Equilibrando carreira e vida pessoal
Repense a forma como lida com suas tarefas e aprenda a viver sem culpa
Por Ceci Akamatsu
Ser mulher nos dias de hoje é quase como viver em uma casa cheia de goteiras. Você coloca sua mão para fechar uma delas, e outra começa a pingar. Você se estica e consegue colocar sua outra mão para fechar a segunda goteira. Uma terceira começa a pingar e você tira uma de suas mãos para fechá-la, deixando pingar outra. E assim surge uma quarta, uma quinta goteira. Sempre se contorcendo para tapá-las, você escuta o barulhinho das outras goteiras vazando, lembrando que você não está dando conta delas.
Algumas mulheres sentem-se obrigadas a ter que atender todas as expectativas em torno delas com perfeição. Principalmente as de ser profissional bem sucedida com seu salário, e de dona-de-casa, companheira e mãe. Mas o peso da obrigação não vem dos outros. Vem de si mesmas quando se colocam nesse grau cobrança. Se você acha que sua família demanda muito e não lhe apóia o suficiente, e que seu chefe e colegas de trabalho lhe sugam a energia, lembre-se que ninguém lhe obrigou a estar nesse papel. Ainda que tudo leve você a acreditar que não tem outra escolha a não ser cumpri-lo, perceba como antes de tudo, é você mesma quem se deixa colocar nesse papel. Ao se submeter às demandas externas e não deixar bem claro aos outros e a você mesma os seus limites, você consente a situação. Quando faz escolhas motivadas pelas expectativas externas, trai a si mesma. E tende a colocar a responsabilidade de sua insatisfação no que está lá fora.
Super-mulher
Será que a mulher não faz o papel da super-heroína apenas para atender expectativas distorcidas baseadas naquilo que “a sociedade espera”? Ou porque precisa provar sua capacidade e atender ao seu ego que precisa se sentir importante e imprescindível?
Quando se sente fazendo mais do que pode e sempre renunciando a algo, como o contato familiar ou o sucesso profissional, a mulher começa a achar que os outros lhe devem o reconhecimento por todo o seu esforço. Se sua rotina pressupõe renúncias, torna-se obrigação dos outros lhe compensar por sua sacrificante dedicação. Começam as acusações, cobranças e desentendimentos. Nesse ponto já ultrapassou seus limites e está sobrecarregada e consumida. Por isso é importante identificar suas verdadeiras vontades, assumi-las e deixá-las bem claras para você mesma e para os outros, para que sejam respeitadas. Mas se você não identifica, não comunica claramente e continua no padrão de renúncia, perpetua a situação.
Pode ser que inconscientemente se apegue a imagem de super-heroína porque assim sente-se poderosa, ainda que isso lhe custe sua integridade. Seu marido não vai lavar a louça e colocar seu filho para dormir se você não pedir. Seu chefe não vai flexibilizar seu horário se você não mostrar que isso é viável. Os outros não vão propor uma mudança se eles se sentem confortáveis ou não percebem nada de errado. Cabe a você essa iniciativa. E quando o fizer, comunique-se na consciência de que foi você quem se deixou sobrecarregar. Portanto, exponha e explique seus limites e demandas de forma amorosa e clara, pois não há necessidade de acusar o outro ou de colocar-se como vítima.
Você sabe o que sua família espera de você, o que sua carreira espera de você, o que o mundo espera de você. Mas o que você mesma realmente quer?
Quando identificamos o que realmente é importante para nós e quais os nossos limites, ganhamos mais fôlego e capacidade para administrar as situações do dia a dia. Aprendemos até onde podemos ir sem nos desgastar, e conseguimos nos comunicar com mais objetividade. Adquirimos assim a capacidade de otimizar nosso tempo e de harmonizar nossas atividades diárias. Nos sentimos mais livres, mais leves e realizadas.
Retomando nossa pergunta inicial, qual a fórmula do equilíbrio para a mulher? Não existe uma fórmula, mas infinitas. Podemos nos inspirar nos variados exemplos de mulheres que encontraram o seu equilíbrio, harmonizando tempo, demandas e vontades – internas e externas. Mas essas experiências são muito pessoais aos limites e vontades de cada uma dessas mulheres. Podemos usar a vivência delas como valiosas dicas, mas cada uma de nós deve construir sua própria fórmula pessoal, levando em conta a suas próprias características e condições individuais.
Encontrar nossa fórmula pessoal pode exigir diversas tentativas, muita paciência e perseverança. Mas afinal, não vale a pena? Muito melhor que ser super-heroína é ser você mesma: feliz. Então mãos à obra e feliz Dia Internacional da Mulher!
Você está valorizando você mesma ou tentando ser a super-heroína?
- Sente-se sobrecarregada, estresseada e frustrada em relação a você mesma e aos outros?
- Precisa do reconhecimento dos outros?
- Costuma centralizar e acumular atividades pois precisa se sentir imprescindível em casa ou no trabalho?
- Identifica, assume e deixa claro seus limites e vontades sem culpas?
Terapeuta Energética, faz atendimentos à distância pelo Personare. É a autora do livro Para que o Amor Aconteça, da Coleção Personare.
Saiba mais sobre mim- Contato: ceciakamatsu@gmail.com