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Roma, a cidade eterna

Roteiro de viagem oferece dicas de gastronomia, diversão e mais

Atualizado em

Dois antigos ditados sintetizam bem alguns conselhos que eu daria para aqueles que visitam pela primeira vez a cidade de Roma, uma das cidades-mães do mundo ocidental. O primeiro dentre eles adverte: para conhecer Roma, não basta uma vida. Sim, é verdade. Roma é tão grande, fantástica e cheia de detalhes, que até alguns romanos natos podem não conhecê-la em sua inteireza. Roma é como uma mulher misteriosa que se desvela aos poucos. Deste modo, não tenho a mínima pretensão de sugerir a melhor forma de “conhecer” esta cidade. Não adianta nada eu aconselhar que você passe quatro dias, sete ou um mês inteiro. Roma sempre terá o que oferecer como surpresa numa próxima vez. O que ofereço aqui é um pequeno guia para que você tenha uma boa experiência e não “pague micos” típicos de turista. Para passar bem nesta esplêndida cidade, vamos ao segundo ditado: em Roma, aja como os romanos. Agindo como os romanos, você evitará verdadeiras “frias” e aproveitará melhor a sua viagem.

E, se você é mulher e quer mesmo agir como uma romana, siga esta regra fundamental: deixe seus sapatos de salto alto no Brasil. Em Roma você vai caminhar bastante e as ruas não são nada favoráveis a sapatos deste tipo. Prefira sandálias ou qualquer coisa que seja bem confortável.

A chegada no aeroporto

O controle de passageiros em Roma é muito tranquilo. É um dos lugares mais sossegados da Europa, no sentido de que dificilmente um oficial irá submeter você a uma revista humilhante, ou a uma longuíssima entrevista do tipo “o que você veio fazer aqui?”, “quanto tempo vai ficar?”, “quanto dinheiro trouxe?” e outras coisas que normalmente ocorrem em lugares como Londres ou Madrid. Em geral, os oficiais nem olham na cara das pessoas. Carimbam o passaporte, e… benvenuto a Roma!

Em todo caso, saiba que para entrar em Roma os brasileiros precisam de:

  • Um passaporte cuja validade seja superior à de três meses, a partir da data que você entrou em Roma.
  • Comprovante de passagem de ida e volta (e você só pode ficar como turista por no máximo três meses; para períodos maiores, é preciso um visto especial de estudo ou de trabalho)
  • Um seguro-saúde válido pelo período da viagem
  • Comprovante de reserva de hotel ou a carta-convite de um amigo, informando que você ficará com ele, o endereço e um telefone para contato

Com exceção do passaporte, é bem provável que ninguém lhe peça nenhuma das outras três coisas, mas é bom tê-las. A ausência de um plano de saúde ou do comprovante da passagem de volta pode servir de justificativa para não deixarem você entrar. Nunca vi pedirem isso a alguém em Roma, mas podem pedir. Lembre-se: entrar num país, ainda que este país seja um amigo do Brasil, não é um direito social. É uma concessão.

Não é preciso visto no passaporte para entrar em Roma, se você é brasileiro. Apenas pegue seu passaporte e vá.

Reservando um hotel

Um dos pedidos que mais me fazem e que acho dificílimo responder, é: “Qual hotel você recomenda que seja bom e barato em Roma?”. Esta é uma questão muito subjetiva! Como eu vou saber o que significa “barato” pra você? Para algumas pessoas, 40 euros é caríssimo. Para outras, encontrar um hotel em Roma por 80 euros é barato. A pergunta certa seria “Você recomenda um bom hotel que custe na faixa entre X e Y euros?”. Sim, sempre há um hotel razoável na faixa de preço que você pode pagar e muitos sites de busca oferecem estas informações, como o Booking.com

Devo confessar que poucas cidades são tão decepcionantes em termos de rede hoteleira quanto Roma. E isso é uma pena. O fato de ser uma cidade superturística, de imenso valor histórico e para onde meio mundo quer ir faz com que hotéis que seriam considerados muito ruins no Brasil cobrem valores salgados. Mas este é um problema fácil de sanar. Os sites de busca permitem que você identifique hotéis variados em preço e qualidade. Meu conselho é: pesquise muito. Compare preços, leia as críticas dos hóspedes. Como estamos falando de Roma, você vai ter que investigar direitinho o hotel, para não ter uma surpresa ruim (hotéis sem elevador, com cheiro de mofo, banheiro sujo, etc.).

