Pesquisar
Loading...

Sinais que o corpo dá sobre sua saúde

Trofologia ajuda a descobrir quais alimentos são ideais para manter sua saúde

Atualizado em

Ter muita informação sobre alimentação ajuda a termos mais saúde. Mas, para algumas pessoas, o excesso de conhecimento a este respeito pode virar confusão. Especialmente porque costumamos alimentar as sensações e as vontades da mente em relação à comida, ou seguir dicas soltas recebidas de alguém sobre o que ingerir, mas nem sempre damos ouvidos ao nosso próprio corpo, com perguntas do tipo: “mesmo um alimento sendo benéfico, ele me faz bem? Como fica minha energia com ele? Como é meu processo de digestão? Ele me dá conforto, calor, frio? Como fica meu humor?”. Precisamos voltar a escutar nosso corpo, o maior beneficiado e a maior vítima da nossa relação com o ato de comer.

Este texto não quer de forma alguma contrariar a nutrição convencional e nem nenhuma linha terapêutica. Apenas traz uma visão particular de alimentação focada não só em nutrir, mas em limpar e curar.

Trofologia: você é o que come

A palavra Trofologia deriva do grego trophé (nutrição) e de logos (tratado). Esta ciência defende que “você é o que come”, entende que muitas doenças crônicas e degenerativas se dão por conta de uma má alimentação e por isso busca reverter processos de doenças através da cura pelos alimentos.

Esta ciência defende que “você é o que come”, entende que muitas doenças crônicas e degenerativas se dão por conta de uma má alimentação e por isso busca reverter processos de doenças através da cura pelos alimentos.

Para isso, indica um tipo de alimentação que nos ensina justamente a manter ou restabelecer a saúde através da alimentação, que dá enfoque à boa digestão e permite que nosso organismo mantenha-se levemente alcalino.

E por que a alcalinização do organismo é importante? Nosso corpo é um ambiente levemente alcalino (ou seja, tem PH entre 7 e 8) e infelizmente nossa alimentação tem muito alimentos e combinações acidificantes, que desequilibram a natureza corporal e abrem portas para doenças agudas e crônicas. Ou seja, a harmonia de nossa saúde corporal depende do equilíbrio ácido-básico das nossas células. Em pH ácido o corpo está na luta pela sobrevivência (e isto não é saúde, mas sim enfermidade). Já em pH levemente alcalino o organismo conquista a harmonia metabólica. Um grande aliado contra a acidez do corpo é o limão, que tem um superpoder alcalinizante. Esta fruta pode e deve ser ingerida todos os dias, em jejum, e nos intervalos das refeições. Sua composição química dentro do nosso corpo vira básica (ou alcalina) e auxilia na cura em diversos processos crônicos causados pela acidez corporal.

Alimento é diferente de comida

É importante destacar que cada ser é único e precisa perguntar-se: “o que é bom para a maioria, é bom para mim também?”. Os cuidados alimentares podem e devem ser customizados conforme o corpo reage. Algo essencial para termos em mente é que existe uma grande diferença entre alimento e comida: o primeiro é o que nutre e cuida das nossas células, é o que nosso corpo necessita para viver bem. Comida é cultura, comer é um hábito cultural que nada tem a ver com uma boa nutrição. Afinal, o que comemos, em geral, é um pedido cultural. Nossas células nunca pedirão chocolate, açúcar ou frituras. Quem pede isso é a mente, a emoção, que tem seus símbolos de conforto conforme a cultura que fomos criados.

Nossas células nunca pedirão chocolate, açúcar ou frituras. Quem pede isso é a mente, a emoção, que tem seus símbolos de conforto conforme a cultura que fomos criados.

Incluímos nas refeições muitos “comestíveis” industrializados (e que não são alimentos de verdade!) que saciam a mente, mas mantêm o corpo carente e intoxicado. O organismo sofre e adoece, tentando se virar com a comida colocada para dentro dele e que, em geral, é eleita pela fome emocional-cultural – ou seja, mesmo que você não tenha gula, foi-lhe ensinado a comer pão com queijo e presunto e achocolatado de manhã, por exemplo. E você pode comer isso sem se questionar. Isto significa comer a o que cultura “impõe”.

