FOMO de Ano Novo: por que bate a sensação de estar ficando para trás?
Entenda o que é o FOMO de Ano Novo, por que a comparação aumenta em dezembro e como virar o ano no seu próprio ritmo
Por Gabi Squizato
Você já sentiu que, enquanto todo mundo parece estar celebrando conquistas, você está apenas tentando sobreviver a dezembro? Esse sentimento tem nome: FOMO de Ano Novo.
A sigla, que vem do inglês Fear of Missing Out (medo de estar perdendo algo), descreve perfeitamente aquela ansiedade de fim de ciclo e a pressão invisível para estarmos sempre ocupados e produtivos.
Essa cobrança coletiva é tão forte que vira tema padrão de qualquer conversa nesta época. A prova disso é que, dia desses, um amigo me fez a famosa pergunta de dezembro: “E aí, na correria?”.
Ao invés de responder no automático — “Nossa, muito! E você também, né?” — respondi: “Na verdade, não. Tô bem tranquila!”. Ele nem sabia o que dizer. Como dizem por aí, nunca tinha chegado nessa fase do videogame!
Para quebrar o silêncio constrangedor, completei: “Deve ser porque me mudei pro interior”. Sim, a mudança de ares ajudou, mas a verdade é que há um bom tempo eliminei a palavra “correria” do meu vocabulário e estou aqui hoje para te incentivar a fazer o mesmo.
Vamos boicotar a tal “correria de fim de ano”?
Você encontra nesse texto:
- O FOMO de Ano Novo é real e tem causas emocionais profundas.
- Ele surge de comparações, autocrítica e feridas de inadequação.
- Essa sensação pode esconder um convite: Reconectar-se com seu próprio tempo e essência.
- Práticas de liberação emocional ajudam a dissolver a pressão interna e recuperar a presença.
- É possível virar o ano em paz com sua história, com metas alinhadas ao seu ritmo e verdade.
Por que sentimos tanta ansiedade em dezembro?
Você sente uma ansiedade diferente no ar quando o final do ano se aproxima? É como se um relógio invisível começasse a acelerar dentro do peito, tocando um alarme que diz:
- “Você está atrasada(o)!”
- “Mais um ano passou e você nada…”
Dezembro tem o poder de nos colocar frente a frente com nossas idealizações. Tudo aquilo que desejávamos realizar em janeiro agora precisa caber nas últimas páginas do calendário e, quando não cabe, vem a frustração. O peso da cobrança. E a comparação.
E tem mais: nessa época, o mundo parece entrar numa maratona de postagens com metas alcançadas, comemorações de todos os tipos, viagens incríveis, símbolos de sucesso e fotos de família feliz. É como se todos estivessem vencendo… menos você.
A verdade é que essa sensação de urgência raramente é sobre o tempo real, mas sobre a nossa percepção dele. Abaixo, compartilho como transformar essa mentalidade.
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O que alimenta o FOMO de Ano Novo?
Para combater o FOMO de Ano Novo, primeiro precisamos entender de onde ele vem. Na era das redes sociais, dezembro virou uma vitrine de “melhores momentos”. Ao rolar o feed, vemos listas de resoluções 100% cumpridas e sorrisos perfeitos.
O cérebro, tentando nos proteger, aciona o alerta: “Por que eu não estou vivendo isso?”. Mas lembre-se:
- A vida editada não é a vida real: Ninguém posta os boletos, o cansaço ou as frustrações.
- O ciclo é coletivo, mas o ritmo é individual: O calendário muda para todos, mas o seu tempo interno tem uma lógica própria.
Geralmente, o FOMO não vem sozinho. Ele costuma vir acompanhado de feridas emocionais como:
- Comparação constante;
- Síndrome da impostora;
- Medo de ser esquecida ou não reconhecida;
- Crença de que está sempre atrasada.
Como combater a FOMO de Ano Novo?
Se você se identifica, primeiro de tudo, respira fundo. Não é só com você e tem solução e te afirmo: a raiz disso não está no que falta fora, mas no que precisa de acolhimento dentro.
Por isso, se o FOMO é o medo de perder algo (Fear of Missing Out), convido você a praticar o JOMO (Joy of Missing Out): a alegria de perder o que não te serve para ganhar a si mesma(o).
Aqui estão três atitudes que me ajudaram a responder “Tô tranquila” para o meu amigo, e que podem ajudar você:
1. Faça uma pausa para revisar (gentilmente) o que viveu
Pegue sua agenda e seu app de fotos no celular. Comece em Janeiro de 2025 e vá revisando, mas mude o foco. Em vez de focar no que não deu tempo de fazer, pergunte-se:
- “Quais momentos me fizeram perceber a minha potência? Minhas capacidades?”
