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Produtividade feminina: faça menos para ter mais resultado

Livro de Kate Northrup ensina a gerenciar o tempo a partir do ciclo menstrual

Atualizado em

Há muito tempo eu estudo e pesquiso sobre produtividade, ferramentas de gerenciamento de tempo e energia, como fazer mais em menos tempo, como fazer o meu trabalho render, e por aí vai. E quando eu digo muito tempo, eu digo anos e anos. Realmente desde a época da faculdade eu já tinha livros sobre esse assunto, ou seja, estou há pelo menos 13 anos tentando encontrar o santo graal da produtividade absoluta para finalmente acabar com todos os itens da minha imensa lista de tarefas.

Dia desses, me percebendo em processo de desenvolver um burnout, ouvi um comentário bem interessante sobre esse assunto e fiz uma análise de todo o material que eu vinha consumindo sobre isso (entre livros, perfis nas redes sociais e vídeos). Percebi que talvez eu estivesse no caminho errado há muito tempo (e por isso a falta de soluções): eu estava consumindo e tentando (e falhando em) aplicar técnicas de homens com uma realidade completamente diferente da minha, e o tal comentário fez todo sentido.

Nesse comentário, que infelizmente não me recordo mais quem fez, a pessoa dizia:

Para saber de verdade o que é produtividade, você não deve seguir um homem empresário com vários funcionários, mas sim uma mãe de três ou quatro filhos pequenos – essa, sim, entende do assunto.

Uau, essa informação caiu na minha cabeça como uma bigorna. Não que eu goste de separar homens e mulheres e entendo que todos temos feminino e masculino dentro de nós, mas acontece que o modelo masculino deles não estava funcionando pra mim faz tempo, e é óbvio que um homem daqueles que eu estava lendo o livro e assistindo o vídeo não passa mensalmente pelas oscilações hormonais que uma mulher passa, pela pressão social por conta de gênero, pelos questionamentos do papel social. 

Um homem daqueles provavelmente tem uma equipe grande para realizar muitas de suas tarefas. Ele provavelmente não precisa se preocupar com nada (ou quase nada) no que diz respeito ao funcionamento da sua casa. Ele não recebe cobranças para estar bonito o tempo todo, ninguém o pergunta como ele consegue conciliar carreira, casamento e filhos, o que tem pra jantar hoje e, enfim, acho que vocês já perceberam onde eu quero chegar, né?

Faça menos

Foi no momento em que me abri para, enfim, saber mais sobre a produtividade de um outro ponto de vista, que descobri o livro “Do Less – A Revolutionary Approach to Time and Energy Management for Busy Moms” (tradução livre: “Faça menos – Uma abordagem revolucionária de gerenciamento de energia e tempo para mães ocupadas”). Pensei em não comprar, afinal de contas eu não sou mãe, mas algo me disse para dar uma chance ao livro e nos primeiros cinco minutos eu já estava apaixonada! Enfim alguém que me entende, que fala minha língua e que realmente me dá soluções para questões há tanto tempo não solucionadas dentro e fora de mim.


Em “Do Less”, Kate Northrup conta que percebeu que após o nascimento da sua primeira filha a sua produtividade da maneira masculina como conhecemos (linear e baseada em números) caiu muito, mas aconteceu um fenômeno estranho: a sua renda enquanto empresária não. Ela descobriu, ao estar literalmente incapacitada de fazer mais (sua bebê recém nascida teve eczema e a solicitava muito nessa fase), que muito do que ela fazia não era assim, tão importante. E que realmente como diz o livro, fazer menos pode ser a solução para o seu problema de muitas coisas para fazer.

Contraditório, né? Parece que sim, mas no livro Kate nos traz diversos estudos comprovando que fazer menos realmente traz mais resultado a partir de pontos de vista diferentes, além de nos entregar suas ferramentas de gerenciamento de tempo e energia baseadas no nosso ciclo menstrual, nos relembrando que as mulheres são seres cíclicos e é infinitamente mais fácil administrar nosso tempo e energia dentro desses 28 dias do que em 24 horas.

Como aplicar a sabedoria feminina na rotina

Para mim, os highlights do livro são quando ela nos ensina sobre a sabedoria do óvulo e como podemos aplicar essa abordagem feminina para o nosso dia-a-dia, quando ela apresenta a maneira de utilizar cada fase do nosso ciclo menstrual para atividades diferentes e quando ela demonstra como encontrar os sinais vitais do nosso negócio.

Quando Kate fala sobre a sabedoria do óvulo, ela está na verdade nos convidando a “ser” o óvulo. Mas o que significa isso? Quando observamos a biologia do nosso corpo (Kate é filha de uma ginecologista, então sabe disso com detalhes) percebemos que o óvulo não compete, não corre, não se desespera. Ele emite um sinal para os espermatozoides de onde ele está e então simplesmente existe: ou seja, ele faz a parte dele, intenciona que quer ser fertilizado, avisa onde pode ser encontrado e deixa a mágica acontecer, sendo buscado por milhares de espermatozoides sem precisar de nenhum esforço para isso.

Eu particularmente, prefiro trocar o esforço por dedicação e percebo que tudo fica mais leve, que tal você experimentar também?

Esse livro foi realmente parte de um momento de virada na minha vida, e eu posso dizer que nem eu e nem os meus negócios somos os mesmos depois de aprender a descobrir e respeitar meus ritmos e utilizar toda essa sabedoria feminina que já existe dentro de mim.

Gabi Squizato

Gabi Squizato

Sou terapeuta, mentora e professora de desenvolvimento pessoal, te entregando recursos para você viver melhor.

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