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Criatividade no banho: Por que temos boas ideias nesse momento do dia?

Descubra por que a criatividade no banho surge tão facilmente, liberando insights e soluções ao relaxar e aliviar a ansiedade.

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Não sei como é para você, mas é eu entrar no banho e ideias começam a aparecer. Já tive insights pessoais reveladores, ideias de projetos de trabalho, solucionei problemas simples e outros enormes. Mas porque será que temos tantas ideias embaixo do chuveiro? Qual o seu palpite?

Muito do que a gente acredita serem as condições ideais para alcançar um estado criativo, se baseiam em questões externas. Por exemplo, como seria o ambiente ideal. 

Mas como fica a situação de quem não tem um escritório ou homeoffice de Pinterest, com uma mesa maravilhosa toda bem organizada, com janelas amplas de frente para uma linda paisagem? 

Tudo isso em que geral fica pirando como sendo “AS” condições perfeitas, na verdade, podem até funcionar, mas não pelo poder sensacional de uma mesa bem posicionada para uma bela vista. O que rola é que muitas vezes essas intervenções no ambiente acabam atuando em nosso estado mental, gerando algum fluxo no nosso caos, sabe?

O maior obstáculo: a ansiedade

O maior obstáculo para entrar num estado criativo e ter as tais boas ideias, costuma ser uma sensação que a gente conhece bem: a ansiedade.

Não é questão de ter uma mesa maior, materiais de papelaria mais coloridos, nem janela de frente para uma paisagem perfeita. A questão é mesmo lidar com a ansiedade que exige demais de nosso cérebro e do nosso corpo. Ou seja, que nos distrai, nos lança para muitas direções e para nenhuma, confunde a linha do raciocínio. Além disso, bloqueia nosso mecanismo criativo, nos suga e nos cansa. 

Isso porque ela deixa todo nosso corpo em estado de alerta como se ele precisasse atacar ou fugir a qualquer momento. Aí não dá mesmo para entrar naquele estado que une relaxamento e atenção, onde a magia criativa acontece.

Ah, mas aí que entra o chuveiro. Aquele tempo de trégua, onde nossos sentidos podem simplesmente relaxar, a mente também fica de boa. Isso porque porque entende que não precisa se alarmar – “ah, é só a hora do banho”. 

A preocupação ali é só lavar todas as partes e conferir se enxaguou o xampú, enquanto ouvimos o barulho bom de água caindo, sentimos temperatura e aromas agradáveis. Aí aquelas ideias que ficaram lá no fundo durante o período onde a ansiedade vigorava, agora, com o alívio da pressão, podem vir pra superfície. 

Banho para criatividade

Como não estamos ali “para pensar”, acontece algo interessante: os pensamentos podem fluir de maneira mais livre, mais criativa e mais corajosa, até.

Agora é banho toda hora, então? Na verdade, podemos atingir um estado assim, de arrefecimento das barreiras ansiosas, quando fazemos uma caminhada, dirigimos por um caminho já conhecido, escovamos os dentes, lavamos vasilhas, ouvimos uma playlist que gostamos… 

A mente dá aquela relaxada e nossas porções mais criativas, autênticas e ousadas podem aparecer.

Se queremos ter boas ideias, parece que um primeiro passo é sair do estado mental que fica repetindo “preciso ter uma ideia, preciso ter uma ideia, preciso ter uma ideia”. Precisamos respirar fundo e fazer algo completamente diverso desse padrão de estresse. 

Favorecer um estado de relaxamento e de permissão. E o momento do banho, onde estamos literalmente despidos, onde não há máscaras nem roteiros rígidos, onde podemos ser presença no nosso corpo, dá uma boa ideia de como podemos achar caminhos para nosso Eu Criativo ter mais momentos assim.

E você, onde e como costuma ter as suas melhores ideias?

Para continuar refletindo sobre isso, escute o episódio do meu podcast: Mais viva e mais criativa.

Juliana Garcia

Juliana Garcia

Psicóloga graduada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), pós-graduada em Psicodrama pelo Instituto Mineiro de Psicodrama Jacob Levy Moreno, pós-graduanda em Análise Junguiana e Arteterapia. Trabalha temas ligados ao universo inconsciente dos sonhos, autenticidade, coragem e transições de vida. Especializada na condução de grupos de estudos do livro “Mulheres que correm com os lobos”.

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