Mesmo quando seguimos uma dieta saudável, cometemos inúmeros erros por não escutarmos nossa digestão, o nosso funcionamento interno. E ignoramos o fato de que nossa necessidade vitamínica ou proteica não deve ser suprida de qualquer forma. Afinal, se a combinação de alimentos não for correta, a absorção dos nutrientes fica prejudicada e geramos resíduos ruins para a saúde.

Por isso precisamos adotar uma dieta alcalinizante. Afinal, as doenças, leves ou graves, só se proliferam em meios ácidos. E nosso organismo se torna ácido com a alimentação inadequada. Outros fatores de saúde, como estresse, sono, disposição para atividade física e humor também são altamente influenciados pela alimentação, pois tudo que ingerimos atua diretamente na química corporal, desencadeando uma reação em cadeia para o campo emocional, mental, etc.

Como identificar o que é bom para seu corpo?

Foque na qualidade e nas combinações dos alimentos. Esse é um bom começo. Misturar todo tipo de alimento, especialmente refinados e industrializados na mesma refeição, gera confusão na digestão, e isso por sua vez tende a acidificar o organismo, gerando mais resíduos e toxinas que uma refeição sem misturas em demasia.

Pela Trofologia, você entende, finalmente, porque comer “manga com leite” pode realmente ser prejudicial. Não mata, como diziam aos escravos, mas faz mal. Aliás, leites pasteurizados são os maiores causadores de muco no corpo. Experimente ficar uma semana sem leite. Com certeza você se sentira mais “limpo” por dentro. E busque também:

Beber apenas água de boa qualidade, com o pH entre 7,4 e 9 (águas alcalinas) – Para descobrir o pH, basta ler o rótulo do produto, pois é obrigatório todas as marcas indicarem essa informação. É importante ficar atento a isso porque muitas águas no mercado nacional são ácidas.

Não misturar frutas doces e ácidas, para que as enzimas da digestão trabalhem em alta performance e os nutrientes possam ser bem absorvidos – Isso significa que você deve evitar, por exemplo, comer saladas de frutas misturadas. Outra dica é aumentar em quantidade o consumo da fruta escolhida para saciar a vontade de misturá-la com outras opções. Desde que bem maduras, bem mastigadas e não misturadas a outras coisas, você pode, sim, comer 5 ou 6 bananas de uma vez, 1 abacaxi inteiro, 1 mamão, 7 kiwis, etc.

Evitar alimentos industrializados! Essas comidas possuem condimentos artificiais, conservantes, gorduras trans, sal e açúcar em excesso. Tudo isso acidifica nosso corpo e atrapalha a digestão.

Garantir que pelo menos 50% da sua alimentação seja de frutas e verduras frescas de boa procedência. Somos seres vivos, e alimentos vitais (crus) são muitíssimo benéficos para mantermos nossa energia equilibrada e nosso corpo limpinho por dentro. Afinal, alimentos crus tendem a ter mais fibras, vitaminas, enzimas e, principalmente, energia vital.

Evitar o consumo excessivo de produtos de origem animal (os mais saudáveis são os iogurtes, coalhadas e ovos caipiras) – As carnes que consumimos hoje e a forma de consumi-las geram muitas toxinas no nosso corpo. Além das carnes do mercado virem com adição de conservantes maléficos, este é um alimento denso e de lenta digestão, que pode ser consumido, mas em quantidades menores e em dias espaçados. Não somos mais caçadores, nossas atividades diárias não necessitam mais de um alimento tão forte todos os dias. Ovos são riquíssimos em diversas vitaminas essenciais para a vida, desde que sejam caipiras. Iogurtes e coalhadas são alimentos probióticos e auxiliam na saúde dos intestinos, regularizando a flora interna do corpo. Além do que, segundo a Trofologia, não precisamos de tanta proteína como prega nossa cultura.