- “O que de bom aconteceu?”
- “O que eu venci? O que eu superei?”
- “Quanto eu cresci e aprendi?”
- “Quem eu me tornei neste ano?”
Quando você muda o foco de fazer para ser, a cobrança diminui e o sentido aumenta. Acolher as suas pequenas vitórias diminui a sensação de dívida com o universo.
2. Troque “Tenho que” por “Eu escolho”
A linguagem molda a realidade. Quando dizemos “tenho que ir naquela festa” ou “tenho que comprar presentes”, criamos um peso. Experimente trocar por:
- “Eu escolho ficar em casa e descansar.”
- “Eu escolho dar presentes apenas para quem é muito próximo.”
Essa pequena mudança devolve o seu poder de decisão.
3. Reconecte-se com o que importa para você (não para os outros)
Será mesmo que você queria participar disso tudo que vê online? Ou algumas coisas não têm nada a ver com você?
Faça um audit da sua vida. Olhe para cada área da roda da vida (trabalho, dinheiro, relacionamentos, propósito) e observe o que te faz realmente feliz.
Ter clareza sobre o que realmente importa para você é libertador e vai te tirar bem rápido da sensação de FOMO. Se não importa para você, não tem porquê sofrer.
4. Desconecte do externo para reconectar com o interno
Saia um pouco das redes e viva no momento presente. Tire um tempo para um “mini detox digital”.
- Pare de seguir imediatamente todo perfil que te faz sentir mal ou desperta negatividade.
- Faça alguma atividade manual: limpar, pintar, desenhar, escrever, costurar, plantar, organizar.
- Vá viver no mundo real, cuidar de você, da sua casa e da sua vida.
5. Respeite os sinais do seu corpo
A Astrologia nos lembra que cada pessoa tem um Mapa Astral único, com ritmos e necessidades diferentes. Se o seu corpo pede pausa, respeite. Ignorar o cansaço agora pode cobrar um preço alto na saúde mental em janeiro.
Sugestões extras para desacelerar:
- Faça uma caminhada respirando de forma consciente ou dê uma volta de bike.
- Escreva no seu diário (e se não tem um, comece!).
- Tome um banho longo (o famoso “banho premium”!) no escuro ou à meia-luz.
Conclusão: seu tempo é sagrado
Você não está ficando para trás, você tem o seu próprio ritmo.
Agora, é claro que eu preciso ser bem sincera com você aqui: neste artigo, estou falando com as pessoas que realmente se movimentam em direção aos seus objetivos.
Se você passou o ano inteiro encolhida, sem se movimentar, sem buscar ajuda e sem avançar, o que você precisa é usar esse FOMO como um impulso para sair do lugar.
Nesse caso, nem podemos chamar de FOMO, mas sim de um empurrãozinho da vida te dizendo: “Tem muito mais do lado de cá! Vamos! Está na hora!”.
Mas, se você, dentro do que foi possível, caminhou a sua caminhada, no seu tempo e no seu fluxo, lembre-se: você está em movimento, mesmo quando parece parada.
Talvez esse seja o verdadeiro convite do fim de ano: trocar a correria por presença. A comparação por compaixão. E o medo de perder… pela alegria de viver no seu ritmo!
- ✨ Você ainda tem tempo.
- ✨ Você é mais do que suas metas.
- ✨ E você merece virar o ano sentindo orgulho de quem você é e de quem tem se tornado.
Vamos juntas começar 2026 com mais clareza?
FAQ — Perguntas Frequentes
O que é FOMO de Ano Novo? É a sensação de estar ficando para trás quando vemos outras pessoas comemorando conquistas ou compartilhando metas alcançadas no fim do ano. Gera ansiedade, comparação e autocrítica.
Por que me comparo tanto nessa época? Porque o fim do ano intensifica balanços pessoais e ativa um nível de comparação ainda mais elevado, principalmente pelos gatilhos visuais das redes sociais (a vida editada dos outros).
Como posso me sentir melhor com meu próprio caminho? Com práticas de acolhimento emocional, escrita terapêutica, liberação de emoções estagnadas e reconexão com seus próprios valores, sem se medir pela régua alheia.
É possível ainda fazer algo neste ano? Sim! Mesmo que faltem poucos dias, uma simples decisão interna já muda a sua energia. O foco deve ser na qualidade da sua presença, não na quantidade de tarefas.
Professora de desenvolvimento pessoal e profissional, Treinadora de inteligência emocional, Mentora Executiva e Terapeuta. Te ajuda a se organizar - por dentro e por fora - para ter resultados sem abrir mão de si mesma.
Saiba mais sobre mim- Contato: gabi@gabisquizato.com
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