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Mitos sobre o Tarot e a verdade por trás deles

Descubra a verdade por trás dos principais mitos sobre o Tarot e suas cartas

Atualizado em

Você já deixou de fazer uma leitura de Tarot com medo do que as cartas poderiam mostrar? Ou teve arrepios só de pensar em tirar algum arcano que considera negativo demais? Também pode ter tido vontade de consultar novamente depois de ler o resultado e achar que as cartas não responderam sua questão ou que foram muito desafiadoras. Estes são alguns mitos sobre o Tarot e podem prejudicar seu entendimento sobre o estudo e a performance oracular.

Confira abaixo os 6 principais mitos sobre o Tarot e descubra como tirar maior proveito dos arcanos e, principalmente, dos seus próximos jogos.

Antes disso, se você está com alguma questão desafiadora, Joguei aqui o Tarot Direto e tenha conselhos sobre quais caminhos seguir.

Os 6 principais mitos sobre o Tarot

Existem cartas muito negativas, como “A Morte”, “A Torre”, “O Diabo” e “O Pendurado”

A carta por si própria tem um significado, mas em uma leitura sempre terá interpretações diversas. É necessário sempre analisar a pergunta e o contexto no qual ela aparece.

Os arcanos podem, sim, significar tensão ou desafio em determinados momentos, mas não sempre, como se a combinação das cartas fosse oferecesse o mesmo resultado todas as vezes. Ainda vale lembrar que como são arcanos maiores, sua interpretação é muito vasta e ampla.

Por exemplo, se a pessoa vive um relacionamento desgastado e sai “O Pendurado” no jogo, isso sinaliza que a relação vai continuar insatisfatória. Mas, se neste mesmo jogo ela sorteia “A Torre”, é bem possível que este relacionamento acabe – o que neste caso talvez seria satisfatório, já que o casal está extremamente insatisfeito e o vínculo tende a se dissolver.

“O Diabo”, um dos arcanos mais temidos, pode sinalizar abertura financeira e bom desempenho sexual, por exemplo. Por outro lado, tende a ser desafiador do ponto de vista emocional, já que tem a ver com excessos e dependências.

Tudo depende do que a pessoa deseja saber através do Tarot, da posição em que as cartas caem no jogo e do contexto de vida da pessoa naquele momento.

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Existem naipes bons e naipes ruins

Os naipes, que compõem os Arcanos Menores (saiba mais sobre eles clicando aqui) – Paus, Copas, Espadas e Ouros – possuem interpretações mais simples que os Arcanos Maiores. E eles estão intrinsecamente associados aos quatro elementos do esoterismo ocidental:

  • Naipe de Paus (simbolizado pelo Elemento Fogo, tem a ver com espiritualidade, motivação pessoal, força, calor humano, harmonia).
  • Naipe de Copas (simbolizado pelo Elemento Água, tem a ver com emocional, expectativas, ansiedade, amor ou ódio, sentimentos).
  • Naipe de Espadas (simbolizado pelo Elemento Ar, é o naipe das intenções. Como a pessoa fala, argumenta, arquiteta e se posiciona mentalmente; é o âmbito do intelecto).
  • Naipe de Ouros (simbolizado pelo Elemento Terra, aquilo que temos em mãos, desde posses à vida familiar, social e profissional. Os quereres, as sensações).

Existem naipes que aceleram ou retardam o desfecho de uma situação ou o resultado almejado. Espadas e Paus, por exemplo, são mais rápidos que os outros, pois Fogo e Ar são Elementos mais ágeis.

De acordo com o significado de cada um, as pessoas sempre acabam associando o naipe de Copas a algo positivo ou maravilhoso, mas na verdade ele sugere expectativas exageradas, tendência maior à ilusão e sentimentos demostrados, mas não necessariamente reconhecidos.

Espadas significa que tudo dependerá da boa reflexão das coisas e das intenções, que devem ser claras o suficiente. É um naipe que reforça a necessidade de ser o mais objetivo possível, tentando não deixar o emocional de lado.

Ouros aponta os recursos e o empenho para atingir um objetivo. É o um naipe que em determinados contextos acaba demandando mais tempo para surtir sucesso. Mas também pode sinalizar que aquilo que a pessoa deseja tem mais chances de acontecer ou de se alcançar.

Por último, o naipe de Paus chama atenção para o excesso de energia em relação à determinada questão, que pode acabar sendo exagerada, então é preciso saber dosar. Ele traz a necessidade de calmaria e pé no chão.

Jogar Tarot pela internet não é a mesma coisa que uma consulta presencial

Tanto em uma consulta presencial (em consultório, com cartas de papel sobre a mesa) quando uma leitura online (por meio de chat, webcam e videoconferência), as cartas funcionam do mesmo jeito.