Eu, particularmente, gosto de ficar em qualquer hotel que não seja um pulgueiro e que seja o mais próximo possível da Stazione Termini (a estação central de trens em Roma). A razão é simples: Termini é um lugar bem central, dá pra se deslocar facilmente para os lugares que interessam e como eu nunca me limito a visitar apenas Roma, termino indo a Termini para pegar trens que me levarão a outras cidades. Só é preciso tomar cuidado com a grande quantidade de batedores de carteira existentes em Termini e no entorno. Dificilmente você sofrerá um assalto à mão armada, mas, se não ficar atento(a), nem vai saber quem roubou sua carteira… E se alguém muito gentil se aproximar oferecendo ajuda para carregar suas malas, responda polidamente “no, grazie” e siga sua vida. A chance é alta de a pessoa estar querendo roubar sua bolsa, ou então te ajudará e depois dirá que a “ajuda” custa vinte euros e vai infernizar se você não pagar. Olho vivo, portanto!

Nota importante: tome muito cuidado para não escolher hotéis localizados em Fiumicino! Fiumicino não é Roma, é um município vizinho a Roma! Se você ficar em Fiumicino, se verá longe de tudo o que Roma tem a oferecer e vai perder muito tempo (e dinheiro) com deslocamentos. Eu só recomendo ficar em Fiumicino se você na verdade não quer ficar em Roma, mas precisa fazer uma troca de avião que vai demorar, tipo, doze horas, e quer dormir neste ínterim. Ao invés de dormir no aeroporto, você pode encontrar vários hotéis bons e de preço razoável em Fiumicino. Destaco esta nota porque este é um erro muito comum do marinheiro de primeira viagem em Roma: ele pesquisa hotéis na internet, vê um bonito de preço razoável e faz a reserva sem se tocar que é em Fiumicino.

Ao fazer reservas por sites de busca de hotéis, verifique as opções de cancelamento e alteração de reserva. Há hotéis que não permitem alterações. Fuja deles. É muito desagradável passar por um imprevisto e ainda sair no prejuízo porque aquele hotel não altera datas.

Indo para a cidade

É no principal aeroporto de Roma que você descobre o quanto um país do dito “primeiro mundo” não difere muito do “terceiro mundo” quando o que está em questão é a oportunidade de tirar o máximo de dinheiro do turista desavisado.

Os taxistas – que irão lhe abordar assim que você sair do desembarque – tentarão muito insistentemente convencer você a contratar o serviço deles por um preço fixo. E este preço fixo é um absurdo: gira em torno de oitenta euros. Ora, pelo taxímetro uma viagem entre o aeroporto e o centro de Roma não sairia por mais de cinquenta euros, então nada justifica este valor. Deste modo, a não ser que você tenha chegado em Roma de mudança e com duzentas malas, parta para alternativas confortáveis e econômicas. Faça como os romanos: vá de trem ou ônibus. Ou você acha que um romano vai pegar um táxi que cobra um absurdo?

(Claro, se você estiver com três malas pesadas, pegue um táxi. Mas regateie bastante o preço, ou exija o taxímetro)

A mais econômica das alternativas é, sem dúvida, o ônibus. Caminhe até o terminal 3 (T3) e, logo na saída, você se deparará com o ônibus especial cujo destino final é a Stazione Termini, bem central. O valor do bilhete deste ônibus costuma variar de acordo com o dia da semana e o horário, flutuando entre quatro e oito euros. O tempo de deslocamento é de uma hora, e o ônibus tem bagageiro. Você provavelmente estranhará o fato de que, ao inserir sua mala no bagageiro inferior, ninguém lhe dá um comprovante da bagagem. Parece esquisito, mas é assim mesmo que funciona. É altamente improvável que alguém venha a roubar a sua mala, então não se preocupe e aproveite a economia!

Você também pode pegar o trem que conduz do aeroporto até a Stazione Termini. Ele custa mais caro que o ônibus, 14 euros, mas ainda assim é muito mais barato que o táxi. O trem é confortável e é fácil encontrá-lo. Dentro do próprio aeroporto, siga uma placa que exibe o desenho de um trem, onde se lê “ai treni” (aos trens). No guichê, compre um bilhete e não se esqueça de convalidá-lo. Em toda a Itália, não basta comprar o bilhete para pegar trens ou ônibus. É preciso validá-lo numa maquininha antes de usá-lo. Se não o fizer, você pode pagar uma multa estrondosa!

