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O que define suas escolhas amorosas?

Entenda crenças que geram brigas nos relacionamentos e conheça ferramentas para limpá-las

Atualizado em

Muitos casais não sabem, mas as brigas que vivenciam em suas relações atuais, poderiam ser previstas bem no início da união a dois. Muitos conflitos são movidos por questões inconscientes já no momento da escolha do par, mas somos incapazes de percebê-los por falta de autoconhecimento ou mesmo pelo instinto de se entregar a uma paixão.

Tanto a baixa autoestima como as expectativas colocadas na relação a partir de crenças herdadas dos pais, por exemplo, são fatores que geram desentendimentos na vida afetiva. Reconhecer essas questões pode ajudar a construir relacionamentos mais conscientes e maduros.

Entenda a seguir como identificar suas crenças e aprenda ferramentas para limpá-las e aumentar sua autoestima.

Conflitos amorosos e a influência da baixa autoestima

Pessoas com autoestima reduzida tendem a tentar encontrar externamente algo para suprir seus vazios internos. A forma como alguém se vê pode determinar o tipo de pessoa que vai desejar se relacionar.

O problema é que nem sempre se tem clareza, ou consciência disso. Até porque, ao longo da vida aprendemos a mascarar aquilo que não é bem aceito. Então se alguém não está bem com sua autoimagem, por exemplo, pode tentar usar de vários recursos para mudá-la.

A forma como alguém se vê pode determinar o tipo de pessoa que vai desejar se relacionar.

A questão é que recursos são apenas paliativos e, na maioria das vezes, não podem ser sustentados por muito tempo. Então, haverá sempre uma tensão entre aquilo que se é e a imagem que se quer transmitir.

A sensação é de que uma farsa paira sobre a relação como se o outro pudesse descobrir seu verdadeiro eu a qualquer momento e assim romper com a união. Com isso, mais paliativos e máscaras podem ser criados para adiar o rompimento, o que pode levar a relações abusivas das quais as pessoas não conseguem sair por medo de perder a pessoa parceira.

É importante se perguntar no início de qualquer relacionamento:

  • O que espero desta relação e do outro?
  • Como posso contribuir para que esta relação dê certo?

Caso acredite que não se tem nada a oferecer ao outro e que irá apenas receber tudo aquilo que ele pode lhe oferecer, é bem provável que precise reconstruir sua autoestima e reconhecer seu próprio valor antes de buscar que o outro traga para você.

Mapa de mundo x programa oficial

Mony Elkaim, um autor de psicoterapia familiar sistêmica, utilizou em seus estudos as expressões “programa oficial” e “mapa de mundo”. A primeira refere-se ao que cada parceiro deseja que o outro mude ou apresente explicitamente.

O segundo diz respeito ao projeto elaborado por cada parceiro ao longo de sua vida,  vivenciado em sua família de origem e levado para sua relação amorosa, geralmente de forma não consciente. Costumo dizer que é a diferença daquilo que acho que quero, e aquilo que realmente desejo.

Esta visão nos traz a importância de olhar para nossa família de origem e nosso sistema de crenças:

  • Como se relacionavam seus pais?
  • O que você aprendeu sobre homens e mulheres?
  • O que você sempre escutava sua mãe e/ou pai dizer sobre a pessoa parceira?

Além da relação que seus pais tinham entre eles, a sua própria relação com seus pais também irá influenciar nas escolhas afetivas. Caso você como filho (a) tenha vivenciado uma relação abusiva e de violência, pode acreditar que amar é se submeter ao outro para ter seu amor.

Então, mesmo que queira ter uma relação saudável, de carinhos e cumplicidade com o outro (projeto oficial), inconscientemente não acredita que isto é possível e certamente irá direcionar seu interesse à alguém que cumpra aquilo que aprendeu de forma inconsciente (mapa de mundo).

