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Três princípios para superar problemas no relacionamento

Entenda algumas leis operantes da vida humana e supere obstáculos nas relações pessoais

Atualizado em

Todos os relacionamentos funcionam com base em princípios universais operantes. Assim como existe a lei da gravidade na física, também há leis que atuam nas relações pessoais. 

Por si só, os princípios são bastante simples. A dificuldade está justamente em abrir mão da complexidade, já que a mente humana adora tornar tudo mais complexo.

A partir de agora, vamos analisar três princípios universais dos relacionamentos. Ao conhecê-los, temos a oportunidade de aplicar mudanças concretas para melhorar todos os tipos de relações pessoais.

Quando nos dedicamos a mudar nossos hábitos para fluir com os princípios operantes, torna-se simples reduzir conflitos, ganhar sabedoria em conjunto com outras pessoas e expandir nossa capacidade de amar.

Conheça três princípios universais dos relacionamentos

Princípio da Projeção

O princípio da projeção funciona como um espelho: só vemos fora o que temos dentro de nós. Veja alguns exemplos:

  • Se nos enfurecemos com o outro, estamos, na verdade, com raiva de algo em nós mesmos
  • Se julgamos o outro, estamos julgando algo da nossa própria pessoa 
  • Se nos ressentimos com uma decisão do outro, podemos estar com inveja ou frustrados com a nossa incapacidade de fazer escolhas para nós mesmos 
  • Sempre que sentirmos um incômodo em relação a outra pessoa, vale a pena investigar para descobrir o que está mal resolvido dentro de nós.

Isso também vale para o que de positivo enxergamos em nós mesmos:

  • Se enxergamos beleza no mundo, é porque existe beleza dentro de nós 
  • Se enxergamos amor, é porque há amor em nós mesmos 
  • Se vemos compaixão nos outros, temos compaixão dentro de nós.

Por que o princípio da projeção acontece

Praticamente todos nós estamos acostumados a nos identificar com a nossa forma física, com papéis sociais que exercemos, com determinadas características que temos, com nossos gostos e preferências pessoais, com as emoções e sensações que sentimos, com os pensamentos e crenças que alimentamos. 

Porém, nada disso corresponde à realidade do que somos. Espiritualmente falando, somos uma tela em branco sobre a qual todos esses fenômenos são projetados. 

Podemos chamar essa tela em branco de Consciência

É como se estivéssemos no cinema. Se não estamos gostando do filme, não adianta tentar esbravejar contra as imagens ou querer mudar as cenas que já estão passando. Elas são somente a materialização de algo que está sendo projetado na tela. 

É preciso, então, olhar para o rolo do filme e verificar o que está sendo projetado.

Esse é um ponto bastante desafiador de ser entendido.

Uma vez que compreendemos que somos a consciência por trás da personalidade (e não a personalidade em si), podemos deixar ir inúmeros apegos que causam conflitos nas relações pessoais.

Na intenção de iluminar nossas sombras e limitações, a própria Consciência projeta nas outras pessoas tudo aquilo que ainda não desapegamos dentro de nós. 

Se somos obcecados por organização, encontraremos pessoas bagunceiras em nossa vida para que possamos desapegar dessa obsessão. Se nos rotulamos como intuitivos, é provável que atrairemos pessoas bastante racionais para que aprendamos a amá-las. E assim por diante.

Princípio da Dualidade

O princípio da dualidade diz que tudo se alterna em seu oposto. Os opostos são complementares e nos trazem oportunidades de aprendizado, sabedoria e amor

Em vez de nos ressentirmos com nosso cônjuge por ele ser diferente de nós, podemos agradecer por sermos opostos complementares que se integram em harmonia.

Dualidade causal: a distorção do princípio Divino

Em nossa sociedade, muitas vezes, observamos a dualidade causal, aquela que divide. Essa é a origem etimológica da palavra “diabo”, que significa “o que divide” ou “dois”. Um sinônimo para ela é satanás, que, etimologicamente, significa “adversário”. 

Podemos extrair dessas raízes verbais antigas a essência do sofrer: divisão.

A primeira divisão acontece quando acreditamos que somos indivíduos e separados do Todo. Isso é o diabo, divisão, em nós. A crença em dualidades opostas gera a infinidade de

causas e forças que nos trazem sofrimento. 

Dualidade simbólica: o princípio Divino

Reconhecer que tudo pertence ao Divino e é uno traz a resolução para o sofrer. Na prática, a dualidade (opostos complementares) nada mais é do que uma ferramenta Divina para que possamos nos unir em harmonia. 

A aparente dualidade também permite que enxerguemos fora o que temos dentro, jogando luz em assuntos da nossa vida que estão inconscientes, para que possamos desenvolver amor e sabedoria.

Portanto, em um certo nível de verdade, tudo se alterna nos seus opostos e enxergamos divisões. No entanto, na Realidade Divina, nunca existiu qualquer tipo de separação. 

Tudo é uma coisa só, que é o que podemos chamar de Consciência, Deus, Poder Maior ou qualquer outro nome que fizer sentido para nós.

Princípio da Impermanência

O propósito de qualquer relacionamento é o desenvolvimento de amor e sabedoria. Mas qual o significado real de amor? Na Pandora, dizemos que:

Amor é aceitar o que é, sem esperar que mude, dando o seu melhor.

