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Segredo para comer menos calorias está no seu nariz

Descubra como o cheiro dos alimentos pode ajudar você a se alimentar melhor

Atualizado em

A vontade de comer que aparece quando sentimos o cheiro de algum alimento é chamada de “fome do nariz”. Afinal, é o olfato que incrementa o paladar dos alimentos, como o de ervas e especiarias, por exemplo, já que a boca sente apenas quatro sabores: salgado, doce, azedo e amargo.

Basta relembrar um momento que ficou sem sentir os cheiros, como costuma acontecer quando estamos bem gripados. Como ficou o sabor da comida? Acabou perdendo a graça e ficando sem gosto, não é mesmo? Isso acontece porque os cheiros contribuem muito para dar o gosto e o sabor à comida.

Curiosidade sobre olfato e comida

O forte efeito que os cheiros têm no nosso subconsciente pode ser explicado pelo caminho curto que há entre o nervo olfatório e o cérebro. Isso difere o olfato dos outros sentidos, que precisam passar por mais etapas para perceber determinada sensação.

Além disso, na época do homem das cavernas existia uma forte necessidade de sobrevivência, a fim de identificar um alimento pelo olfato e também sentir o cheiro de um possível inimigo. Os seres humanos não são os melhores no olfato, porém conseguem distinguir muitos cheiros.

Os estabelecimentos que vendem comida conhecem muito bem a “fome do nariz” – e a exploram. Basta passar próximo a uma padaria ou um restaurante fast food, que logo sentimos o cheiro do lugar, o que tende a despertar o desejo por um certo tipo de alimento.

Os cheiros nos estimulam a comer mais, pois quando sentimos o aroma de um alimento o cérebro é acionado e dispara a mensagem para a boca (salivar) e o estômago (roncar, abrir o apetite). Isso pode ser notado nas “comidas de pacotinho”, por exemplo, já que ao abrir uma embalagem vem aquele cheiro intenso e muitas vezes até salivamos só de senti-lo.

Fome do nariz desperta vontade de comer alimentos calóricos

A fome do nariz pode despertar o desejo por comer um “comfort food”, ou seja, comidas que nos trazem um conforto. Isso pode facilmente ocorrer quando estamos com o corpo cansado e sentimos o cheiro desses alimentos, pois a comida de conforto nos aproxima de nossas memórias de bem-estar, de comer algo para nos confortar.

O problema é que normalmente esses alimentos são acompanhados de mais calorias, como pães, massas, doces, etc.

Notar esse processo acontecendo e reconhecê-lo é vital para não cair no piloto automático e “comer por comer”. Muitas vezes o seu corpo quer apenas um descanso e não uma comida.

Conheça prática que diminui vontade de comer

A prática do Mindful Eating auxilia nesse reconhecimento dos impulsos e a fazer as escolhas alimentares de forma consciente, notando as sensações no corpo, assim como suas emoções e pensamentos, antes de ingerir algum alimento.

O que satisfaz a fome do nariz são as fragrâncias, os aromas que encontramos nos alimentos. Também podemos nutrir essa fome com outros cheiros, como uma flor, grama cortada, perfume que gosta, entre outros.

Vamos praticar?

Escolha um local para fazer sua prática e leve algo para comer. Antes de colocar na boca, sinta o cheiro deste alimento, percebendo as fragrâncias, os aromas, como nota cada ingrediente. Refresque a narina e sinta novamente.

  • O que lhe desperta quando sente esse cheiro? Como nota as sensações no corpo? A boca está salivando?
  • Quando resolver colocar o alimento na boca, perceba como é este primeiro contato, quais sabores e aromas existem?
  • Depois disso, mastigue lentamente, notando as mudanças que ocorrem na textura, nos sabores, nos aromas, no formato do alimento. O que percebe?

Após engolir, fique um momento percebendo os sabores que estão na sua boca e por quanto tempo eles permanecem após dar essa primeira mordida.

Quais sensações estão presentes na hora que você come?

Essa prática nos auxilia a reconhecer como os aromas nos influenciam para comer, quais são os impulsos que aparecem e o que está presente de sensação física, seja um sentimento ou um pensamento.

Aprender a identificar esses impulsos e nos familiarizarmos com eles é o que nos ajuda a sair do modo “piloto automático”, pois poderemos escolher se queremos comer ou se é outra necessidade que precisa ser atendida, como apenas descansar.

Além disso, esse exercício pode ser inserido no dia a dia, como uma prática de trazer você para o momento presente, notando quais aromas aquele alimento desperta dentro de si. Cada dia podemos notar sensações diferentes vindas da mesma comida, experimente!

Boa prática!

Conheça também os outros tipos de fome:

Olhos | Boca | Estômago | Mente Coração

Luiza Camargo Mendes

Luiza Camargo Mendes

Psicóloga, instrutora de Mindfulness e Mindful Eating, praticante de meditação e yoga, que encontrou no Mindful Eating um grande significado para sua atuação.

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