Fones de ouvido podem afetar sua audição e humor
Especialistas ensinam como usar acessório e escolher o modelo ideal
Por Personare
Atualmente muitas pessoas optam por ouvir as canções nos fones de ouvido, tornando o uso do acessório cada vez mais comum. Afinal, quem nunca viu uma pessoa caminhando na rua, acompanhada de seus inseparáveis fones?
Esse hábito, porém, exige atenção e cuidados. Pensando nisso, a Equipe Personare entrevistou diversos especialistas, como médico otorrinolaringologista, musicoterapeuta e neurologista, com o intuito de mostrar os riscos que os fones de ouvido podem oferecer aos usuários, ao usá-los de forma inadequada.
Volume deve ser sempre moderado
Para a médica otorrinolaringologista Rita Guimarães, regular o volume na hora de ouvir música nos fones é a chave para manter a saúde dos ouvidos. “Se uma pessoa ouve música em um volume excessivo por muito tempo, pode causar problemas nas células auditivas, que não conseguem se regenerar. Desta forma, a capacidade de audição vai se perdendo aos poucos, até que o usuário se encontre impossibilitado de ouvir como antes. A lesão por ruído é a segunda maior causa de perda de audição no mundo, mas pode ser evitável”, alerta Rita.
A especialista explica que as lesões causadas pela vibração forte do som no ouvido podem ser permanentes, dependendo da quantidade de som exposta para as células auditivas. Após ouvir um barulho muito alto, a sensação de ouvido abafado, que vem acompanhada de um zumbido, indica que houve danos às células. Nesse caso, os sintomas costumam sumir no dia seguinte, mostrando que esses danos não foram permanentes, ou seja, a audição voltará a funcionar como antes. Porém, Rita alerta: “se o abuso por parte da pessoa for contínuo, as células auditivas não conseguirão repetir o processo de voltar a funcionar, ocasionando a perda definitiva da audição”.
Para quem não abre mão dos aparelhos para ouvir suas canções preferidas, a preocupação com o volume e o tempo de exposição dos ouvidos às vibrações deve ser grande. A médica otorrinolaringologista explica que não existe um volume ideal para que a música seja ouvida, porque algumas pessoas podem ter mais resistência aos danos causados pelo som alto do que outras. É recomendado que o usuário mantenha o volume do fone de ouvido em até 60% da potência do aparelho, por no máximo uma hora. Depois disso, é bom que a pessoa faça uma pausa para descansar, podendo retornar à música depois de alguns minutos.
Como escolher o fone de ouvido ideal
Diante da grande variedade de fones de ouvido encontrada no mercado, algumas pessoas podem ficar perdidas na hora de escolher qual a melhor opção para uso. Entre os modelos disponíveis, Rita aconselha que os fones maiores, que cobrem toda a região da orelha.
“Este modelo consegue vedar bem o som externo, não permitindo que a pessoa ouça ruídos quando o coloca. Isso faz com que ela se sinta satisfeita em ouvir em um volume mais baixo, já que a música não precisa competir com o trânsito ou a televisão. Além disso, esse fone tem uma saída de som mais pura, facilitando que o ouvido compreenda melhor a canção. Além disso, este tipo de aparelho não entra diretamente no conduto (localizado no início do ouvido), onde os fones pequenos ficam acomodados. Isso faz com que o som não chegue com tanta força às células auditivas”, esclarece Rita.
No entanto, apesar dos cuidados recomendados, a especialista explica que é sempre mais recomendável ouvir música em som ambiente. Dessa forma, fica difícil aumentar demais o volume, por conta da possibilidade de incomodar outras pessoas. E a médica ainda aconselha: “se você for a algum evento e sabe que estará exposto a volumes muito altos, é bom não dispensar o protetor de ouvido”.