Algumas pessoas acreditam que pela internet a “energia” não é a mesma, já que não se toca nas cartas. Mas a verdade é que ninguém deveria se prender a essa crença que tantas vezes se mostra infundada. Vale dizer de modo enfático: a energia está em todo lugar. Muitas pessoas ainda alimentam o medo de confiar em algo que não seja o papel.

Ainda hoje existem cartomantes que frisam a importância de diversos procedimentos ritualísticos para haver uma consulta eficaz, como o ato de “cortar” o baralho depois de embaralhar as cartas.

Este tipo de superstição mostra o quanto ainda se duvida da eficácia não só do universo virtual quanto do próprio desempenho diante do oráculo.

Quando se lê o Tarot, a prioridade deve ser a informação que ele traz; não o formato em que ela chega até o consulente.

Particularmente, tenho priorizado minha agenda de leituras virtuais e percebo que o jogo flui tão bem quanto em consultório. Há o comodismo de não precisar se deslocar até o profissional, por exemplo. Muitas pessoas alimentam o medo de confiar em algo que não seja o papel.

O Tarot faz do acaso, o centro – é ele que determina a escolha das cartas, assim como o inconsciente que não podemos acessar sem um guia como os símbolos, por exemplo. Assim, deixo claro que não precisa haver nenhum ritual específico para consultar as cartas.

Todo e qualquer sistema de crenças fica a cargo do profissional ou da pessoa que está aprendendo a simbologia e a aplicação das cartas. A única ressalva, tanto para um atendimento presencial quanto virtual, é a concentração.

Acho que não me concentrei direito ou não gostei do jogo, por isso quero tirar as cartas novamente

O Tarot analisa a sua vida real, não a que você deseja. O fato de não ter gostado do resultado ou de ter considerado as cartas com significados duros ou muito difíceis, não significa que outro sorteio pode ou deve ser feito.

Mesmo não havendo a devida concentração, você obteve uma resposta. É preciso lidar com os arcanos que saíram, refletir sobre a natureza da mensagem, anotar as cartas e reler diversas vezes. E faço uma ressalva quanto a resultados não tão satisfatórios: eles podem acabar salvando você de circunstâncias negativas desencadeadas por expectativas equivocadas, por exemplo.

Assim, em vez de rejeitar um jogo incompreensível num primeiro momento, pesquise as cartas e releia sempre, com absoluta atenção, o que lhe desagradou ou assustou.

Posso jogar no lugar de uma pessoa que tem medo “dessas coisas”

Jogar com o intuito de saber previsões para uma pessoa conhecida não é aconselhável. É importante deixar claro que o oráculo oferece informações pessoais de quem o consulta.

Sempre enfatizo que quando alguém tem medo das cartas e pede que outra pessoa faça a leitura, o Tarot não deve ser aberto.

Quem se exime de uma leitura pedindo que outra pessoa a faça deve rever seus próprios conceitos a respeito do Tarot – inevitavelmente rasos ou equivocados. O oráculo serve a quem está pronto para ele.

Devo manter um cuidado extremo ao consultar as cartas

É normal o nervosismo antes, durante e até depois de uma leitura de Tarot. Mas é imprescindível saber que as cartas não estabelecem tendências imutáveis, como se fosse uma verdade absoluta – como a crença de que “catástrofe anunciada é catástrofe ocorrida” ou algo assim.

O Tarot oferece prognósticos e aconselhamentos a respeito de uma determinada questão. Ele pode e deve, na verdade, ser encarado como uma estratégia para reconhecer nossos erros, enaltecer as oportunidades que se apresentam e vislumbrar o melhor caminho a ser adotado em um momento específico. As cartas vão ajudar você a fazer as melhores escolhas para sua vida.

Por esse motivo, é importante evitar fazer perguntas ambíguas, imprecisas ou subjetivas, como: “serei feliz na velhice?”, “vou ser rica?”, “onde está minha alma gêmea?”.

Mesmo que o medo seja natural diante de algo que não se conhece muito bem, no caso do Tarot há informação suficiente para saber que ele não é uma ameaça e nem um perigo ligado a qualquer religião ou corrente esotérica específica. É um instrumento de avaliação de tendências e de orientação diante dos impasses da vida. Daí a objetividade e a coerência na hora de formular as questões.

Leo Chioda

Leo Chioda

Leo Chioda é escritor e um dos principais tarólogos em atividade no Brasil. Graduado em Letras pela UNESP, atualmente desenvolve uma tese sobre poesia e alquimia na USP. Assina o blog e as redes sociais do Café Tarot desde 2006, onde publica associações entre os arcanos e a cultura popular, a literatura, a música e o cinema.

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