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É necessário evitar rotular crianças: saiba o porquê

Entenda como uma atitude aparentemente muito simples pode ser prejudicial para os pequenos

Atualizado em

Quem aí não tem ou teve um, ou mais apelidos na infância? Alguns são até fofinhos, mas outros podem ter gerado muito estresse. Isso ocorre porque eles são como rótulos que marcam a nossa vida. Assim, rotular crianças pode ser bastante prejudicial.

Os rótulos, por definição, nos congelam em uma classificação. Seja de forma consciente, seja de forma inconsciente, tentamos nos encaixar. É possível também até tentar fugir do apelido ou rótulo que nos colocaram na infância.

A intenção dos pais quando são eles que colocam esse rótulo muitas vezes pode ser carinhosa ou um em função de alguma ação da criança. Nesse sentido, muito cuidado! O que começa com um simples chamado vira rotina e a criança internaliza aquilo.

Dependendo do seu temperamento, a criança pode reclamar ou, se é uma criança introvertida, vai guardar mágoa e não dizer nada.

Uma mãe ou pai observador perceberá que não se brinca com o que dizemos para nossas crianças, já que esses são registros que ficam marcados na memória da criança. Quando adultos, podem não conseguir se livrar dessa rotulação que foi dada lá na infância.

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Atualmente, muitos pais já estudam sobre Comunicação Não Violenta (CNV), técnica criada por Marshall Rosenberg. Um dos princípios da CNV é observar a situação e falar dos fatos e não de quem os faz.

Por exemplo: João derrubou o sorvete na roupa. Nessa situação a mãe acaba dizendo: “Menino desastrado, não toma cuidado!”. É comum que ela acabe usando esse ou outro adjetivo relacionado a criança em outras situações semelhantes. Assim, a criança em outros momentos pode derrubar outros objetos e se acostumar a ser chamada de desastrada.

Dentro da Comunicação Não Violenta, pode-se dizer: “João, o sorvete caiu.” Depois, perguntar como ele se sente e orientar como cuidar para não acontecer novamente. Pense a respeito: a criança não iria derrubar de propósito o sorvete na rua.

A ação dela pode ter sido descuidada, mas, veja, estou falando do ato (ação) e não do ator (quem fez a ação). Imagine se a situação fosse com você e outro adulto como o seu chefe, por exemplo, e ele te chamasse de desastrada. Como se sentiria?

Numa outra situação, Maria esqueceu de fazer a tarefa da escola, e durante o ano ela esqueceu umas 10 vezes, sendo que o ano letivo tem 200 dias. Então, em um percentual muito pequeno de dias ela esqueceu a tarefa, mas a mãe a tachou de esquecida, dizendo: “Maria, sua esquecida, novamente não fez a tarefa da escola! Você sempre esquece”. Isso quando não chama por outros adjetivos depreciativos.

Daí vem a orientação de evitar os termos sempre e nunca. Pois, se for avaliar a situação, não são tantas vezes assim. A questão aqui é não rotular a criança, e sim observar o que aconteceu e orientar para não acontecer novamente.

Temos que lembrar que a parte racional do cérebro fica formada em torno dos 24 anos, então até lá a criança não tem maturidade.

Nós adultos é que temos que orientar e não rotular as crianças. Nosso papel é de educar com respeito e afeto. Assim, nossos filhos crescerão e se tornarão adultos saudáveis emocionalmente.

Andrea Leandro

Andrea Leandro

Terapeuta Floral, Mestre Reiki, Consultora em Harmonização de Espaços (internos – autoconhecimento e externos – ambiente ao seu redor). Facilitadora de Círculos de Paz e dos 26 Movimentos do BRAIN GYM®. Instrutora de Meditação e Yoga para Crianças e Adolescentes.

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