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  • O que fazer quando erramos?

    Livre-se do ideal de perfeição e assuma suas próprias falhas

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    Assumir nossos erros não é nada fácil. E, às vezes, essa atitude nos deixa a sensação de que fizemos algo de errado contra nós mesmos, pois podemos considerar este ato como uma maneira de dar poder à outra pessoa. Mas será que é isso que acontece de fato, ou temos apenas uma ideia negativa sobre o ato de assumir que não somos perfeitos?

    Por outro lado, quando não assumimos nossos erros, podemos criar um mal estar dentro de nós muito pior, uma sensação de culpa por nos sentirmos em dívida conosco e com os demais envolvidos com a nossa falha. Além disso, para que tentar ser perfeito, se não existe a perfeição?

    Ao nos liberarmos da ideia de perfeição, nós começamos a aceitar melhor quem somos de fato, e o que somos capazes de fazer e ter, através de nossas atitudes. Com isso, ao invés de nos sentirmos presos, experimentamos a libertação de uma amarra que usamos por tanto tempo – a corrente da tentativa de ser perfeito. Quando paramos de alimentar essa corrente, tudo começa a mudar: não nos sentimos presos à obrigação de alimentar essa necessidade que o outro acha que temos que cumprir. Assim, ganhamos o nosso espaço e temos tempo para fazer o que realmente queremos com nossas vidas.

    Você vive tentando agradar?

    Acreditar que temos que viver agradando os outros é uma verdadeira prisão, porque dificilmente vamos conseguir alcançar isto e geramos dentro de nós uma grande insatisfação. Quando começamos a nos afastar da ideia de que não podemos nunca errar e até pedimos desculpas por ter feito algo que não agradou o outro – sendo proposital ou não – começamos a delimitar o nosso território, ou seja, decidimos o que nos compete fazer com nossas vidas.

    E os erros? Qual é o problema de errarmos? E qual é o problema de assumir que erramos? Será que há alguém que nunca errou? Será que podemos um dia conquistar um comportamento 100% perfeito? Você quer ser perfeito para quê ou para quem? De acordo com pesquisa feita pela mestre em psicologia do esporte Eliane Barbanti, pessoas altamente perfeccionistas são as que mais se torturam e estão mais propensas à depressão e a um alto nível de desgaste, ocasionado pelo eeestresseee de querer fazer tudo certo o tempo todo. Essas pessoas não toleram os seus próprios erros e ainda podem ser extremamente rígidas com os seus subalternos por acreditarem que se elas não podem errar, ninguém pode também. Quanta infelicidade, não?

    É compreensível que viver ao lado de alguém assim torna mais complicada a atitude de assumir nossos erros. Mas quem sabe assumir as falhas sem culpa, agindo com naturalidade consigo mesmo, pode até demonstrar a essas pessoas o quanto não é nada fora do normal errar. Alimentar a dura realidade de uma pessoa perfeccionista não significa demonstrar o quanto ela é importante para a sua vida. Isso apenas cria um ambiente de grande tensão, quando damos importância obsoleta ao frenesi do perfeccionismo.

    Além disso, esta caça à perfeição não seria uma fuga, uma tentativa de não enxergar a realidade como ela é? Será que alguém está brincando de ser super-heroi ao tentar ser perfeito? Tente abaixar um pouco a sua expectativa sobre si mesmo e sobre os outros, e você verá como vai se sentir muito melhor consigo mesmo. E não se esqueça de descobrir que assumir o erro pode ser libertador.

    Bruna Rafaele

    Bruna Rafaele

    Psicanalista, especialista em Saúde Mental. Faz atendimentos presenciais no Rio de Janeiro e consultas online no Personare.

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