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Pós-parto pode trazer medo, solidão e tristeza

Conheça fatores que alteram emoções da mulher no período, como baby blues e mais

Atualizado em

Tornar-se mãe pode ser a experiência mais gratificante da história de uma mulher, mas isso não impede que ela vivencie esse momento como um dos mais assustadores e estressantes de sua vida. A maternidade é uma grande transição, e a mulher pode sentir todo o espectro das emoções humanas: desde medo e solidão, até felicidade plena e amor incondicional.

A maternidade é uma fase do desenvolvimento psicoafetivo da mulher e vai para além do acontecimento biológico. Isto pode ser uma tarefa fácil ou não. Muitos podem ficar surpresos com essa afirmação, mas a forma como o nascimento de um bebê é vivido depende da história, da personalidade e da sensibilidade do casal e de todos a sua volta. Muitas vezes a atenção no pós-parto fica voltada para o recém-nascido, mas não podemos esquecer que a mulher também merece cuidado no puerpério, considerado por especialistas como o período de maior vulnerabilidade psíquica no ciclo vital feminino.

Baby Blues: tristeza e ansiedade são comuns no pós-parto

Mudanças de humor na mulher após o nascimento de um bebê não são raras. O “Baby Blues” acomete de 60% a 80% das mães no pós-parto. Essa condição ocorre devido às mudanças hormonais e químicas súbitas que ocorrem após o parto e é marcada por tristeza e irritabilidade, crises de choro, agitação e ansiedade. De repente, o corpo tem grandes ajustes a fazer – os níveis de certos hormônios que foram necessários durante a gravidez caem, enquanto os de outros, principalmente aqueles relacionados à amamentação, sobem rapidamente.

Muitas mulheres sentem-se confusas e envergonhadas por estarem tristes após um evento tão alegre como a chegada de um bebê. Por sentirem-se inadequadas, muitas vezes não falam sobre isso. Mas a melhor maneira de lidar com o “Baby Blues” é justamente falando sobre as emoções, o impacto das mudanças e os desafios desta fase.

É importante esclarecer que “Baby Blues” é diferente de Depressão Pós-Parto (DPP). Enquanto o primeiro é passageiro – dura, geralmente, até 15 dias após o parto – e está intimamente relacionado às mudanças hormonais, a DPP é uma condição mais persistente, que requer acompanhamento psicológico e psiquiátrico, e o uso de medicação pode ser recomendado.

A Depressão Pós-Parto geralmente se desenvolve dentro das primeiras semanas após o nascimento do bebê, mas pode começar mais tarde – até um ano depois do parto. A princípio a DPP pode ser confundida com o “baby blues” – mas os sinais e sintomas são mais intensos e duradouros e, eventualmente, podem interferir na capacidade da mãe de cuidar de seu bebê e de lidar com outras tarefas diárias. É importante ligar para o médico se os sinais e sintomas de depressão têm uma ou mais dessas características:

  • Não desaparecem após duas semanas.
  • Estão piorando.
  • Prejudicam sua habilidade de cuidar do bebê ou de realizar tarefas.
  • Incluem pensamentos de agressão ao bebê ou a si mesma.

Amamentar pode ser doloroso e desafiador

Outro ponto que pode dificultar o pós-parto é a amamentação. O valor do leite materno é conhecido por todos, mas pouco é falado sobre como o ato de amamentar pode ser difícil e frustrante. A mídia, os profissionais e a sociedade discursam que a amamentação é um ato de amor e, se por um lado essa afirmativa valoriza o papel da mãe, gera também uma expectativa na mulher. Se ela apresenta alguma dificuldade ou não consegue amamentar, pode imaginar que não ama tanto seu bebê, ou se sente menos mãe. Além disso, essa abordagem totalmente romântica sobre a amamentação a coloca como algo totalmente natural, que não há o que aprender, só basta querer ? isso pode gerar na mulher o sentimento de que ela não quis o bastante.

O que deveria ser difundido na sociedade é que a amamentação pode ser ensinada e facilitada. Se a mulher tiver informações durante a gestação, ou até antes de engravidar, se sentirá muito mais segura. O olhar sobre a amamentação como algo determinado também pela cultura, não apenas pelo biológico, pode reduzir a ansiedade que permeia esse ato que, sem dúvidas, é de extrema importância para o vínculo da mãe com seu bebê.

A partir dessa breve reflexão, podemos perceber que a informação é algo que empodera e que pode ser determinante em como será o pós-parto da mulher. É importante que as futuras mães e seus parceiros conheçam os sinais e os sintomas do ?baby blues? e da depressão pós-parto antes do bebê nascer, bem como buscar informações sobre as possíveis dificuldades que a mãe pode passar depois do nascimento do filho. Dessa forma, o casal saberá o que esperar e será mais fácil identificar se a recém-mãe está entre a maioria das mulheres que experimentam mudanças de humor de curta duração (o “Baby Blues”), ou se é necessário procurar ajuda profissional (depressão pós-parto).

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