A frase acima é bastante desafiadora. Aceitar o outro nem sempre é fácil. E mesmo quando o aceitamos momentaneamente, muitas vezes, ficamos esperando que ele mude.

Queremos mudar nosso cônjuge, nossos pais e filhos, nossos colegas e até os desconhecidos. Queremos que todos mudem para satisfazer os nossos apegos.

Em alguma fase da vida, percebemos que não temos a capacidade de mudar o outro e só nos resta aceitá-lo como é, sem criar expectativas. Nesse momento, muitas vezes, a tendência é deixar de dar o seu melhor nas relações. 

“Já que não posso mudar o outro, não vou me doar por completo”. Esse é o caminho contrário ao altruísmo e até mesmo à prosperidade financeira, pois impede a geração de valor, que é a base para ganhar dinheiro.

O que significa o princípio da impermanência

O princípio da impermanência diz que tudo é passageiro e nada nos pertence. As conquistas, as dores, os reconhecimentos, as decepções, os pais, os filhos, a personalidade, os bens materiais, os amigos. Não há nada que escape à lei da impermanência.

Entender isso é a chave para abrir mão das expectativas nos relacionamentos. Se o outro é passageiro, ele não nos pertence. Se ele não nos pertence, não temos controle sobre ele. Se não temos controle sobre ele, não podemos mudá-lo, ainda que possamos dar o nosso melhor a todo momento para oferecer nossos talentos no nível máximo.

Logo, só nos resta aceitar o outro como é, sem esperar que mude, dando o nosso melhor. Isso é Amor Incondicional. Quando amamos incondicionalmente, paramos com os joguinhos de “só fico com você se você mudar”.

Essas chantagens emocionais e apegos deixam de fazer sentido. Passamos a nos doar por completo sem esperar nada em troca. Afinal, a recompensa por dar o seu melhor é a própria consciência de que estamos cumprindo nosso dever.

Quando percebemos que nossos pais, filhos, cônjuge ou amigos não são nossos, apenas estão em nossa vida temporariamente, paramos de tentar controlá-los.

Abrir mão do controle e simplesmente dar o seu melhor é amar. 

Isso não significa fugir da responsabilidade. Uma mãe pode dar o melhor conselho possível ao filho adolescente e deixar que ele decida o que fazer. Alimentar a ideia de que você pode controlar seu filho só trará frustração.

O sofrimento nasce da negação do princípio da impermanência. Nasce da expectativa. A outra alternativa é deixar ir a expectativa e a tentativa de controlar o mundo e as pessoas, adequando-se àquilo que está disponível e que é possível a cada momento. 

Esse estado de servir o mundo com os seus talentos no nível máximo sem esperar nada em troca é Amor.

6 tipos de relacionamentos para aplicar os princípios universais

É muito importante darmos atenção aos diferentes tipos de relacionamento, pois uma das esferas ajuda a outra a fluir. O mesmo vale para as áreas da vida. 

Quanto mais evoluímos em nossos relacionamentos, mais abundância e fluidez geramos para o nosso financeiro, carreira, propósito, autoestima e saúde.

  1. Amizades: pessoas que atraímos por semelhança e que são nossos aliados na busca dos nossos objetivos de vida. A base das amizades é falar a verdade. Para isso, devemos abrir mão de tentar agradar a qualquer custo, priorizando a honestidade;
  2. Parcerias: pode ser tanto o cônjuge como sócios. Com eles compartilhamos valores e propósitos, ao mesmo tempo em que temos características opostas complementares na personalidade. Relacionamentos de parceria têm alta importância para o desenvolvimento da consciência, pois neles o princípio de espelho da lei da projeção fica altamente evidente;
  3. Você mesmo: nossa relação com nós mesmos e com a nossa essência (Self ou Eu Maior), funcionando como um caminho para transcender o ego. Quanto mais nos conectamos com Deus ou Algo Maior, mais reconhecemos a essência em nós mesmos;
  4. Os outros (cidadania): relacionamento com o nosso entorno, os grupos sociais dos quais fazemos parte e nossos deveres sociais. Para esse tipo de relacionamento fluir, podemos nos basear em verdade, gentileza, diálogo e respeito;
  5. Família: relacionamento com pais e filhos, extremamente impactante para a nossa felicidade. Mais uma vez, é importante lembrar que nossos pais e filhos não são nossos, apenas estão compartilhando uma fase de sua existência conosco;
  6. Deus ou Mentor: relacionamento com Algo Maior, com o Universo, a Vida ou com um Poder Amoroso Infinito. Esse é o relacionamento mais importante de todos, tendo maior impacto na nossa felicidade.

Se você tem interesse em desenvolver os princípios operantes em todos os tipos de relacionamentos, recomendamos a leitura do livro O Poder da Empatia. Por meio desta obra, você terá acesso a conceitos didáticos e sugestões de práticas simples e poderosas para melhorar todas as suas relações pessoais, desenvolvendo hábitos que se alinham às leis universais de sabedoria e amor.

Lucas Scudeler

Lucas Scudeler

É Trainer de Alta Performance da Pandora – Evolução Consciente. Formado em Planejamento Estratégico e Coaching em Psicologia Positiva. Já atuou em consultoria internacional atendendo clientes como Sabesp e Peugeot. É especialista em Psicologia Positiva e Coaching pela Universidade Monteiro Lobato em parceria com o Instituto Brasileiro de Coaching.

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