Stranger Things e o poder da mente: o que o Mundo Invertido revela sobre você?
Entenda o que Stranger Things e o poder da mente revelam sobre seu inconsciente e a luta contra seus monstros internos
Por Andrea Leandro
Você já sentiu que estava vivendo no “Mundo Invertido”? Para entender essa sensação, precisamos explorar a conexão profunda entre Stranger Things e o poder da mente, afinal, a série da Netflix pode ser uma grande metáfora sobre o nosso inconsciente e não apenas uma aventura com monstros.
A série captura a atenção do público por várias razões, como o tom nostálgico dos anos 80, a moda e a tecnologia da época. Mas, se olharmos com atenção, veremos que Hawkins é um palco para batalhas internas.
Vamos analisar como a série usa a amizade, a música e o enfrentamento dos traumas para nos ensinar sobre saúde mental.
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O resgate pela música e pela memória
Um dos pontos focais que a série aborda é a força da música. Quem viveu a década de 80 sabe o impacto daquelas melodias, mas a série eleva isso a um nível terapêutico.
Na quarta temporada, aprendemos uma lição valiosa em um hospital psiquiátrico: a música tem a capacidade de acessar áreas profundas do cérebro, acalmar pacientes e reconectá-los com sua essência.
Vimos isso, na prática, quando uma personagem escapa do vilão apenas ao ouvir sua música favorita.
A vida imita a arte: Assim como nos filmes da Marvel, onde o Hulk precisa de uma “canção de ninar” para retomar a consciência, nós usamos a música no dia a dia para regular emoções.
Quem nunca ouviu uma playlist específica para curar uma dor ou reviver uma memória feliz?
Leia também: Stranger Things e saúde mental: o que os personagens têm a nos ensinar
Vecna: O vilão que mora nos pensamentos
É aqui que a relação entre a série e a psicologia fica mais evidente. O vilão Vecna não ataca apenas o corpo; ele invade a psique.
Ele escolhe vítimas em Hawkins que carregam culpas, segredos e traumas não resolvidos. Ele se aproxima dizendo que são “fracas”, explorando a fragilidade mental de cada um. A grande sacada da trama é mostrar que:
- O perigo real não é o monstro externo, mas os pensamentos intrusivos.
- As crianças e adolescentes, embora pareçam inocentes, possuem um potencial latente gigantesco.
- Enfrentar o monstro exige, antes de tudo, enfrentar a própria mente.
Opinião alheia: Espelho ou Ruído?
A série também brilha ao abordar a autoaceitação e a amizade. Em diálogos tocantes entre personagens como Robin e Will, vemos que a verdadeira força reside em acreditar em si mesmo, e não na validação externa.
Mas como lidar quando a opinião do outro nos machuca?
- O incômodo é um sinal: Se algo que o outro disse te incomoda, pergunte-se o porquê. Isso pode ser um ponto de virada para o seu autoconhecimento.
- Adaptação, não submissão: Você não precisa se encaixar na vontade alheia. Se alguém critica sua sinceridade, você pode continuar sendo verdadeiro, apenas ajustando a forma de falar para ser mais respeitoso.
- A responsabilidade é sua: O outro pode não gostar do seu corte de cabelo ou das suas roupas. Isso é opinião dele. O quanto você fica desconfortável com isso é responsabilidade sua.
Luz e Sombra: A batalha interna
Todos nós temos luz e sombra. O “Mundo Invertido” pode ser visto como a nossa Sombra (conceito da psicologia junguiana): tudo aquilo que não queremos encarar.
A sombra não é necessariamente ruim; é apenas o desconhecido que precisa de luz. Quando compreendemos nossos medos, eles deixam de ser monstros assustadores e se tornam parte da nossa história de superação.
A trajetória de Will Byers é a prova disso: de vítima indefesa na primeira temporada, ele caminha para descobrir que sua sensibilidade e sua conexão com o “outro lado” podem ser, na verdade, sua maior força.
Conclusão
Claro, precisamos da “Suspensão de Descrença” para curtir a ficção — aceitar que existem demogorgons e superpoderes. Mas, ao desligar a TV, fica a reflexão real.
A série é um realismo fantástico que nos ensina sobre a importância da amizade e a resiliência humana. No fim, ao analisarmos Stranger Things e o poder da mente, aprendemos a mesma lição: não importa quão escuro seja o Mundo Invertido, a saída sempre existe quando acendemos a luz interna.
Andrea Leandro é Terapeuta Integrativa (Florais, Reiki, Gestão Emocional e Ginástica Cerebral), Consultora em Harmonização de Espaços (Feng Shui, Geobiologia, Mesa Radiônica e Radiestesia), Facilitadora de Círculos de Construção de Paz e dos Movimentos do Brain Gym® e Instrutora de Meditação e Yoga para Crianças e Adolescentes.
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