tarefas simples e cotidianas, posso estar com “deficiência” de Perséfone ou Athena. 

Se estou ou tenho dificuldade para lidar com o mundo espiritual, se acho que tudo é uma bobagem e que apenas o que existe é o que posso ver e tocar e comprovar, posso estar com excesso de Athena e “sufocando” a Perséfone interna, que é a grande sacerdotisa interior.  

Portanto, o seu mundo é o mundo mais etérico, simbólico, como aquele que não podemos ver, tocar ou comprovar.

As deusas, como expressões e manifestações do nosso inconsciente, podem estar “conversando” conosco através dos sonhos, das sincronicidades da vida, dos sintomas que se repetem, entre tantas outras coisas.

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Ideias para começar a honrar a energia feminina

  • identificar com qual deusa você tem mais afinidade. Por exemplo: “Sempre gostei de Iemanjá. Me sinto tão bem próxima ao mar”. Comece por aí, investigue os mitos relativos a ela, suas histórias, qualidades e características e vá vendo ponto de identificações. 
  • descubra qual deusa te causa horror, pavor ou desconforto. Por exemplo: “Não suporto a imagem de Kali, acho ela horrível”. Comece por aí, investigue o que de fato te incomoda. A deusa pode estar apontando para coisas que você suprimiu, negligenciou ou ocultou por questões morais, ou sociais. E, assim, sua expressão está na sombra.

A ideia é sempre buscar um equilíbrio entre as expressões das deusas, e dessa energia feminina: luz e sombra.

A Psicologia Junguiana é também uma das bases do Método Devi Shala® de jornada da Heroína que desenvolvi. 

Através do poder do Círculo de Mulheres, todas interessadas podem fazer um profundo mergulho de desenvolvimento e podem aprender formas de honrar a energia feminina dentro de si e no mundo.

3 – Astrologia para honrar a energia feminina

Falando em luz e sombra, chegamos à última perspectivas sobre honrar a energia feminina: a Astrologia.

Temos alguns apontadores importantes no nosso Mapa Astral que contam a história sobre o feminino em nós: Lua, Vênus e os asteroides que levam nome de deusas greco-romanas, como Vesta, Pallas Athena, Ceres e Juno. 

A Lua e o feminino

Com a Lua no Mapa Astral podemos aprender sobre como expressamos as nossas emoções e o inconsciente. A lua é como um personagem central feminino, nos ajudando a entender sobre afeto e cuidado. 

A Lua é como nossa matriz feminina, ou seja, nossa primeira referência de feminino. Os signos e as casas vão especificar a expressão da sua Lua. Além disso, a fase da lua do seu nascimento é super importante de saber.

Cada fase lunar mostra uma forma específica e singular de expressão desse feminino. Através da fase da Lua temos uma primeira visão da sua natureza feminina.

Por exemplo, se você nasceu na lua crescente ou minguante, provavelmente carrega contradições elementais do feminino — como vivendo um paradoxo. Por isso, tende a precisar de tempo, vivência e maestria para se reconciliar com sua energia feminina.

Vênus e o feminino

Outro apontador é a Vênus, que nos fala muito sobre como vamos construir esse feminino. Porque a Vênus nos indica sobre o estilo e modelos de feminilidade que a mulher vai construindo na vida.

Vênus no Mapa Astral é um planeta de energia feminina, associada a forma como amamos, à atração sexual, ao encontro amoroso e como estabelecemos nossos vínculos afetivos (que vemos no signo da Vênus). 

A casa onde a Vênus está nos aponta para o lugar e o tipo de experiência amorosa que desejamos viver e onde construiremos nossa feminilidade.

Tanto a Lua quanto Vênus regem partes essenciais do corpo feminino, como, por exemplo, o sistema reprodutor, seios e útero. A Lua nos fala muito então da matriz (Mãe), enquanto Vênus nos fala muito de como vamos nos constituir em (Mulher). 

Os asteroides e o feminino

Mas nós não somos apenas isso. Somos e queremos nos descobrir muito mais do que isso. É por isso que temos como um complemento dessa investigação os asteroides que nos revelam mais sobre a energia feminina em nós. 

  • Pallas Athena nos fala de nós como profissionais, mas também do uso da nossa sabedoria, como usamos nossa inteligência criativa e até mesmo quais artes nos são curativas. 
  • Juno está relacionado aos medos que temos nas relações e também como buscamos criar e viver um relacionamento mais igualitário e reciproco. 
  • Ceres trata da nossa conexão com a Grande Mãe ou Mãe Divina, e também como lidamos com questões de valor próprio e autoestima. 
  • Vesta nos aponta para como lidamos e vivemos à sexualidade, os compromissos e como e onde sublimamos nossas energias.

Conectando Yoga, Psicologia e Astrologia

No Círculo de Mulheres, geralmente, encontramos um entrelaçamento desses diferentes conhecimentos. 

Através das deusas, desenvolvemos e honramos a energia feminina através de expressões artísticas e criativas, vivências, mantras, cantos e danças (como as circulares).

Assim como estudos dos mitos associados as deusas, suas lendas e histórias, além de restaurar nossa capacidade de viver de forma mais circular, igualitária e afetiva. 

O círculo de mulheres, de acordo com uma das minhas mestras, Miranda Gray, é uma consciência que precisa ser restaurada em um mundo que se construiu tendo como base e estrutura o medo, opressão e subjugação. 

A energia feminina está aqui para nos lembrar das nossas origens, raízes, memórias ancestrais, conexão com a natureza e interconexão com todos os seres, sobre amorosidade, generosidade, confiança, compartilhamento e partilha de poder.

O feminino tem muito ainda para ensinar ao mundo.

Ana Paula Malagueta

Ana Paula Malagueta

Utiliza diferentes formas, ferramentas e caminhos como o Yoga, Astrologia, Tarot, Danças Circulares, BodyTalk e movimentos em grupos de mulheres para acessar, desenvolver, resgatar e integrar as energias dos Sagrados Feminino e Masculino em nossas vidas.

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