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Parto normal, natural ou cesárea?

Especialistas explicam se existe escolha ideal para dar à luz

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Dar à luz é um dos momentos mais importantes na vida de uma mulher. No entanto, apesar da felicidade de carregar um bebê no ventre, durante a gravidez muitas mulheres ficam confusas e até temerosas em relação ao dia do nascimento. Enquanto algumas já decidem-se rapidamente sobre o tipo de parto que gostariam de ter, outras não fazem nem ideia de qual é a melhor opção para sua vida. Mas a verdade é que não existe um tipo certo de parto, que servirá para todas as mulheres. A melhor forma de dar à luz uma criança varia de acordo com a realidade de cada mulher.

Pensando nisso, a Equipe Personare entrevistou médicos, terapeutas e até astrólogos, com o intuito de apontar os benefícios e riscos de cada tipo de parto, além de mostrar de que maneira as diferentes possibilidades podem se encaixar para cada mulher. Confira  abaixo.

Parto normal permite que mulher vivencie de forma mais real o nascimento

O parto normal é considerado por muitas pessoas a maneira mais comum de dar à luz. Contando com pouca – e até nenhuma – intervenção médica, necessita da presença ativa da mãe e tende a oferecer um pós-parto mais rápido. De acordo com a fisioterapeuta ginecológica Roberta Struzani, durante o parto normal a mulher vivencia de forma mais real o nascimento do filho, já que se trata de um marco para o psicológico dessa mulher e encerra toda a dura gestação e a longa espera.

Por não se tratar de um tipo de cirurgia, pode ser feito sem anestesia, detalhe que costuma assustar muitas mulheres que temem sentir dor excessiva durante o procedimento. “Mas para não deixar que a dor atrapalhe a mãe de aproveitar o parto, a mulher precisa estar em um meio tranquilo, sendo bem amparada e informada corretamente sobre o que irá acontecer. É importante que a futura mãe não tenha vergonha de gritar quando as dores chegarem, por exemplo. Inclusive, o ato de gritar libera hormônios naturais que diminuem a dor. Para muitas mulheres essa é a melhor escapatória, principalmente quando as dores aumentam. Mas o mais importante é lembrar: a dor não é um sacrifício, é o que antecede o nascimento do seu filho, ou seja, sua maior alegria”, aconselha Roberta.

No entanto, caso a dor seja insuportável no momento do parto, o médico pode aplicar anestesia local na paciente, o que também acaba diminuindo a sensibilidade no corpo da mãe. A ginecologista e obstetra Alessandra Fonseca explica que apesar da mulher não sofrer com o corpo dolorido, o movimento de expelir o bebê pode ficar comprometido pela anestesia, fazendo com que seja necessária uma intervenção médica para auxiliar a mãe. A médica informa que essas intervenções, no entanto, devem ser utilizadas somente se houver necessidade, por conta de alguma complicação durante o parto.

“O parto normal tem um índice menor de infecção se comparado à cesariana, por exemplo. Por não ser uma cirurgia, o corpo da mulher fica menos exposto às possíveis chances de contaminação por bactérias do ambiente. Além disso, o bebê terá uma melhor resposta de seu aparelho respiratório já que no momento em que for retirado do corpo da mãe, ele receberá uma camada de proteção extra – presente na vagina da mulher – que diminui as chances do desenvolvimento de bronquites, sinusites e distúrbios relacionados à respiração no futuro. Outro ponto importante é que no parto normal o bebê só nascerá quando estiver realmente pronto para deixar o útero da mãe”, explica Alessandra.

Já Roberta Struzani orienta que a prática da fisioterapia obstétrica é uma ótima forma de auxiliar o parto normal. “Neste tipo de fisioterapia a gestante se prepara, por meio de exercícios vaginais, para aumentar a abertura pélvica e a elasticidade do períneo, assim como sua força para facilitar a expulsão do bebê. A fisioterapia também pode ser substituída por caminhadas e prática de Pilates e Yoga, que mesmo sem oferecer um direcionamento específico para o momento de dar a luz, ajudam a mulher a se preparar para a hora do parto”, informa a fisioterapeuta ginecológica.

