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Imperfeições são suas maiores forças

Ao invés de negar o que lhe faz mal, acolha com carinho o que tem de diferente

Atualizado em

Nós, mulheres, parecemos estar acostumadas a viver uma realidade em que precisamos fazer ou alcançar muitas coisas para só então nos sentirmos capazes e merecedoras da felicidade. Se temos um trabalho muito bom, nos culpamos por não estar em um relacionamento. Se estamos com alguém, vem a cobrança para casar e ter filhos. Às vezes tentamos ser a própria Mulher Maravilha, sempre a postos para salvar o mundo, disponíveis para os outros, mas sem ter ao menos 20 minutos diários para nós mesmas, afinal, filhos, maridos, colegas, chefes, amigas, irmãos merecem “sempre mais” da nossa atenção e energia. Na maioria das vezes, inconscientemente, acabamos fazendo o que nos disseram que seria “maravilhoso”, mas que não era bem o que queríamos em primeiro lugar. Será que precisamos mesmo ser assim?

Esta realidade nos empurra garganta abaixo, nos fazendo acreditar que devemos estar em busca de um ideal de beleza, de carreira, de relacionamentos ou de vida, para sermos aceitas como bem-sucedidas, guerreiras ou como mulheres, simplesmente.

Dizem que se não formos mães, seremos mulheres incompletas. Que se não quisermos trabalhar do jeito tradicional, somos loucas e irresponsáveis. Que se não mantermos o cabelo comprido, somos masculinas. Que se não fizermos o mesmo que as celebridades para se sentir bonitas, estamos sendo radicais. Se desejamos viajar ou sair na rua à noite dependemos da companhia de homens para estarmos seguras.

Estamos a todo momento sendo incentivadas a ser algo que não somos, a ser algo que nos leva a pensar que estamos erradas e que precisamos de “correções”, principalmente com relação ao nosso corpo e aparência, mas não para só aí.

Você sente que se perdeu de quem realmente é?

Apontam o dedo para a gente e nos falam que devemos agir de determinada forma para sermos “mulheres de valor”. Nós mesmas julgamos as atitudes de outras mulheres com base nestas tristes generalizações. Com isso, ao invés de nos apoiarmos, muitas vezes nos distanciamos cada vez mais umas das outras simplesmente por acreditar que “mulher é assim mesmo”.

Sabe o que eu penso? Que deixamos nos transformar em seres robotizados ao longo do tempo, como brinquedinhos cheios de comportamentos automáticos que não questionam os comandos que foram programados nas nossas mentes.

Se apertam determinados “botões” em nós, reagimos com frases e pensamentos prontos, pré-moldados por experiências anteriores e em grande parte por observar e tentar reproduzir o que é o “aceito como normal”.

Sim, pode ser um pouco exagerado da minha parte. Mas eu acredito que em algum ponto da sua vida você já deve ter se perguntado como vivia reproduzindo padrões que hoje reconhece como algo desnecessário – e talvez até destrutivo. Ou talvez você ainda percebe uma contradição nos seus desejos, pois de um lado gostaria de usar uma calça 36, mas do outro sente que ter prazer com a alimentação é mais importante. E no meio desta confusão, você pode se perder de quem você realmente é.

Eu falo isso de coração, pois foi o que aconteceu comigo. Me deixei levar pelo que o mundo mostrava como sendo a fórmula da felicidade na percepção que eu tinha alguns anos atrás: trabalhar sempre mais do que esperam que eu trabalhe + estar um relacionamento, pois se estou solteira não sou boa o bastante + estar sempre disponível para os outros e quase nunca para mim… e outras coisas do tipo.

Quando comecei a entender que esta percepção e busca por ideais externos só me trazia sofrimento, e que era preciso descobrir o que eu gostava de verdade, aí as coisas começaram a mudar. Fui percebendo que as respostas não estavam fora de mim, e sim dentro. E este caminho de autoconhecimento nunca termina, na verdade ele é repleto de recomeços. Mas é um viver muito mais pleno e verdadeiro do que seguir os caminhos traçados pelos outros.

O caminho torto pode ser o melhor para você

Eu sinto que a necessidade de nos libertar desta prisão mental e emocional que estamos inseridos como sociedade está crescendo cada vez mais. As pessoas estão despertando para uma nova realidade na qual podem criar seus próprios comandos e segui-los como e quando quiserem. Uma nova realidade em que aceitamos que temos diferenças, mas que ao mesmo tempo somos parte de um todo muito maior.

Estamos descobrindo que podemos, sim, desejar coisas diferentes do que nos disseram para desejar. Estamos percebendo que podemos, sim, traçar o nosso próprio caminho. Podemos, sim, amar os nossos corpos sendo eles como são. Podemos, sim, ser ouvintes da nossa inteligência interna e confiar na nossa intuição. Podemos, sim, mergulhar no autoconhecimento e descobrir que o nosso lado sombra é apenas um lado desconhecido, assim como o lado luz.

Ao invés de negar aquilo que lhe faz pensar que você não é tão boa assim, eu lhe convido a acolher estas suas partes com tanto carinho quanto aquelas que se orgulha de ter.

Ao invés de negar aquilo que lhe faz pensar que você não é tão boa assim, eu lhe convido a acolher estas suas partes com tanto carinho quanto aquelas que se orgulha de ter.

Eu, assim como muitas pessoas, tenho momentos em que penso que não sou merecedora do amor ou da felicidade. Quando olho para partes de mim que eu julgo incorretas, posso ter a sensação de que não sou boa o bastante. Mas, então, paro e penso que todos somos seres perfeitos em essência, e que estas partes que por vezes tento ignorar são, na verdade, os meus maiores mestres.

Este acolhimento pode parecer difícil de ser dado quando estamos sozinhas. Porém, quando fazemos parte de um grupo que tem necessidades e vibrações parecidas, permitimos que a nossa compaixão se multiplique e que volte para nós mesmas. Estar em contato com outras mulheres que também estão nesta jornada de autoconhecimento, autoaceitação e descoberta do seu verdadeiro Eu ajuda a dar o primeiro passo ou salto quântico, se for a hora dele.

Taísa Bohrer

Taísa Bohrer

É coach de Alimentação Consciente e atua online apoiando mulheres a reencontrar sua verdadeira beleza.

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