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Há idade certa para começar a falar?

Saiba quais sinais ou comportamentos podem sinalizar atraso de fala

Atualizado em

Ninguém nasce falando. A aquisição da fala segue várias etapas, porém pode apresentar ritmos de progressão variáveis, ou seja, para cada idade cronológica esperamos certo desenvolvimento. No entanto, algumas interferências podem atrasar esse processo, como fatores orgânicos ou psicológicos. No Dia do Fonoaudiólogo, 9 de dezembro, vale destacar que dificilmente encontramos uma criança igual a outra (inclusive irmãos). Cada uma tem seu tempo e desenvolvimento próprio.

De acordo com um processo adequado de desenvolvimento da fala, a criança pode iniciar as primeiras palavrinhas com nove meses ou um ano e meio. E com aproximadamente dois anos o seu vocabulário se expande diariamente em até 200 a 300 palavras. A aprendizagem de todos os sons da língua pode levar, normalmente, de quatro a cinco anos, sendo o fonema “r”, como na palavra “barata”, um dos mais difíceis de serem aprendidos, principalmente quando está no que chamamos de grupos consonantais(pra, bra, tra, etc). Os sons são aprendidos progressivamente, por isso para afirmar que uma criança apresenta problemas de fala é necessário avaliar se essa dificuldade é ou não esperada para sua idade.

É muito importante termos em mente que este processo de desenvolvimento acontece mediante as interferências que o meio e as pessoas que estão nele exercem sobre esta criança. Desde a barriga da mãe, o bebê já tem condições de ouvir. Ao falar com o bebê durante a gestação, os pais estarão estimulando o desenvolvimento da fala. Também é preciso ter atenção quanto a proteção em excesso, que pode atrapalhar. A criança precisa sentir a necessidade de falar. É um processo novo e difícil para ela, mas se esta aponta e tem o que quer na mão, sempre usará esta atitude e não será forçada a falar.

A criança precisa sentir a necessidade de falar. É um processo novo e difícil para ela, mas se esta aponta e tem o que quer na mão, sempre usará esta atitude e não será forçada a falar.

Fatores psicológicos e orgânicos

Fatores psicológicos podem atrasar a fala ou até mesmo fazer com que esta regrida, como, por exemplo, a chegada de um irmãozinho ou a separação dos pais. Nestes casos, procure sempre deixar seu filho seguro do amor que os pais têm por ele.

Podemos também citar alguns fatores orgânicos como causa do atraso da fala, tais como: perdas auditivas congênitas, perdas auditivas pós-natais, otites de repetição, alterações neurológicas, fissuras (lábio leporino), entre outras. Nestes casos, conversas com o pediatra e outros profissionais devem ser realizadas para que a conduta e estimulação dessa criança sejam orientadas o mais precocemente possível.

O mais importante é perceber que não há uma fórmula generalizada que sirva para todas as crianças. O que é bom para algumas pode ser completamente ineficaz para outras. Em caso de dúvidas quanto ao desenvolvimento de fala de seu filho, procure um fonoaudiólogo para uma avaliação.

Alguns sinais ou comportamentos que podem sinalizar o atraso de fala e indicação de uma avaliação fonoaudiológica

Entre 12 e 18 meses

  • A criança não produz nenhuma consoante ou ruídos;
  • A criança não produz nenhum som vocálico mais longo;
  • A criança não junta palavras e consoantes como “mama”,”bababa”;
  • A criança não entende palavras comuns nem comandos simples;

Entre 24 meses e 32 meses

  • Não há palavras reconhecíveis;
  • Não combina duas palavras (por exemplo “mamãe dá”);
  • Dificuldade em indicar alguns objetos ou indivíduos conhecidos;
  • Criança leva muito tempo para entender o que foi dito.

Com 3 anos

  • Não há frases de três ou mais palavras;
  • A primeira consoante da palavra é omitida;
  • Fala de difícil entendimento (aos 3 anos 75% da fala deve ser compreendida);
  • Troca ou omite sons na fala ( principalmente os fonemas /m/, /n/, /p/, /b/,/t/, /d/, /f/, /v/ /k/,/g/)

Com 4 anos em diante

  • Frases confusas ou inversão das palavras na frase (“ir para casa” torna-se “para casa ir”)
  • Não pronuncia o /r/ brando, sozinho ou em grupo
  • A criança não percebe seus erros na fala;
  • Poucas combinações ou grupos consonantais são usados. Por exemplo: /bl/,/fl/,/cl/;
  • Gagueira persistente
Bianca Marques

Bianca Marques

Bianca Marques é fonoaudióloga, pós graduada em audiologia. Atua em consultório particular, clínicas, escolas e em consultoria a empresas - marquesfono@hotmail.com

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