O que te incomoda no outro revela muito sobre você

Isto tudo pode parecer muito pessimista e sem saída a princípio. Afinal como posso fazer para mudar aquilo que nem sei que existe em mim, já que está inconsciente? Por isso o autoconhecimento é fundamental! O simples fato de reconhecer que tudo isto é possível e que aspectos que você nem sabe que existem podem estar dirigindo de alguma forma sua vida, já é o primeiro passo para ser consciente.

E isso não quer dizer que somente quando conhecer todos os seus aspectos mais escondidos é que poderá se relacionar com o outro. Mesmo porque o processo de autoconhecimento deve ser constante em nossas vidas.

Aliás, a relação com a pessoa parceira irá revelar muito de você. Ao perceber o que no outro te incomoda de alguma maneira, pode ser um sinal de que você está diante de algum aspecto inconsciente seu que o outro está manifestando.

Certamente o ideal seria que antes de tomar decisões maiores para a sua relação, tais como oficializar a união de alguma forma legal, você estivesse um pouco mais consciente de quem é você e dos motivos que levaram àquela escolha.

Ou, ao menos, com uma certa maturidade de olhar para os conflitos e desafios que surjam como oportunidades para crescerem juntos. Afina, se cada um se enxerga no outro e percebe em si no que contribui para aquela relação, a chance de ser mais consciente e se apropriar de sua própria história é bem maior!

Ferramentas que podem auxiliar a tornar as escolhas afetivas mais conscientes

Alguns recursos e ferramentas podem ser utilizados para que você tome decisões mais conscientes em sua vida amorosa. Já que sabemos que autoconhecimento é fundamental, uma boa dose de psicoterapia sempre pode ajudar. Você também pode utilizar as ferramentas EFT e Ho’oponopono para lhe ajudar com sua autoestima e a limpar suas crenças inconscientes.

1 – Ho’oponopono

É uma metodologia de cura havaiana, que consiste em repetir quatro frases continuamente. Este método parte do princípio de que somos guiados por milhares de memórias negativas que vão se reproduzindo em nossa vida de forma inconsciente. O objetivo é limpar e purificar todos esses registros para nos tornamos cada vez mais conscientes de quem somos verdadeiramente e encontrar a paz.

Veja no vídeo abaixo como praticar o Ho’oponopono:

https://youtu.be/n9K6v5j6LU0

2 – EFT

A EFT, técnica de libertação emocional, por sua vez, pode ser uma grande aliada do Ho’oponopono, já que também visa o autoconhecimento ao liberar emoções presas em memórias do passado e encontrar a origem de crenças negativas.

A visão geral do EFT é muito simples: mantemos atenção no nosso problema e, simultaneamente , estimulamos com os dedos pontos específicos do nosso corpo – com base nos meridianos da Acupuntura, numa sequência. Entenda melhor no vídeo abaixo.

https://youtu.be/S-j-0CF2mO8

3 – Reflexões

Além disso, há algumas questões que você pode observar:

  • Relembre como seus pais se relacionavam entre eles e com você.
  • Reflita se em algum nível você repete a mesma forma de se relacionar com seu parceiro (a) e busque sair deste ciclo vicioso.

É importante reconhecer seus sentimentos ao pensar nisso, e caso sinta que está fazendo exatamente o oposto do que seus pais fizeram, cuidado: oposições radicais guardam muitos aspectos inconscientes e podem te levar a sem querer repetir as mesmas histórias.

Caso você não esteja vivendo seu primeiro relacionamento, observe também se as relações passadas tiveram algo em comum e se alguma coisa também se repete. As repetições são a forma mais clara do nosso inconsciente se manifestar, então fique atento (a) se atrai sempre o mesmo tipo de pessoa e isto nunca lhe satisfaz. Afinal se as pessoas que passam pela sua vida são sempre iguais, talvez seja você quem precisa ser diferente.

Maria Cristina

Maria Cristina

É psicóloga sistêmica. Atua com traumas pela abordagem Somatic Experience® além de abordar outras questões de relações interpessoais, autoestima e postura diante da vida. Atende online e presencialmente na cidade de Belo Horizonte.

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