Errei. E agora? Como praticar autoaceitação depois de errar
Saib como praticar autoaceitação depois de errar, cultivar autocompaixão e fortalecer sua autoestima para seguir com leveza
Por Personare
Todo mundo erra. Mas, quando o erro é nosso, parece diferente: vira culpa, vergonha e aquele discurso interno cruel. A mente dispara frases como “com 30 anos você ainda faz isso?” ou “de novo você estragou tudo”. Se você sente isso, respira: é possível praticar autoaceitação depois de errar e seguir com mais gentileza, sem se punir.
Antes de qualquer coisa: errar não define quem você é. Errar faz parte do processo de crescer, ajustar rota e se conhecer melhor.
Por que a gente se julga tanto quando erra?
Vamos ser sinceras: tem dias em que a nossa cabeça fala com a gente de um jeito que nenhuma amiga falaria.
A autocrítica dura às vezes fala assim:
- “Nossa, com 30 anos fazendo essas coisas?”
- “Como você pôde achar que isso era uma decisão certa?”
- “Nem tenta, você vai fazer errado de novo.”
Pergunta sincera: você manteria amizade com alguém que fala assim com você? Se a resposta é “não”, por que essa voz tem passe livre dentro da sua mente?
Segundo a especialista em desenvolvimento pessoal e inteligência emocional Gabi Squizato, essa voz crítica vem, muitas vezes, de expectativas irreais que colocamos em nós mesmas e da comparação constante com o que parece ser o sucesso dos outros.
A cobrança se transforma em um perfeccionismo que nunca está satisfeito, e isso alimenta culpa e sensação de insuficiência.
Ou seja: você não se sente mal porque “errou”. Você se sente mal porque acredita que não tem direito de errar.
Tenho 25, 27, 30 anos… “já era para eu ter resolvido isso”, né?
Não. E aqui é importante normalizar: não existe idade certa para “acertar sempre”. A vida adulta não vem com manual. Na prática, a gente aprende fazendo, quebrando a cara, ajustando.
Com 30 anos você pode:
- rever carreira
- mudar opinião
- pedir desculpas
- admitir que não estava pronta
- começar algo do zero
Isso não é fracasso. Isso é movimento.
A cobrança eterna para “estar sempre evoluindo”, segundo Gabi, alimenta medo do fracasso e medo de mudar.
Resultado? A pessoa se prende em situações que já não fazem sentido — emprego, dinâmica afetiva, rotina emocional — só para não admitir que precisa recomeçar.
Trocar a autocrítica por gentileza não é passar pano. É criar espaço para continuar.
Como falar com você mesma depois de errar (na prática)
A seguir, alguns pensamentos comuns depois de um erro — e novas frases que você pode treinar conscientemente.
O perfil @vidanos30 compartilhou algumas sugestões:
1. “Falei besteira na reunião. Todo mundo deve achar que eu não sei fazer meu trabalho.”
Nova forma de falar consigo:
“Todo mundo já se enrolou falando. O que importa é que eu contribuo e estou aprendendo a me expressar melhor.”
Por que isso ajuda:
- Tira você do drama “todo mundo me odeia” e leva para um lugar realista.
- Reforça aprendizado e não fracasso.
2. “Tenho 30 anos e ainda não sei lidar com meus problemas.”
Nova forma de falar consigo:
“Ninguém está 100% pronto para todas as dificuldades da vida. Eu estou lidando com o que consigo agora.”
Por que isso ajuda:
- Lembra que maturidade não é controle absoluto, é presença.
- Tira a ilusão de que “adulto de verdade dá conta de tudo”.
3. “Não consigo dar a atenção que minhas amigas merecem. Sou uma péssima amiga.”
Nova forma de falar consigo:
“Vou ser honesta sobre a minha fase e dizer que estou mais quieta. Eu me importo, mesmo não estando tão disponível para conversar.”
Por que isso ajuda:
- Propõe comunicação em vez de culpa.
- Entende limites emocionais e energéticos.
4. “Com 30 anos percebi que escolhi a carreira errada. Como eu não vi isso antes?”
Nova forma de falar consigo:
“Me culpar pelo que eu escolhi no passado não muda nada. A pergunta agora é: o que eu posso fazer a partir de hoje?”
Por que isso ajuda:
- Sair do “por que eu errei?” e ir para “qual é meu próximo passo?” devolve o poder para você.
- Culpa olha para trás. Responsabilidade olha para frente.
💡 Anota essa pergunta para usar quando a culpa vier: “O que eu posso fazer agora que me aproxima da pessoa que eu quero ser?”
Como praticar autocompaixão sem “passar pano” para o erro
Autocompaixão não é fingir que nada aconteceu. É olhar para o que aconteceu sem se destruir emocionalmente.
Passos simples para treinar:
- Nomeie o que rolou
“Eu falei de um jeito que não foi legal.”
“Eu não entreguei o que prometi.”
Clareza é diferente de drama. - Valide o que você sentiu
“Estou com vergonha / medo / frustração.”
Sentir isso é humano. - Escolha um passo de reparo
pedir desculpas
avisar o que você vai fazer diferente
ajustar expectativa - Siga em frente
Ficar se punindo mentalmente não conserta nada. Só prolonga a dor.
Gabi Squizato sugere um exercício simples quando a autocrítica aperta:
- Pergunte “se uma amiga estivesse passando exatamente por isso, o que eu diria para ela?”.
- Depois, ofereça essa mesma resposta para você. Isso é autocompaixão aplicada.
O que erro tem a ver com autoestima?
Muita coisa.
O diálogo interno que você alimenta hoje vira a base da sua autoestima amanhã.
- Se a sua mente repete todo dia que você “estraga tudo”, seu corpo começa a agir com medo, pedindo desculpa por existir.
- Se a sua mente fala “eu ainda estou aprendendo”, você continua tentando, ajustando, crescendo.
A terapeuta Ceci Akamatsu explica que autoestima saudável é como um terreno fértil e depende de três pilares que precisam estar em equilíbrio:
- Amor-próprio: sua capacidade de acolher quem você é, com suas falhas e qualidades.
- Poder pessoal: sua coragem de agir, se posicionar e tomar decisões sem se anular.
- Alegria: sua permissão interna para sentir prazer em existir, e não só “render”.
Quando esses pilares entram em desequilíbrio, o erro vira desespero:
- Se você age muito, mas não consegue se acolher, sente um vazio enorme mesmo entregando resultado (poder pessoal alto + pouco amor-próprio).
- Se você se acolhe, mas não consegue agir, cresce a frustração (“eu me abraço, mas minha vida não anda”).
- Se os dois estão baixos, a autoestima cai e pode surgir exaustão emocional e até quadro depressivo.
A missão não é ser perfeita. A missão é perceber onde você está se abandonando.
👉 18 perguntas sobre amor-próprio que você precisa se fazer
Conclusão: você não é o erro, você é quem decide o que fazer depois dele
Quando algo dá errado, a tendência é cair na dureza: “de novo você errou”. Mas a pergunta mais honesta é outra: “como eu posso me cuidar e, ao mesmo tempo, reparar o que precisa ser reparado?”
Esse equilíbrio — cuidado e responsabilidade — é maturidade emocional.
E lembre disso sempre que bater a culpa: você pode recomeçar a qualquer momento. Não precisa carregar a identidade do erro, pode carregar só o aprendizado.
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