Mergulhando na história

Inicialmente talvez você se irrite com o fato de que o metrô em Roma é bem limitado, velho e feio. Estou sendo bonzinho, deixe-me corrigir: o metrô é horroroso. Acontece que Roma tem tanta, mas tanta história, que, se você chutar uma pedra, encontrará debaixo alguma ruína. Deste modo, é praticamente impossível expandir a rede de metrô. Os engenheiros começam a obra e precisam interrompê-la, por descobrirem alguma ruína de grande valor histórico.

Dito isso, saiba que você está numa das cidades com mais história em toda a Europa. Você quer ir ao Coliseu, é claro. Mas não faça isso tão rapidamente. Vou ensinar um segredo: sabe aquela fila gigantesca de turistas querendo entrar no Coliseu? Você não precisa pegá-la.

Exatamente, você pode evitar esta fila, sem cometer nenhuma desonestidade. Em Roma, aja como os romanos: vá até o Foro Romano, pertinho do Coliseu, e na bilheteria peça um “biglietto integrato” (ingresso integrado). Ele custa apenas um pouco mais caro do que o bilhete do Coliseu e – viva! – permite que você visite várias ruínas romanas em até uma semana. O mais interessante é que a bilheteria do Foro Romano raramente apresenta filas. Quer dizer: você evitou a fila horrorosa para comprar ingressos para o Coliseu e agora tem em suas mãos um bilhete que lhe permite entrar não apenas no adorado Coliseu, como em vários outros lugares. Sugiro que comece pelo próprio Foro Romano. Creia-me: é tão interessante quanto o Coliseu (eu acho até mais interessante).

(É claro que se todo mundo tiver essa ideia, a fila imensa do Coliseu vai virar a fila imensa do Foro Romano, mas a probabilidade de isso ocorrer é muito pequena. Os turistas em geral realmente ignoram o “biglietto integrato” e parecem adorar ficar numa fila enorme).

Além do Foro Romano e do Coliseu, não deixe de conhecer o Teatro Marcello (que muita gente pensa ser o Coliseu e de fato há alguma semelhança) e a Cripta Balbi. Um dos meus lugares favoritos em Roma é o Pantheon – um templo ecumênico que terminou sequestrado em exclusividade pela Igreja Católica.

No que tange a pontos turísticos, eles não faltam em Roma. A Fontana di Trevi é um espetáculo à parte e merece ser visitada nas “horas mágicas”: o pôr do sol ou de manhã bem cedo. Visitá-la ao meio-dia é suicídio fotográfico, as fotos ficam medonhas neste horário. E sim, você vai querer tirar uma foto linda com a Fontana atrás de você.

Alexey na Fontana di Trevi

O Vaticano merece um dia só para ele. O museu é incrível. A fila é sempre imensa, mas não se preocupe, ela anda rápido. Deste modo, não caia no conto dos cambistas que mentirão dizendo que você ficará três horas na fila do ingresso, tentando lhe convencer a comprar mais caro na mão deles. A fila dura, em média, 45 minutos. E lembre-se: não é permitido entrar no Vaticano com os ombros à mostra, nem com saias curtas ou bermudas curtas. Qualquer coisa acima do joelho fará você ser barrado. Não perca a viagem, vista-se de acordo com as regras locais.

A Piazza Navona e a Piazza di Spagna são lugares fantásticos, belíssimos. Se for primavera ou verão, não dispense um passeio pelo Lungo Tevere (o rio Tibre). A vida noturna costuma ser bem animada nas estações mais quentes, perto do Tevere e na região do Trastevere. A juventude “ferve” no Trastevere.

Na Isola Tiberina, o pôr-do-Sol ocorre às 22h no verão e se converte na Ilha do Cinema, com sessões projetadas num imenso telão ao ar livre. As margens do rio Tibre fervilham de festa e bares que funcionam apenas no verão

Onde comer?

Infelizmente, comer bem em Roma não é uma experiência muito fácil, e muitos turistas de primeira viagem saem desapontados, pois tinham a expectativa de que se fartariam com bons pratos e se deparam com gororobas. Come-se excepcionalmente bem na Itália como um todo, mas Roma é uma cidade turística demais. Deste modo, é muito comum encontrar restaurantes que são verdadeiras “roubadas”: preços altos e comida de baixa qualidade. Lembre-se: isso não é a tradição romana. Isso se chama “armadilha pra turista”.