Cesárea exige mais cuidados durante e após o parto

Alternativo ao parto normal, o procedimento de cesariana costuma ser escolhido por muitas mulheres. Pelo fato da cirurgia eliminar a dor que a mulher naturalmente sentiria, é a opção considerada mais segura por muitas futuras mamães. O que muitas pessoas esquecem, porém, é que trata-se de um procedimento cirúrgico, que exige um cuidado muito maior durante e após o nascimento do bebê.

“Os maiores riscos para a mãe durante uma cirurgia cesariana são de infecção por bactérias e vírus que estejam no ambiente, além de hematomas e deiscência de cicatriz, que é quando os pontos dados na cirurgia acabam abrindo”, alerta Alessandra.

A ginecologista ainda explica que apesar da cesárea parecer um procedimento melhor, principalmente pela ausência de dor, o pós-operatório é considerado mais doloroso e demorado, justamente por se tratar de uma intervenção no corpo da mulher muito mais significativa do que a feita no parto normal. Para Alessandra, os cuidados a serem tomados após a cesariana são principalmente com relação à ferida cirúrgica, deixando-a sempre limpa e seca. Além disso, a mulher precisará diminuir os esforços físicos por um período entre um e três meses. “A paciente que opta pela cesariana deve ter em mente que levará uma anestesia, a qual durará algumas horas e a deixará sem poder se movimentar da cintura para baixo. Além disso, ela precisará ter uma responsabilidade grande no pós-operatório, o que pode mudar toda a sua rotina”, lembra Alessandra.

Já em relação ao bebê, o fato da maioria das mulheres não entrar em trabalho antes da cesárea, pode fazer com que a criança não se prepare da melhor maneira possível para deixar todo o aconchego do corpo da mãe. A ginecologista explica que nesses casos o bebê demora um pouco mais a se acostumar com o ambiente extrauterino.

“Outro detalhe que parece ser atrativo para algumas mulheres que optam pela cesárea é a possibilidade de marcar o dia de nascimento da criança. Mas caso não haja um acompanhamento detalhado por parte dos médicos, a gestante pode acabar dando à luz um bebê prematuro, que ainda não está apto a deixar o corpo da mãe”, alerta Alessandra.

Para as mulheres que possuem um interesse maior por Astrologia, existe a crença de que, ao escolher o dia do nascimento, o bebê pode ter características pré-determinadas de um signo, interferindo assim em sua personalidade e comportamento. Segundo a astróloga Marcia Fervienza, o Mapa Astral de uma pessoa é um conjunto de possibilidades, não de determinações. “Quem nasce de cesárea tem um Mapa Astral tão real quanto qualquer outra pessoa, porque a Astrologia é um conjunto de possibilidades, e não de determinações. Mas é importante lembrar que entre o que o Mapa indica e o evento concreto está a pessoa, fazendo suas escolhas e determinando seu próprio destino”, explica Marcia.

Parto natural divide opiniões

O parto natural, também conhecido como parto ecológico, é uma alternativa para as mães que não desejam ter nenhuma interferência direta médica ou cirúrgica, optando por ter seu bebê da forma mais natural possível. No entanto, isso não exclui a necessidade da mulher fazer um acompanhamento médico durante a gravidez, para ter certeza de que está tudo bem com a criança.

O parto ecológico pode acontecer em uma casa de parto, na residência da pessoa ou até mesmo em um hospital. Isso dependerá exclusivamente do desejo de cada mulher. O ambiente ideal é aquele que deixa a futura mãe mais segura e relaxada, fazendo com que ela não fique nervosa durante o nascimento de seu bebê.

Mas por se tratar de um tipo de procedimento não muito difundido no país, as opiniões entre os médicos ainda estão divididas quando o assunto é parto natural. “Eu acho ótimo que a mãe opte pelo parto humanizado. Indico que ela procure um médico que a incentive e apoie essa ideia, mas é importante não omitir essa escolha de seu obstetra”, defende Roberta Struzani.

