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A crise dos 7 anos existe no amor?

Especialistas esclarecem se é verdade que casais vivem desafios neste período

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Você já ouviu falar na crise dos sete anos? Segundo esta crença, todo casal tende a passar por um momento conturbado na vida a dois quando o relacionamento completa este tempo de duração. Mas será que o pensamento tem alguma validade? As opiniões são controversas – enquanto algumas confirmam essa hipótese, outras dizem que conflitos maiores ou menores podem ocorrer em qualquer época.

Na Astrologia, esta verdade tem coerência e correlação com os ciclos de Saturno. A astróloga Marcia Fervienza explica que quando uma relação começa é gerado um Mapa Astral para esta união. Depois de aproximadamente sete anos Saturno fará seu primeiro aspecto de quadratura (que ocorre em média a cada sete anos) com a posição onde se encontrava no Mapa do começo do relacionamento. Como Saturno está associado aos ciclos de maturação individual e à passagem do tempo, a cada aspecto deste tipo a relação passará por um “teste”, que levará à reavaliação do funcionamento das partes enquanto casal.

Como Saturno está associado aos ciclos de maturação individual e à passagem do tempo, a cada aspecto deste tipo a relação passará por um “teste”, que levará à reavaliação do funcionamento das partes enquanto casal

“Esta crise trazida por Saturno, a cada sete anos, pode ser disparada por fatores externos (relocação de um dos cônjuges, dificuldades familiares que exigem dedicação de uma das partes, dificuldades financeiras, etc.) ou por fatores internos (reavaliação voluntária do casal sobre o quanto avançaram até ali e se estão onde gostariam de estar, da sua rotina, etc.). Costumo dizer que quando o casal não é consciente dos ciclos do relacionamento ou não está muito atento ao que está ocorrendo a nível psicológico e emocional, eventos externos são os disparadores da reavaliação, ao passo que quando há autoconsciência, a coisa acontece em um nível mais subjetivo”, sugere a astróloga.

No entanto, Marcia Fervienza alerta que, além dos ciclos de Saturno, é preciso considerar que cada pessoa possui um Mapa Astral diferente e, consequentemente, trânsitos astrológicos individuais, que sinalizam possíveis direcionamentos amorosos.

“O casal pode passar por crises depois ou até mesmo antes dos sete anos. Isto porque, embora estejamos discutindo os trânsitos de Saturno sobre o Mapa Astral gerado no início da relação, é preciso considerar que cada uma das partes do casal se encontra em um momento diferente do seu ciclo de maturação individual. Portanto, trânsitos de Plutão, Saturno, Netuno ou Urano em Casas de relacionamento (5 e 7, neste caso) ou sobre planetas pessoais (Sol, Lua, Vênus e Marte) afetarão diretamente a relação – não porque o relacionamento em si está em um momento de reavaliação, mas porque o indivíduo vivendo o trânsito estará em uma fase de transição, que tende a afetar a vida a dois”, explica a astróloga.

Apesar disso, Marcia enfatiza que, em hipótese alguma, as crises simbolizadas por trânsitos astrológicos devem ser evitadas. “Todo ciclo possui um início, um meio e um fim. E embora todo fim represente uma morte, ele também simboliza um novo começo, que pode ser muito melhor do aquele vivido anteriormente. Na perspectiva astrológica, a pior coisa que podemos fazer é evitar trânsitos que indicam crises e mudanças.

embora todo fim represente uma morte, ele também simboliza um novo começo, que pode ser muito melhor do aquele vivido anteriormente.

Ao contrário, é preciso se antecipar a eles. Por exemplo, se vamos entrar em um trânsito de Urano, é importante começar a se abrir para a ideia de que a relação precisará de mais espaço e liberdade para continuar crescendo; se vamos viver um trânsito de Saturno, é bom começar a reavaliar antecipadamente as bases do relacionamento. Quando nos alinhamos com a energia do planeta a nível psicológico, o impacto físico do trânsito costuma ser muito menor, porque o seu objetivo está sendo alcançado, que é criar consciência para aquela determinada área ou aspecto da nossa vida. O ser humano naturalmente tende a temer mudanças, mas sem elas não há crescimento”, conclui a astróloga.

Terapia Biográfica: momentos marcantes da vida ocorrem a cada 7 anos

Já o médico Marcelo Guerra esclarece que do ponto de vista da Terapia Biográfica, a cada período de sete anos – também chamados de “setênios” – as pessoas passam por processos físicos, anímicos e espirituais, que impulsionam à mudança. “Embora estejamos em constante evolução, esses períodos de transição de um setênio para o outro são momentos cruciais em que investimos muita energia e, às vezes, essa transformação pode levar a conflitos entre um casal, já que os relacionamentos também seguem este fluxo”, explica o especialista.

Marcelo Guerra ainda esclarece que, sob o ponto de vista desta Terapia, as crises em um relacionamento ocorrem pela diferença no estágio de desenvolvimento biográfico. “Por exemplo, um parceiro pode estar num estágio de busca material muito intensa, enquanto o outro está interessado em crescimento espiritual, e isso pode acarretar conflitos. Observe que o gerador do conflito não é necessariamente a diferença entre o que as pessoas estão procurando, mas a intolerância e a arrogância, caso um ou ambos considerem que seus interesses e suas buscas são mais relevantes que os do parceiro. Por isso surge a crise”, atenta Marcelo.