Primeira lei: corra, fuja de restaurantes próximos a lugares muito turísticos. Nenhum romano comeria neles, então por que você o faria? A probabilidade de o restaurante ser ruim é diretamente proporcional à proximidade do lugar famoso. Você pagará caro e comerá mal. Lugares assim estão sempre lotados de turistas desavisados, que saem do Coliseu morrendo de fome e aceitam qualquer gororoba que lhe ofereçam. Mas, bem, você não é um turista desavisado depois de ler este artigo, não é mesmo?

Se você for pedir peixe, preste muita atenção no que diz o menu. Alguns lugares cometem o despautério de informar o preço de 100 gramas de peixe e o turista desavisado não nota! Aí você pede o prato, achando que está pagando doze euros, e depois descobre que está devendo a pequena fortuna de quarenta e oito euros porque o seu prato veio com 400 gramas de peixe. Coma peixe em outro lugar, não em Roma.

Os bons restaurantes romanos você encontrará nos becos escuros dos lugares mais afastados do inferno turístico. É nestes lugares que os romanos comem a comida tipicamente italiana. Você pode entrar sem medo nestes becos todos. Em Roma há batimento de carteira, mas muito dificilmente alguém lhe assaltará num confronto direto. É uma delícia poder andar durante a madrugada sem sentir tanto medo. Permita-se caminhar pelas vielas, se perca nelas. Vê aquela osteria, aquele restaurantezinho de iluminação fraca escondido num beco? Entre e descubra que os romanos estão ali, comendo a verdadeira comida italiana e sendo felizes.

Sabe a pizza? Na Itália ela é servida individualmente, num prato, e tem a massa fina (e maravilhosa). Não é permitido dividir sabores, pedindo metade disso e metade daquilo. Mas há também os lugares que vendem a pizza al taglio: você escolhe o tamanho da fatia, o sabor e pode pegar várias fatias e sabores distintos.

Sei que geralmente o brasileiro não faz por mal, mas de jeito nenhum chame o garçom de “psiu” ou “ei”. Isso é uma tremenda falta de educação na Europa inteira. E, convenhamos, é mal educado no Brasil também. Garçom não é “psiu”, garçom não é “ei”, garçom é garçom. Em Roma, basta erguer a mão, sinalizar e dizer “per favore”.

Comer à italiana geralmente envolve pedir um primo piato (primeiro prato, geralmente de massa), um secondo (carnes em geral), uma insalata (a salada, que vem ao final, ao contrário do Brasil). Isso é muita comida. Nem mesmo os italianos comem sempre tudo isso, ao contrário do que se pensa. O fazem apenas em ocasiões muito especiais. Você pode perfeitamente optar por comer apenas um primo ou um secondo, sem problemas. Experimente o pão que com certeza será oferecido. Acredite, você sentirá saudades deste pão.

E beba vinho! Para os italianos, vinho não é “bebida alcoólica”, é alimento. Duas taças por dia vão fazer bem ao seu coração e ao seu espírito. O vinho na Itália custa baratíssimo, e os restaurantes tradicionais oferecem o vino della casa, geralmente muito bom.

Se não bebe álcool de jeito nenhum e não quer abrir exceções, experimente o excepcional suco de laranja italiano. Mas atenção, não peça succo d´arancia, caso contrário lhe oferecerão um suco industrializado (pecado!). Também não peça uma aranciata achando que isso é “laranjada”, pois lhe trarão um refrigerante sabor laranja! Peça uma spremuta d´arancia. A laranja será espremida na hora, o suco é uma explosão doce e melhor ainda se lhe oferecerem o suco vermelho, que parece sangue. Você vai até desconfiar que aquilo não é suco de laranja, mas é. Com gominho e tudo.

Sobremesa? Experimente os sorvetes! Que tal sair dos sabores banais? Você viajou milhares de quilômetros para pedir um sorvete de chocolate? Peça os sabores que você só experimentará na Itália: liquirizia (alcaçuz); laranja com limão e tangerina; sorvete de pera. “Con panna o senza panna?”. Panna é um creme leitoso que alguns gostam de pôr no sorvete. Eu detesto, mas experimente. Pode ser que você curta.

O café merece um capítulo à parte e regras muito precisas. O brasileiro de primeira viagem pode enlouquecer, só tentando entender como pedir um café na Itália.