A musicoterapeuta Nydia Monteiro reforça o coro e diz que a pessoa não deve exagerar no volume para aproveitar todos os benefícios que a música tem a oferecer. “Cerca de 10% da população mundial sofre de perda auditiva por negligência com sua própria saúde. Isso acontece ao longo do tempo e vai acarretando um efeito acumulativo, pois não há um descanso necessário da audição neste processo”, afirma Nydia.
Dormir com os fones de ouvido pode trazer problemas
Um hábito que tem se tornado comum entre as pessoas é o de deitar com os fones de ouvido e acabar adormecendo com o aparelho ainda encaixado na orelha. Segundo o neurologista André Felicio, este descuido pode trazer sérios problemas para a saúde.
“O material plástico do fone, em contato excessivo com a entrada do ouvido, pode ser tóxico para o órgão auditivo. A alta exposição à música, principalmente às canções agitadas, também não é recomendada antes da hora de dormir, já que estimula a mente e pode causar dificuldades para pegar no sono”, orienta André.
Escolha do repertório influencia no estado de espírito
A música é um dos elementos que mais ajudam na hora de relaxar. Seja em casa, na rua ou no trabalho, ouvir a melodia certa pode fazer com que os problemas sumam por alguns momentos. Porém, é preciso tomar cuidado com o tipo de canção escolhida no dia a dia.
“A música relaxante tem um caráter confortante. Mas ouvir determinadas canções em excesso pode ativar algumas áreas do córtex auditivo e gerar esforço mental no lugar do relaxamento. Outra possibilidade é que ao usar o fone a pessoa acabe desviando a atenção para o que está sendo ouvido, deixando de ficar atenta ao trabalho ou em outros estímulos externos presentes no ambiente, principalmente em lugares abertos. Vejo este hábito principalmente em jovens, que acostumaram a estudar ouvindo música em fones de ouvido, por exemplo. Além de atrapalhar o aprendizado, este hábito também pode prejudicar a memória”, esclarece o neurologista.
Diferente de Rita Guimarães, André aconselha que o volume dos fones de ouvido não ultrapasse 50% da potência. “Também é bom que a pessoa use os dois fones de ouvido simultaneamente, para não haver dano em apenas um lado. É melhor investir em outro par de fones, caso um dos lados pare de funcionar”, aconselha André.
Escolhendo as músicas certas para seu dia
Se a pessoa não ceder ao abuso do volume e ao excesso de exposição do ouvido, a música pode trazer diversos benefícios. O ritmo, a harmonia e a melodia de cada canção podem mudar o humor de alguém e, na maioria das vezes, este efeito não é percebido com facilidade.
“Uma batida repetitiva, por exemplo, pode dar energia e estimular um movimento, sendo ideal para ser ouvida durante uma atividade física. Se conhecer melhor e ter uma lista prévia de canções favoritas são ótimas maneiras de usar a música para melhorar os momentos de dificuldades. É necessário ter ouvido muitas músicas, conhecê-las e saber o efeito que elas nos causam. Se sabemos que aquelas músicas nos deixam mais fortalecidos, já temos a nossa lista ideal para determinados momentos”, explica Nydia.
No entanto, a especialista alerta que uma mesma música pode ter significados diferentes para duas pessoas. Segundo ela, o profissional musicoterapeuta é qualificado para atender um paciente e investiga mais profundamente a pessoa, com o intuito de saber como e porque aplicar as canções.
De acordo com Nydia, os momento de silêncios e pausas no dia a dia também são essenciais para sentir os benefícios da música. “É importante ter um momento só seu para ouvir canções calmas e de qualidade. Escolha músicas que lhe deem prazer e que lhe tragam bem-estar, não aquelas canções que são impostas diariamente. Selecione as melhores e faça a sua lista ideal, sem seguir modismos. Siga a sua necessidade e real gosto musical”, aconselha Nydia.
Que tal começar a resgatar aquelas músicas que ficaram para trás em sua vida, mas que tanto lhe fazem falta agora? Elas podem mudar seu dia.
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