Já a ginecologista Alessandra Fonseca alerta que a mãe deve ter consciência de que o nascimento de um bebê implica em um bom acompanhamento pré-natal e, principalmente, um trabalho de parto adequado. “Nesses momentos o médico pode diagnosticar a necessidade de uma intervenção cirúrgica, além do conhecimento de técnicas e procedimentos que permitem dar continuidade a partos mais complicados. Muitas vezes as parteiras, ou doulas, não têm essa noção, prejudicando o bem-estar de mãe e filho. Sem esses conhecimentos, o dia que deveria ser um dos mais felizes da vida de uma mulher pode se transformar em um pesadelo. Se tratando de saúde, não podemos perder tempo”, argumenta a médica.

Palavra de quem optou pelo parto natural

A professora de Yoga e psicoterapeuta corporal Thaíse Titon optou por ter um parto natural, em sua própria casa. Ela incentiva a mulher a acreditar que o corpo feminino é capaz de lidar com um momento como esse e relata sua experiência.

“Sempre procurei levar uma vida mais conectada com a natureza e decidi por um parto natural domiciliar, quando eu ainda fazia minha especialização em Psicoterapia Corporal. Esse tipo de procedimento, mesmo quando feito em hospitais, evita o uso da anestesia (ocitocina sintética), já que o próprio corpo libera a ocitocina natural, também conhecida como o hormônio do amor e responsável por aflorar o lado instintivo da pessoa. Por isso, a mulher que se conhece e acolhe seus medos, inseguranças, força e amor, consegue estar presente e vivenciar o trabalho de parto.

Tive meu filho na banheira de casa, pois sabia que esse local me deixaria à vontade. Durante toda a minha gestação tive acompanhamento de um médico tradicional e também de uma parteira, que conheceu minha casa e me orientou bastante. No dia do nascimento da criança, acho válido deixar uma equipe médica de sobreaviso no hospital, caso precise de uma transferência durante o trabalho de parto.

A maior vantagem de viver uma experiência como essa foi a proximidade que tive com meu bebê desde o início, já que ele fica nos braços da mãe depois que nasce. Além disso, a recuperação é incrível e favorece a produção de leite. Sem falar na tranquilidade da mãe pelo fato de estar em casa. Por ser praticante de Yoga, acredito que o exercício físico me ajudou a me preparar para o parto ecológico, principalmente as práticas bioenergéticas, que possuem posturas voltadas para o preparo do parto. Mas o grande segredo é a capacidade de entrega da mulher, de confiar nos seus instintos mais básicos. É sair dos padrões de certo e errado, para deixar seguir o fluxo natural. Ter meu filho em casa foi mágico e um sonho realizado. Vivenciei a natureza feminina na forma mais plena”, relembrou Thaíse.

Dicas para um bom parto

Independente do tipo de parto que uma mulher deseja para seu filho, estar tranquila no momento do nascimento é essencial para que tudo ocorra da melhor forma possível. Acalmar a respiração, ouvir uma música que a deixe feliz no caminho para o hospital e manter em mente que um dos momentos mais importantes da vida de uma mulher está prestes a acontecer são ótimas maneiras de permanecer tranquila.

“Quando entrar em trabalho de parto, ou estiver indo para o hospital rumo à cesariana, procure permitir-se entrar nesse momento de alteração de consciência e deixe-se levar por todas as emoções. Não permita que ninguém interrompa sua concentração. Nesse momento, receber o apoio de uma pessoa querida, que a mulher escolheu para estar com ela, é fundamental. O companheiro deverá apoiar a mulher, manter a calma e ter muita paciência”, ensina Roberta.

Além disso, a fisioterapeuta ginecológica reforça que o primeiro contato entre mãe e filho é muito importante e deve ser feito assim que a criança nasce, mesmo que não aconteça o aleitamento. “Esse contato imediato com a mãe acalma a criança, que acabou de passar por um momento bem difícil que é o parto. Além disso, o encontro pode diminuir a incidência de depressão pós-parto, facilita o aprendizado da respiração para o bebê, normaliza os batimentos cardíacos e incentivar o aleitamento materno, diminuindo as possibilidades de rejeição do leite. Por fim, irá causar leves contrações indolores no útero da mamãe, o que acelera a redução do abdome ao tamanho normal”, finaliza Struzani.

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