Se você pedir um caffè latte, achando que isso é um café com leite, vai se arrepender ao se deparar com um copo cheio de leite quente e uma gota de café. Se você quer um café com leite, tem duas opções: peça um caffè americano, ou até melhor: peça um cappuccino. O cappuccino italiano não leva chocolate como no Brasil e é o mais próximo do nosso “café com leite”.

Se você quer algo menor, peça um caffè macchiato, um café expresso numa xícara pequenina com uma gota de leite. E se quer conhecer o sabor da vida, peça um corretto (café com uma pitada de bebida alcoólica).

Pensa que acabou? Depois do café vem o amazzacaffè, um licor digestivo. Há de vários sabores. Os meus favoritos são o limoncello e o de liquirizia.

Dificilmente se cobra 10% nas contas, mas com certeza a conta exibirá algo que muitos brasileiros estranham: il coperto. Trata-se de uma taxa de serviço, que varia de dois a três euros por pessoa (e lhe garante bom pão, fresco). Convenhamos, é melhor do que pagar 10%. Mas se você quiser dar uma gorjeta ao garçom, um euro está de bom tamanho. Se gostou mesmo do serviço, ofereça dois euros.

Nota: em muitas lanchonetes, sobretudo sorveterias e lugares que vendem pizza al taglio, há o preço para comer em pé e o preço para comer sentado. Sentado é mais caro. Não saber disso costuma ser razão pra muita briga desnecessária…

Outras dicas

Comprar água? Para que? Fontes generosas espalhadas por toda a cidade permitem que você colete água mineral de primeira qualidade. Ande com uma garrafinha e a encha sempre que puder.

Você é gay? Viaje no verão e se jogue na Muccassassina (“vaca assassina”), uma das mais divertidas e tradicionais festas para gays e simpatizantes da Europa. Pensando bem, se você não for gay, vá mesmo assim e se divirta. Os melhores lugares gays estão cheios de heteros civilizados, e todos são amigos e felizes.

Gosta de moda? Procure as lojas italianas que não são famosas. Você vai encontrar roupas com cortes perfeitos e preços razoáveis. Se você for homem e for passar mais de uma semana na Itália, pode encomendar um terno feito sob medida. Uma peça que você nunca, nunca vai esquecer.

A leitora Ilce Liger lembrou de algo interessante, a respeito do atendimento médico italiano dado aos brasileiros. Prestem atenção: “cidadãos e cidadãs brasileiros não precisam de seguro saúde. Existe um acordo bilateral entre Brasil e Itália que prevê o atendimento médico nos hospitais públicos italianos, em qualquer cidade ou região, de forma gratuita. Para isso, o cidadão só precisa estar em dia com o INSS no Brasil. Antes de viajar, basta procurar o INSS e pedir para preencher o “formulário de acordo bilateral entre Brasil-Itália” e, com esse formulário (que está escrito em italiano), receber atendimento nos hospitais italianos, caso necessite (quem paga à Itália esse atendimento, na realidade, é o governo brasileiro!).”

A melhor época para viajar é na primavera e no outono. O inverno pode ser muito frio e vai exigir que você leve mais roupas. E isso significa malas mais pesadas. O verão é tão quente que chega a ser imoral. E o atendimento em Roma varia de acordo com as estações. Se na primavera o garçom vai ser um poço de gentileza e sorrisos, no verão ele terá se transformado no Incrível Hulk e se comunicará através de grunhidos. Evite Roma no verão. Principalmente em agosto, nos primeiros 15 dias. Aliás, evite a Itália inteira no começo de agosto, a não ser que você vá para a praia. É período de férias, tudo fecha e é insuportavelmente quente.

Por fim, aprenda esta importante lição:

Roma é o reflexo do amor.

O espelhamento da palavra “Roma” é “amoR” e não é à toa. Cidade perfeita para os solteiros e para os casais. Para quem busca o amor e para quem já o encontrou. É em Roma que você verá gente de idade avançada se divertindo como se fosse adolescente. E é para Roma que seu coração voltará, mesmo com todos os defeitos da cidade, deixando em sua memória o cheiro do pão, o gosto do vinho, da massa e do sorvete, a imagem centenária das ruínas e a certeza de que existem coisas que o tempo não consegue, de forma alguma, apagar.

Alexey Dodsworth

Alexey Dodsworth

Astrólogo e autor de análises de Astrologia, Tarot e Runas do Personare. Sua afinidade com temas esotéricos se alinha com sua defesa à liberdade de saberes, sejam eles científicos ou não.

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