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O perfil astrológico de Ben Affleck e Argo

Mapa Astral do ator revela semelhanças com revolução mostrada no filme

Atualizado em

Indicado ao Oscar de melhor filme, Argo é baseado em fatos reais e retrata a fuga de seis diplomatas americanos da embaixada norte-americana no Irã – em 4 de novembro de 1979 – por um grupo revolucionário iraniano que fez 52 reféns. Os fugitivos se refugiam na casa do embaixador canadense, onde vivem durante meses, sob sigilo absoluto, enquanto a CIA busca um meio de retirá-los do país em segurança. Além de ser responsável pela direção do filme, o ator Ben Affleck também brilha ao interpretar Tony Mendes, agente que arquiteta um plano audacioso para colocar os americanos fora do país. E a Astrologia sugere porque o astro vem ganhando tanto destaque por sua performance.

Uma pessoa de natureza livre e independente (Urano angular na cúspide da casa 4 e Sol conjunto a Urano), Ben Affleck é um libriano pouco convencional. Nascido apenas 20 dias antes da data que ocorreu a rebelião, o Mapa Astral de Ben guarda naturalmente relações estreitas com o Mapa do dia da rebelião. Com Urano exaltado em Escorpião e Plutão conjunto ao Sol, o ator é uma pessoa ambiciosa, que veio ao mundo com o objetivo de deixar uma marca, uma mensagem. No entanto, os caminhos que percorre em sua vida não obedecem a padrões que não sejam os ditados pela sua própria consciência e valores – e jamais poderão comprometer sua liberdade.

O que Ben Affleck e Tony Mendez têm em comum?

Assim como a operação Argo, Ben é audacioso e é capaz de tomar grandes riscos, principalmente se o que estiver em jogo tiver importância social e uma profunda relação com sua essência. Em analogia à decisão tomada por Tony Mendez – personagem interpretado por ele no filme – Ben também se atira de cabeça em defesa daquilo que acredita.

No filme, Tony não aceita ser conivente com a passividade das autoridades americanas diante do risco de captura dos seis americanos refugiados, e sente a urgência de agir. Assim, o personagem desenhou um plano mais do que arriscado, quase improvável, em uma tentativa extrema de salvar aqueles que foram vítimas de um conflito sobre o qual não tinham qualquer responsabilidade. Com extrema fé em si mesmo e muito fiel ao que acredita, Tony é ordenado a abandonar o plano um dia antes de sua execução: o governo americano diz que não o apoia porque os riscos são enormes e não valem a pena. Tony passa a noite em claro no hotel, mas não consegue abandonar as promessas já feitas aos refugiados. Ele, então, segue por conta própria com o que havia planejado.

Mas fé em si mesmo e fidelidade à própria palavra não são suficientes para Tony: a execução deste plano exige frieza e autocontrole, características que o Mapa Astral de Ben também apresenta de sobra. Tony Mendez precisou ser frio e controlado para passar os americanos resgatados pela inspeção iraniana. Assim como seu personagem, o ator também não costuma tolerar com facilidade as injustiças sociais. E do que fala o filme, senão de uma injustiça social, que é respondida com outra injustiça (o sequestro dos americanos)?

Ben não é do tipo que necessariamente exibe poder e arrogância, mas é uma pessoa poderosa. E ao decidir trazer a história de Argo à luz, ele optou por resolver mais uma injustiça social, aquela cometida quando a bem sucedida e arriscada operação foi mantida em segredo, para preservar a identidade daquele que se entregou de corpo e alma ao resgate de companheiros de trabalho em um país em conflito: Tony Mendez. Ao trazer o filme à vida, Ben distribuiu louros que eram devidos, reconhecendo heróis anônimos, que viveram nas sombras por muitos anos. Atendendo à sua essência libriana, o ator acreditou que a justiça precisava ser feita, ainda que tardiamente.

Ao trazer o filme à vida, Ben distribuiu louros que eram devidos, reconhecendo heróis anônimos, que viveram nas sombras por muitos anos. Atendendo à sua essência libriana, o ator acreditou que a justiça precisava ser feita, ainda que tardiamente.

Ao contar esta história em “Argo”, Ben não somente revelou à humanidade alguns heróis, mas também se tornou um. Em uma época de captura de Osama Bin Laden e na qual há uma sobrevalorização do efêmero da modernidade, Affleck resgata a história e, com ela, o valor histórico de ações que, ainda que não tenham sido reconhecidas e divulgadas em seu momento, vêm aportar profunda compreensão sobre o quadro político mundial no qual vivemos hoje.

