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Três passos para vencer a timidez

Reconheça as origens dos seus medos, em vez de tentar disfarçá-los

Atualizado em

Na festa você é aquela pessoa que fica num cantinho rezando para que ninguém se aproxime? No trabalho você é eficiente, mas não consegue a promoção porque não tem coragem de expor suas ideias, nem falar de seu bom desempenho? Na sala de aula é um solitário e na hora dos trabalhos em equipe fica sempre no grupo que “sobra”?

Entre os amigos você prefere concordar a ter que defender um ponto de vista diferente? E no amor… ah, como é horrível ver os amigos se dando bem e você curtindo uma paixão silenciosa por medo de tomar pequenas atitudes.

Mas a timidez muitas vezes existe e não é facilmente reconhecida, porque muitos tímidos desenvolvem técnicas especiais para disfarçar essa faceta da personalidade. Podem mesmo ser sorridentes, mas o difícil mesmo é saber o que eles realmente pensam e sentem, por uma simples razão: um tímido tem medo.

Passo 1: Reconheça seus medos

Os principais medos do tímido são: de não ser aceito, de ser julgado, de falar “bobagem”, de que não o entendam, de desagradar aos demais, entre tantos outros medos.

Se você se identificou com as descrições do início do texto e com os medos citados acima, saiba que essas inseguranças podem ter sido adquiridas na infância.

Passo 2: Investigue as origens de seus medos

É perfeitamente possível vencer esses medos quando conseguimos reconhecer suas origens. Se pensarmos um pouco, chegaremos à conclusão de que não tem a menor importância não concordar com a opinião de um colega, e se nos sentimos seguros não teremos medo do julgamento nem que deixem de gostar da gente ou que não gostem da roupa que estamos usando, simplesmente porque na maior parte das vezes as outras pessoas não se ocupam com isso. É o tímido que se ocupa e se julga o tempo todo, e sofre a cada vez que se vê num ambiente que não lhe seja absolutamente familiar onde possa se sentir mais protegido.

Para superar a timidez é preciso investigar quais são os medos e suas origens. Usualmente esses medos nascem na falta de sensibilidade e respeito para com as necessidades da criança. Seguem alguns exemplos de situações que podem “fabricar” uma pessoa tímida, a fim de facilitar sua compreensão sobre os motivos da sua timidez:

  1. Se uma criança se sentiu traída, sua confiança no mundo dos adultos provavelmente será abalada. Pode se tornar uma criança arredia e recolhida e futuramente um adulto tímido e desconfiado, sem se dar conta das razões que o levaram a esse comportamento.
  2. Uma criança alvo de constantes críticas do tipo “você não sabe se comportar”, “você faz tudo errado”, “eu esperava que você fosse diferente”, ou as mesmas críticas frequentes com palavras suaves como “você não deveria fazer isso desse jeito, mas de outro”, podem produzir na criança um sentimento de inadequação e o resultado pode ser a timidez.
  3. Ser alvo de indiferença dentro de casa também pode fazer a criança e, posteriormente o adulto, se recolher em seu mundo acreditando que sua vida e sua opinião não valem nada, uma outra versão para a timidez, resultado também de baixa autoestima e do sentimento de ser pouco importante.

É claro que o fato de uma pessoa ser mais reservada ou não ser expansiva não quer dizer necessariamente que ela seja tímida, pode apenas se tratar de um traço de personalidade sem prejuízo para sua vida e sem lhe causar sofrimento. Como diferenciar?

Passo 3: Busque apoio terapêutico

As pessoas tímidas geralmente são tensas e ansiosas e muitas disfarçam isso muito bem, mas só elas conhecem a angústia que as acompanha nas situações mais corriqueiras da vida.

É claro que existem muitas outras razões para que alguém seja tímido e que sozinho não é muito fácil identificar quando foi que tudo começou. Mais aterrorizante ainda é dar os primeiros passos na direção de uma vida sem tensões nos relacionamentos interpessoais.

Procurar um terapeuta já é o início do processo, pois há que se ter coragem para enfrentar os medos. Juntos, paciente e terapeuta vão paulatinamente trazendo à tona os traumas ou abusos emocionais sofridos.

Muitas vezes as pessoas não se dão conta de que alguns fatos de sua vida podem ser determinantes no surgimento da timidez e, o que parece sem importância pode representar o fio da meada que vai levar ao entendimento e posterior transformação.

A terapia de grupo é um recurso altamente valioso porque permite o contato com outras pessoas dando ao terapeuta muitos elementos a serem trabalhados na terapia individual. Além disso, o grupo representa uma micro sociedade na qual o paciente vai poder “ensaiar” os primeiros passos na direção de um contato mais espontâneo e seguro com os outros, e dali “treinar” em seu dia a dia. Mas o grupo é introduzido como parte do tratamento apenas quando o paciente estiver pronto, ou seja, depende da avaliação do terapeuta e do conforto emocional do paciente para a interação.

Cada pessoa tem seus tempos internos e a evolução é muito pessoal, sempre dependendo das possibilidades e do comprometimento de cada um, daí ser impossível falar em “prazos”. Mas é um caminho confiável para superar a timidez.

É perfeitamente possível transitar pela vida com leveza, sem se esconder de si mesmo e dos outros. Se achar que é preciso procure ajuda especializada, porque se existe um medo importante a ser vencido, é o medo de ser feliz.

Celia Lima

Celia Lima

Psicoterapeuta Holística, utiliza florais e técnicas da psicossíntese como apoio ao processo terapêutico. Presta atendimento também por meio de terapia breve com encontros semanais, propondo uma análise lúcida e realista de questões pontuais propostas pelo cliente objetivando resultados de curto/médio prazo.

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