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Por que tanto interesse pelo fim do mundo?

Especialistas esclarecem curiosidade sobre previsões apocalípticas

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Muita gente anda curiosa a respeito das teorias sobre o fim do mundo. Previsões de todos os tipos já pipocaram nas rodas de conversas e povoaram o imaginário das pessoas. Houve quem acreditou que o fim do calendário maia significasse a extinção da vida humana, em 21 de dezembro de 2012. Já outros creram que o alinhamento dos planetas seria o responsável pelo fim dos humanos da Terra, assim como o choque de algum asteroide com o planeta.

Teorias e sensacionalismo à parte, as pessoas vêm mostrando uma suscetibilidade maior em relação às previsões apocalípticas. Para o astrólogo Rodolfo Veronese, esse tipo de interesse pode ter ligação com a promessa de uma vida melhor após a morte, difundida em algumas crenças.

“Algumas pessoas vivem sob uma tensão tão grande, que essa expectativa apocalíptica do futuro pode apenas representar uma profunda insatisfação com o presente. Geralmente, quem anseia pelo fim busca uma realidade isenta de dor e tristeza. Isso acontece porque algumas religiões descrevem cenários idílicos do pós-morte. No entanto, hoje em dia, a maioria dos líderes espirituais concorda que a busca da espiritualidade significa ter uma vida melhor e mais plena no presente, e não num futuro distante”, avalia Rodolfo.

Já o astrólogo do Personare, Alexey Dodsworth, acredita que mesmo quem não espera pelo fim do mundo, ainda assim possui curiosidade sobre o assunto. “O interesse me parece ter mudado de foco. Antigamente, derivava da promessa de libertação deste mundo e ida para um lugar melhor. Atualmente, a exploração midiática em torno do tema deriva da curiosidade. A mesma curiosidade que leva muita gente a assistir filmes de terror, por exemplo. O que acontece nestes filmes não são coisas que desejamos, mas ainda assim nos sentimos curiosos”, compara o especialista.

A psicoterapeuta Claudia Riecken reafirma que é importante aceitar que o mistério, o incerto e o indefinido são partes da vida de cada um. “Queremos uma data, um momento, uma definição, uma conclusão para nossa existência, uma hora marcada, em que vamos todos juntos, revelando que nossos medos serão aplacados, como o medo do abandono, medo de perder, medo de enfrentar e o medo da morte”, reflete.

Mitos e verdades sobre as previsões

De acordo com Alexey, que estudou Astronomia e Astrofísica na Universidade de São Paulo, não houve nenhuma evidência científica de que o mundo fosse acabar naquele dia 21 de dezembro, ou nos próximos anos. Para ele, as catástrofes astronômicas e planetárias que podem ocorrer são infinitamente mais raras do que coisas que demandam prudência das pessoas, como sofrer acidentes, assaltos ou até ser acometido por alguma doença.

“O calendário maia, por exemplo, jamais falou em fim do mundo. Segundo arqueólogos, o que se fala é do retorno de uma divindade chamada Bolon Yokte. E mesmo que a cultura maia tivesse previsto o acontecimento, não significa que tal coisa fosse verdadeira”, esclarece Alexey.

O astrólogo Rodolfo Veronese reforça o coro e explica que a polêmica a respeito do fim do mundo surgiu por meio de um erro de interpretação. “De acordo com o calendário, 2012 é o fim de um ciclo. A expectativa da catástrofe apareceu porque, justamente nesse trecho do calendário, havia uma falha que impedia a leitura. O marketing achou nisso uma mistura de esoterismo com apocalipse, ou seja, um prato cheio para instigar a comoção popular. Recentemente, publicou-se que conseguiram ler a falha, que revelou a descrição não de um apocalipse, mas sim do retorno de um deus Maia à Terra”, explica Veronese.

2012 abriu as portas para preservação da vida

Já a psicoterapeuta Celia Lima alerta que o ano de 2012 representou um momento de mudança na conscientização das pessoas, especialmente no que diz respeito à sustentabilidade. “Eu acho que desde que o mundo é mundo pensamos no fim do planeta, certamente porque o homem presencia finais em todo o ciclo de vida. Mas o importante nesse momento é conseguir dar conta de nós mesmos e do que acontece num raio de apenas quinhentos metros ao nosso redor. Com isso estaremos todos fazendo um importante e decisivo papel para o bem-estar do planeta”, aconselha Celia.

O astrólogo Alexey Dosdworth também acha que as pessoas devem se preocupar com a preservação da qualidade de vida, através de atitudes ecologicamente mais sustentáveis. “O mundo não vai acabar tão cedo, mas pode se tornar um lugar bem desagradável para nós seres humanos”, reflete.

E Rodolfo Veronese deixa um último conselho: “Aos que se preocuparam com o apocalipse em dezembro de 2012 e se afligem com esse tipo de assunto, deixem de lado. Preocupe-se com o que você pode mudar na sua própria vida, porque talvez essa seja a maior e a melhor revolução que pode ocorrer”, finaliza.

Personare

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