O cenário político de Argo

O ano é 1979. O cenário são as ruas de Teerã, no Irã, país que até este momento era comandado pelo xá Mohammad Reza Pahlevi, de uma monarquia autocrática pró-Ocidente, em uma república populista teocrática islâmica, sob o comando do aiatolá Ruhollah Khomeini. No poder desde 1941, o xá abandonou brevemente o país em 1953, mas retornou no mesmo ano ao depor o governo democraticamente eleito de Mohammad Mossadeq, com a ajuda de uma operação da CIA, batizada de Operação Ajax. Pahlevi sempre manteve boas relações com os Estados Unidos e conduzia o Irã a um processo de ocidentalização, que muito interessava ao poder americano, mas que ia contra todos os princípios e crenças do povo iraniano. Internamente, seu regime era conhecido por sua corrupção política e práticas brutais, as quais, como resposta, suscitavam protestos tanto internos quanto da comunidade internacional.

O aiatolá Khomeini era um líder religioso da oposição que afirmava que o regime do xá era uma tirania. Após sua prisão e exílio em 1964, os protestos religiosos aumentaram. Em resposta, Pahlevi usava a violência, prendendo e matando manifestantes. De Paris, Khomeini, comandou a luta para derrubar o governo do xá. Assim foi que em 1979 houve a revolução iraniana, que levou ao desmoronamento do regime do xá. Khomeini voltou triunfante e estabeleceu um Estado Islâmico. Como o antigo xá ganhou asilo político nos Estados Unidos, que haviam apoiado seu governo de opressão ao povo iraniano, os americanos se tornaram alvo da fúria iraniana.

Revolução foi marcada por aspectos astrológicos tensos

Nas ruas, iranianos exigiam que os Estados Unidos lhes devolvessem seu antigo xá para que este fosse devidamente julgado pelo povo. Os EUA se recusavam. Assim, foi no dia 4 de novembro de 1979 – quando Júpiter (planeta que simboliza a justiça e a ordem) se encontrava enfraquecido no signo de Virgem e fazia uma quadratura a Netuno em Sagitário – que o conflito entre assuntos políticos e religiosos chegou ao seu ápice.

Neste dia, a Lua (representante do povo) estava posicionada em Touro, e fazia uma oposição no céu a Sol e Urano em Escorpião (representantes do governo e daqueles que possuem poder em uma nação). Foi assim que o povo resolveu fazer justiça com as próprias mãos: a embaixada americana foi invadida e tomada por protestantes. Cinquenta e dois americanos foram mantidos como reféns por 444 dias. Seis americanos conseguiram escapar e se refugiaram na casa do embaixador canadense, enquanto a CIA planejava seu resgate. Assim começa a história contada pelo filme Argo.

Como demonstrado pelo céu do dia da invasão, Sol e Urano no signo de Escorpião representam governantes obcecados pelo exercício do poder e por sua manutenção a qualquer custo. O povo (a Lua) luta pelo reestabelecimento da democracia, que havia sido roubada das pessoas anos antes, conforme demonstrado pelo aspecto de oposição. O problema são os meios pelos quais esta luta é empreendida: com Júpiter e o sentido de ordem e justiça enfraquecidos em Virgem, o povo se rebela e abandona qualquer possibilidade de protesto pacífico.

Plutão em Libra demonstra, ainda, que o poder de transformação por meios naturais estava diminuído (já que Libra é o signo de exílio de Plutão). Logo, naquele dia, a mensagem era de que nada ia mudar por si só e que era preciso reagir. Afinal, a justiça (Libra) era corrupta e controlada pelos poderosos (Plutão). O Irã buscava liberdade do domínio americano, que esteve indiretamente conduzindo a política do país por décadas, segundo seus próprios interesses, e agora decidia proteger aquele que foi posto e mantido no poder por eles próprios durante tantos anos.

Quem foi ao cinema com o objetivo de obter pouco menos de duas horas de diversão, conseguiu. Quem foi em busca de história, também. Afinal, Argo é um filme que agrada tanto pelo entretenimento que entrega quanto pelo conteúdo histórico. Uma relíquia para os jovens de hoje e uma recordação para os mais velhos, que viveram – ainda que indiretamente – aquela época.

Marcia Fervienza

Marcia Fervienza

Astróloga e terapeuta há mais de 20 anos. Associa sua experiência com aconselhamentos analíticos ao trabalho com Astrologia para facilitar o autoconhecimento, o empoderamento e a transformação pessoal.

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