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Entendendo a relação entre pais e filhos

Convívio com figura paterna ajuda a lidar com desafios e ter limites

Atualizado em

Nos dias de hoje vem surgindo uma significativa mudança no posicionamento da mulher em relação à maternidade. Já é permitido que a ala feminina consolide uma carreira e se case por autêntico desejo pessoal. Já os homens estão mais participativos nas tarefas de casa, entre outras atividades consideradas “femininas”. O fato das relações homem-mulher terem se tornado mais igualitárias reflete diretamente no exercício da maternidade e da paternidade. A criação dos filhos está sendo dividida entre o casal e os homens, na maioria das vezes, sentem-se compelidos a participar mais da vida da prole.

Atualmente, os pais sentem que precisam abrir um canal de comunicação seguro com os filhos. É importante que, além da relação do casal estar amadurecida, o próprio homem esteja em contato com os aspectos afetivos e psicológicos que emergem da experiência da paternidade: um resgate do passado e a possibilidade de construir um novo tipo de vínculos.

O novo pai presente

Sabemos que nos primeiros meses de vida, um bebê exige muito da mãe. Na relação delicada com seu filho, em que a atenção e a emoção da mulher estão inteiramente envolvidas, existe um terceiro componente, muitas vezes deixado de lado: o pai. Dessa forma, ele, que é espectador dessa situação, pode ter a percepção de que está ficando de lado.

No entanto, além de ajudar nos cuidados com o pequeno, evitando uma sobrecarga para a mãe, o homem tem um papel muito importante para o desenvolvimento do bebê. O pai ajudará a estabelecer as regras na educação do filho. Além disso, a presença masculina na vida do bebê facilita a transição do relacionamento restrito à mãe para a vida social, e ajuda no convívio com outras pessoas.

O homem geralmente faz com que a criança desenvolva alguns aspectos necessários para toda a vida, como o senso de limite interno, a independência e a superação dos desafios. A figura do pai ainda é importante na hora de exemplificar condutas. Os filhos se desenvolvem tendo o pai como ideal e, sob esse olhar, o pai deve se portar como gostaria que os filhos o fizessem.

Na maioria das vezes os meninos se identificam com a figura do pai, tomando-o como a personificação do homem e imitando seus atos. Um adolescente que cresce com um pai que é carinhoso com os filhos e com a esposa, procurará formar uma família harmônica e lutará pela felicidade do lar. Já um filho que vê o pai abandonar tudo, terá a mesma tendência.

Quando as meninas têm um pai presente e carinhoso desde a infância possuem menor probabilidade de praticar sexo sem proteção ou de engravidar na adolescência. A presença de um pai carinhoso aumenta os padrões de escolha do parceiro, uma vez que ela se sente querida e amada, aumentando sua autoestima. Buscam, também, parceiros parecidos com os pais em alguns aspectos. Mulheres criadas por pais abusivos (física ou emocionalmente) têm maior probabilidade de se casar com homens que as maltratam de alguma forma.

Vale lembrar que mesmo que não possa contar com a presença da figura do pai, a criança pode buscar essa referência em outras pessoas próximas, como o tio, o padrinho ou o avô, por exemplo.

Proteção pede equilíbrio

Apesar de escassas, as pesquisas indicam que o desejo de ser pai e também de exercer a paternidade de forma menos convencional está cada vez mais evidente. Um estudo realizado em 2000 pelo instituto de pesquisa americano Harris mostrou que 70% dos homens até abdicariam facilmente de um salário mais alto em troca de mais tempo com a prole – entre as mulheres, essa resposta foi dada por 63%.

No entanto, o desejo exacerbado de estar sempre presente na vida do filho pode criar uma competição nada saudável entre os progenitores. Muitas vezes, ambos querem participar de absolutamente tudo na vida dos filhos – das idas ao médico até o transporte diário para a escola, por exemplo. Nestes casos, pais excessivamente participativos provavelmente tiveram pais que também foram superprotetores, e acabam transferindo esse comportamento para a relação com seus filhos. O equilíbrio deve ser procurado e combinado entre o casal para que nenhum dos dois se sinta sobrecarregado ou deixado de lado na relação com a cria.

Ausência da figura paterna provoca vazio emocional

Quando as crianças possuem um pai ausente, elas podem sentir que não são amadas por esse genitor. Essa situação dá espaço para uma grande desvalorização de si mesmas e um sentimento de culpa, já que os pequenos se acham responsáveis por terem provocado a separação do pai e, em alguns casos, até por terem nascido. A criança pode acreditar que ela é má e que, por esse motivo, foi deixada pelo pai. Isso gera reações variadas, como tristeza, melancolia e até agressividade.

Como consequência, aqueles mais tímidos podem se fechar em si mesmos, enquanto os extrovertidos tendem a querer se vingam no mundo com condutas antissociais. Deste modo, a ausência da figura paterna está relacionada à produção de variadas expressões de conflitos, defesas e sentimentos de culpa nos filhos.

Para evitar esse tipo de reação, veja abaixo algumas dicas de como ser um pai presente e dedicado para os filhos:

  • Durante a gravidez, pesquise sobre o assunto. Isso lhe ajudará a tirar as possíveis dúvidas nas consultas com o obstetra.
  • Participe das consultas com o médico que fará o parto e procure conhecer o pediatra que vai cuidar do bebê. O papel do pai começa antes mesmo do filho nascer.
  • Participe da decoração do quarto do bebê, não deixando esta responsabilidade exclusivamente para a mãe. Esse será o espaço onde a família passará muito tempo reunida.
  • É importante o pai tirar a licença-paternidade e aproveitar os primeiros dias da criança em casa. Isso ajuda a manter contato com o bebê ainda recém-nascido, além de reforçar o desenvolvimento da relação entre pai e filho e a formação do vínculo inicial com o bebê.
  • Levantar a noite para ver o motivo do choro e ficar encarregado dos primeiros banhos fortalece a relação com a criança.
  • Experimente participar do que a criança gosta, na medida em que for crescendo. Assista aos programas infantis e esteja presente nas brincadeiras com a criança. Essas situações aproximam pais e filhos e ainda podem virar tema para o diálogo entre ambos.
  • As refeições são os momentos onde os pais podem ensinar aos seus filhos que existem regras a serem cumpridas. Crie uma rotina de comer junto com a criança.
  • Brincar com a criança ao ar livre é muito saudável, por isso aproveite os horários em que o sol não está muito forte (até às 10h e depois das 16h) e leve a criança ao parque ou mesmo ao playground do prédio.

Estas são dicas simples que podem proporcionar momentos de interação e afetividade que intensificam o vínculo entre pai e filho. Vale a pena experimentar!

“O que o pai calou aparece na boca do filho, e muitas vezes descobri que o filho era o segredo revelado do pai”. (Friedrich Nietzsche)

Adriana Feijó

Adriana Feijó

Psicóloga, atua com Mesas Multidimensionais (Arcturiana e Ascensão Estelar), Tarô, Cartas Ciganas, ThetaHealing e Barras de Access. É facilitadora nos cursos de Reiki Xamânico e Cartas Ciganas.

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