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Luta a favor dos deficientes

Entenda como é possível romper barreiras e aceitar as diferenças

Atualizado em

De acordo com os últimos resultados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil existem cerca de 24,6 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência. Para Claúdia Cotes, presidente da ONG Vez da Voz, a data é uma oportunidade de abrir espaço para discussões sobre o assunto e, principalmente, mostrar que é possível incluir o deficiente socialmente.

Nesse sentido, uma das principais barreiras que a pessoa com deficiência enfrenta é a comunicação. Para Claúdia, as mídias são feitas para quem escuta e enxerga. Pensando nisso, a ONG desenvolve histórias para crianças com deficiência; músicas para deficientes auditivos; curso online de linguagem de sinais (Libra); dicas de cidadania e de acessibilidade; e até um telejornal inclusivo, com comunicação acessível para todos. Nessa mídia, são transmitidas notícias do Brasil e do mundo, em português, e por meio de audiodescrição, legenda e sinais.

“Sou irmã de um rapaz com Síndrome de Down e costumo dizer que, desde pequena, aprendi a brincar diferente. Não há obstáculos para quem quer fazer algo útil para a sociedade e vários caminhos são oferecidos. A luta é diária. Muitas vezes, não há o recurso financeiro, mas há o recurso humano, a criatividade que constrói as ações e gera credibilidade. Para quem convive com essa realidade não dá para pensar no que não podemos fazer, mas sim de que forma podemos fazer”, avalia Cláudia.

Deficientes no mercado de trabalho

A questão da inclusão de deficientes no mercado de trabalho ainda parece ser um desafio. Na opinião de Claúdia, o principal benefício que as empresas podem ter ao promover a diversidade é o da troca. Para ela, se a comunicação for bem feita, as barreiras e diferenças são quebradas com facilidade e todos saem ganhando.

“Os conteúdos educativos, artísticos e culturais disponibilizados no site da Vez da Voz apresentam modelos inéditos e pioneiros de acessibilidade da informação. Isso mostra que todas as mídias podem e devem ser inclusivas e democráticas. Dessa forma, a pessoa com deficiência conseguirá quebrar as barreiras da comunicação e começar a ser mais ativa, inovadora e atuante, inclusive no mercado de trabalho”, comemora.

Por uma vida acessível

O maranhense Rodrigo Carvalho acredita que ainda há muito o que fazer em relação à acessibilidade para os deficientes. O estudante de 26 anos teve paralisia cerebral no nascimento, que comprometeu suas funções motoras. Hoje ele acredita que mesmo as grandes cidades ainda não estão preparadas para suprir as limitações diárias de pessoas como ele.

“As calçadas são mal preparadas e nem todos os ônibus têm acesso especial para nós. Também acho que a maioria das pessoas não tem preparo para lidar com alguém que possui necessidades especiais. Sinto que pedir ajuda nas ruas gera um desconforto para mim e para o outro. Hoje o preconceito melhorou, mas ainda faltam ações e campanhas de conscientização e de mobilização nesse sentido”, conta.

Apesar das dificuldades, Cláudia Cotes aposta que a inclusão do deficiente é possível e pode ser parte de um processo natural na sociedade. “Não conseguimos ouvir o outro e nem ver que somos cegos sociais. Temos dificuldade de lidar com o diferente. A sociedade brasileira pouco lida com a diversidade de forma natural. Para mudar essa situação, precisamos aprender que todos somos iguais, independente das nossas diferenças. Não ouvir, andar ou enxergar são motivos para adaptação e merecem atenção e respeito”, finaliza a presidente da ONG.

Para continuar refletindo sobre o tema

Site da ONG Vez da Voz

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