Outro fator importante é como cada parceiro passou pelos setênios, ou seja, as passagens da vida que ocorrem a cada sete anos. “Uma pessoa pode não ter digerido bem um setênio e ficar repetindo aquele padrão, enquanto o parceiro foi adiante. Por exemplo, o 4º setênio, que ocorre dos 21 aos 28 anos, é caracterizado pela experimentação de nossas habilidades e limites. Suponhamos que em um casal de mais de 40 anos de idade um dos parceiros fique repetindo essa fase, ou seja, sempre mudando de trabalho ou de emprego, buscando estímulos sensoriais. Se a pessoa parceira já superou esta tendência, é muito possível que se sinta cansada das experimentações do outro. Isso pode gerar desentendimentos na relação, ou fazer com que ela assuma uma posição de cuidar do seu par e direcioná-lo, tornando-se codependente de seu amor”, compara Marcelo.

Numerologia e Tarot não consideram crise dos 7 anos

Na contramão destas teorias, o numerólogo Yubertson Miranda informa que não há nada na Numerologia que confirme ou sugira que depois de sete anos juntos o casal tende a passar por algum tipo de crise. Segundo ele, é interessante observar o Ano Pessoal (calcule gratuitamente aqui o seu Ano Pessoal) de cada pessoa que compõe a relação amorosa, para identificar os momentos individuais e de que forma o casal pode gerenciar ou até evitar possíveis conflitos.

“Sinceramente, nunca observei a existência de um momento mais conturbado na vida do casal quando ele atinge sete anos juntos. Na Numerologia, quando a pessoa passa por um ciclo 7 (tal como o Ano Pessoal ou algum Trimestre ou Mês Pessoal), sua vida amorosa passa pelo teste do aprofundamento. Ou seja, é uma oportunidade de adquirir maior intimidade na vida a dois. Isto pode acarretar um medo maior de ser traído, rejeitado ou abandonado pela pessoa parceira. Na verdade, um medo de se entregar mais profundamente ao outro e vir a sofrer”, detalha Yubertson.

Ainda de acordo com o numerólogo, os ciclos que mais sugerem crises na vida conjugal são os simbolizados pelos Números 2 e 6. Mas ele esclarece que estes números não têm relação com os anos que o casal está junto, e sim com os ciclos individuais pelos quais cada pessoa passa. “Quando estamos em um Ano Pessoal 2 ou 6, bem como algum Trimestre ou Mês Pessoal simbolizados por esses números, a tendência de viver uma crise mais aguda na vida a dois é maior. Estes ciclos trazem à tona divergências e incompatibilidades numa relação, sugerindo mais brigas e discussões, assim como rompimentos, separações e divórcios.

Neste caso, é preciso muita paciência, diálogo e uma atitude emocionalmente mais madura para que cada pessoa que forma o casal saiba compreender o outro, ceder um pouco e aprimorar sua forma de amar”, orienta Yubertson Miranda.

Do ponto de vista do Tarot (clique aqui para saber mais sobre esse oráculo), também não há nenhuma teoria sobre a crise dos sete anos. No entanto, o tarólogo Leo Chioda esclarece que os momentos conturbados em uma relação existem e devem ser levados a sério, independente de quanto tempo o casal está junto. Apesar de nem todas as crises poderem ser evitadas ou manipuladas, o especialista afirma que o oráculo ajuda a tomar atitudes prudentes em nome de uma convivência harmoniosa e estruturada.

“Assim como as cartas simbolizam os processos intrínsecos da evolução humana – tanto emocional e mental quanto histórica e social -, as crises são oportunidades de rever os anseios, os sentimentos e a própria postura diante das pessoas. Pode ser bastante construtivo, dependendo de um posicionamento humilde e disposto para aprender com as relações pessoais. Quando alguém está vivendo um momento desafiador na vida a dois, uma das orientações sugeridas é consultar um profissional do Tarot para avaliar o relacionamento. Uma leitura dessas imagens arquetípicas esclarece questões importantes do envolvimento amoroso, que passa a ser encarado como uma experiência significativa. O oráculo não se fundamenta apenas nas famigeradas previsões. O Tarot é um instrumento de análise e de inspiração para enaltecer o que há de melhor em um namoro ou casamento, sem esquecer os deveres, que também são ressaltados através dos arcanos”, ensina Leo Chioda.

Teorias à parte, como lidar com crises no relacionamento?

A crise – seja consigo ou com o outro – é uma parte natural da vida. Afinal, geralmente é ela que alavanca os aprimoramentos e indica o momento de parar, refletir e promover ajustes dentro e fora de si. Isto é o que garante a terapeuta energética Ceci Akamatsu. Segundo ela, assim como as dores físicas indicam que há algo errado no corpo, como um sinal de alerta para que a pessoa cuide do que está desequilibrado, as crises amorosas sinalizam que existem discordâncias nas relações, para que assim o casal possa atuar no sentido de harmonizá-las.

as crises amorosas sinalizam que existem discordâncias nas relações, para que assim o casal possa atuar no sentido de harmonizá-las

“Da mesma maneira que não seria saudável vivermos em dor na maior parte do tempo, não precisamos estar em crise permanentemente. Porém, tomar analgésicos para não sentirmos dor e não buscar sua causa para curá-la pode gerar o agravamento silencioso de alguma doença grave. Da mesma forma, não podemos fugir das crises, pois arcaremos com as consequências de tal ato, cedo ou tarde. Cada pessoa é única, assim como um relacionamento e a dinâmica de crises de cada caso. Cabe apenas trabalharmos a consciência acerca de nós mesmos e dos nossos relacionamentos, para que assim possamos viver nossas interações – e até mesmo os inevitáveis momento de crise – com mais serenidade. Trabalhar o autoconhecimento, buscando nossos caminhos por nós mesmos ou com ajuda terapêutica torna-se imprescindível para alcançarmos cada vez mais harmonia conosco e com o outro”, orienta Ceci.

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