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Musicoterapia: o que é, como funciona e quais são os benefícios

Descubra o que é musicoterapia, como funciona, seus benefícios comprovados por estudos científicos e como acessá-la gratuitamente pelo SUS

Atualizado em

A musicoterapia é uma prática científica que utiliza a música e seus elementos para promover saúde, bem-estar, prevenção e reabilitação.

Reconhecida mundialmente e aplicada em diversos contextos clínicos e sociais, ela é conduzida por profissionais qualificados — os musicoterapeutas.

Principais conclusões:

  • A musicoterapia é uma prática terapêutica baseada em evidências científicas, usada para prevenir, tratar e reabilitar.
  • Atua em áreas como saúde mental, neurologia, oncologia, educação especial e empresas.
  • Reduz estresse e ansiedade, melhora foco e memória, favorece interação social e recuperação física.
  • Deve respeitar a identidade sonora de cada pessoa.
  • É oferecida gratuitamente pelo SUS nas unidades de saúde cadastradas.

O que é Musicoterapia?

Imagine entrar em um ambiente onde os sons não estão ali apenas para preencher o silêncio, mas para tocar o corpo e a mente de forma terapêutica.

Onde cada batida, cada melodia e cada pausa são pensados para conduzir você a um estado de equilíbrio.

Essa é a essência da musicoterapia — uma prática que une ciência e arte para promover saúde, bem-estar e reabilitação.

A definição, segundo a World Federation of Music Therapy (WFMT), é o uso da música e de seus elementos sonoros para promover mudanças físicas, emocionais, cognitivas e sociais.

A diferença em relação a simplesmente “ouvir música” está na intencionalidade terapêutica: cada som é planejado para atender objetivos específicos, definidos após uma avaliação detalhada.

Para a educadora musical e musicoterapeuta Nydia Monteiro, “a música amplia nosso potencial de interação e com ela as possibilidades se tornam infinitas”.

Além disso, ela reforça que o musicoterapeuta trabalha sempre com as capacidades, e não com as limitações.

Como é uma sessão de musicoterapia?

Uma sessão de Musicoterapia é como um encontro entre a história sonora de uma pessoa e a criatividade do terapeuta. Assim, tem dois tipos:

  • Ativa: o paciente canta, improvisa, toca instrumentos, compõe músicas ou participa de jogos musicais.
    Por exemplo: um paciente em reabilitação pós-AVC é estimulado a tocar um tambor com movimentos repetitivos, fortalecendo a coordenação motora enquanto interage musicalmente.
  • Receptiva: a pessoa ouve músicas selecionadas para provocar relaxamento, memória, foco ou outras respostas desejadas.
    Por exemplo: uma gestante escuta melodias suaves associadas à respiração ritmada para reduzir a ansiedade pré-parto.

As sessões duram, em média, 30 a 60 minutos, e a frequência varia conforme o objetivo do tratamento.

Técnicas utilizadas

  • Improvisação musical — criar sons no momento, sem roteiro, permitindo expressão livre de emoções.
  • Composição — escrever letras e melodias como forma de elaborar vivências.
  • Canto terapêutico — usar a voz para liberar tensões e melhorar a respiração.
  • Escuta guiada — ouvir músicas escolhidas para provocar respostas específicas.
  • Movimento com música — dançar ou se mover de forma orientada para estimular coordenação e expressão corporal.

Pesquisas no Journal of Music Therapy apontam que essas técnicas podem reduzir significativamente o cortisol (hormônio do estresse) e melhorar a qualidade do sono.

Além disso, cada pessoa tem uma história musical única. Por isso, é importante levar em conta a identidade sonora da pessoa, ou seja, memórias, preferências e experiências auditivas que influenciam as reações emocionais e fisiológicas à música.

Nydia Monteiro explica que respeitar essa identidade é essencial para obter resultados. Segundo ela, é papel do musicoterapeuta avaliar individualmente antes de iniciar o tratamento.

Benefícios da musicoterapia

Estudos recentes mostram que a musicoterapia pode:

  • Reduzir ansiedade e estressemeta-análises da Cochrane evidenciam melhora significativa em pacientes hospitalizados e em grupos terapêuticos.
  • Melhorar humor e reduzir hormônios do estresse — a técnica Guided Imagery and Music (GIM) associou-se a mudanças positivas no humor e à diminuição do cortisol em adultos saudáveis, aponta pesquisa.
  • Apoiar pacientes crônicos — em pacientes em hemodiálise, apenas uma semana de sessões já apresentou impacto significativo na redução do cortisol salivar segundo estudo.
  • Reduzir estresse parental em UTI neonatal — em sessões ao vivo com bebês prematuros, houve diminuição no estresse percebido pelos pais e nos níveis de cortisol, indicou este estudo.
  • Promover bem-estar em profissionais da saúde — enfermeiros de UTI relataram em pesquisa redução significativa no estresse percebido, no cortisol e na fadiga após sessões de musicoterapia personalizada.

Onde a musicoterapia é aplicada

  • Saúde pública — integrada ao SUS em diversas cidades, de forma gratuita..
  • Hospitais — de UTIs a pediatrias, ajudando no controle da dor e humanização do ambiente.
  • Centros de reabilitação — para recuperar funções motoras e cognitivas.
  • Escolas — especialmente na educação especial, para melhorar atenção e interação.
  • Empresas — como ferramenta de qualidade de vida no trabalho.

Regulamentação no Brasil

A musicoterapia integra a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) desde 2017.

Atualmente, o SUS oferece 29 terapias alternativas, incluindo a musicoterapia, nas unidades de saúde cadastradas.

Além disso, a profissão é representada pela União Brasileira das Associações de Musicoterapia (UBAM), que garante padrões éticos e qualificação técnica.

Dicas práticas inspiradas na musicoterapia

  • Respire profundamente, alongando a expiração, para acalmar o sistema nervoso.
  • Escolha músicas suaves ao iniciar o dia ou durante tarefas que exijam concentração.
  • Incorpore sons da natureza no seu cotidiano, como água corrente ou canto de pássaros.
  • Evite ruídos excessivos e use proteção auditiva quando necessário.
  • Antes de dormir, reduza a luz, baixe o volume da voz e ouça músicas de ritmo lento.

FAQ – Perguntas frequentes sobre musicoterapia

1. Musicoterapia é o mesmo que educação musical?
Não. Educação musical ensina música; musicoterapia utiliza a música como recurso terapêutico.

2. Quem pode fazer musicoterapia?
Qualquer pessoa, de todas as idades, pode se beneficiar, desde que acompanhada por profissional habilitado.

3. Tem no SUS?
Sim, em alguns programas, especialmente na reabilitação e saúde mental.

4. Musicoterapia substitui tratamento médico?
Não. É um complemento integrado a outros cuidados.

5. Posso fazer sozinho em casa?
Você pode usar técnicas inspiradas na musicoterapia, mas o tratamento estruturado requer acompanhamento profissional.

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