Dedique de 1 a 2 dias por mês para desintoxicação do organismo através de monodieta: eleja um suco ou uma fruta que lhe caia bem e passe o dia se alimentando apenas disso. Exemplo: uvas, água de coco ou suco de limão. Essa pausa para o sistema digestório se purificar é muito positiva, inclusive para conseguirmos observar nossos vícios e hábitos. Nossos órgãos envolvidos na digestão não precisam gastar tanta energia na quebra e absorção dos alimentos e podem fazer sua “faxina” com sucos, águas, infusões, etc. Nesses dias, é importante darmos atenção às outras fontes de energia, como a respiração, o descanso, os alongamentos e os exercícios leves.

Não comer frutas de sobremesa! Se quiser comer frutas na refeição, faça isso meia hora antes do almoço ou jantar. A fruta não deve ficar na “fila da digestão”, depois de comidas mais difíceis de digerir. A frutose é quebrada facilmente no nosso organismo e tudo que digere rápido deve ser consumido primeiro. É o caso da fruta, que passa rapidamente pelo estômago e é digerida nos intestinos. Quando combinamos fruta com alimentos que demoram mais tempo a digerir, como carne, grãos ou frutos com pouca água como bananas, frutos secos ou abacate, a fruta fica demasiado tempo no estômago e começa a fermentar.

Evitar misturas de alimentos, se você tem dúvidas quanto a isso. Essa é a maior das confusões entre nosso conhecimento nutricional básico e a Trofologia. Enquanto dizem que é maravilhoso tomar leite com cereal e frutas picadas em conjunto, a Trofologia condena misturas como essa, pois fazem uma grande confusão enzimática, diminuindo a absorção de nutrientes de cada elemento e criando toxinas e acidificando o organismo. A digestão precisa ser respeitada para trabalhar bem. Misturar coisas que não combinam é como querer assistir a dois filmes de uma vez só. Nenhum será aproveitado completamente. Devemos comer, sim, muita variedade de alimentos, mas não tudo de uma vez só. Nenhum animal faz isso.

Mistura inadequada = confusão digestiva = acidificação do organismo = propensão a doenças.

Podemos, claro, ter pratos coloridos, mas na visão trofológica, as seguintes combinações devem ser evitadas (todas elas por motivos de má digestão, acidificação e produção de toxinas):

Fruta durante ou depois das refeições. Alternativa: coma fruta de 30 a 60 minutos antes das refeições.

Proteína animal e amido (como arroz, batata, farinha de trigo, etc.). Alternativa: combine a proteína ou o amido, com vegetais sem amido. Coma com saladas e legumes.

Gorduras com alimentos processados, como azeitonas com pão branco. Alternativa: As gorduras proteicas como abacate e nozes devem ser consumidas com vegetais sem amido. Inclua sempre vegetais de folha verde quando for comer gordura.

Beber líquidos durante as refeições. Alternativa: beba 30 min antes da refeição ou 1 hora depois.

Ingerir leite com frutas ácidas. Alternativa: coma separadamente estes dois alimentos, com o intervalo de 1 hora.

Intestino é segundo cérebro do corpo

Essas e tantas outras dicas podem ajudar um organismo que “não respira” a voltar a ter fôlego, reorganizar sua digestão e enzimas, e melhorar muito a qualidade de ânimo e humor. Afinal, o intestino é o nosso segundo cérebro, e quando este órgão não tem um bom funcionamento, os primeiros afetados são nosso humor e nossa vontade de viver.

A Trofologia tem uma especialidade chamada Trofoterapia, focada especialmente na cura de enfermidades. A Trofoterapia faz contato com a Fitoterapia, podendo fazer uso de ervas medicinais.

Exemplos de como a Trofoterapia pode ser usada:

  • Para tratar uma bronquite pode-se utilizar o abacaxi, que é rico em bromelina, uma enzima com ação expectorante.
  • Para dores de cabeça ou câimbras, pode-se utilizar banana, cevada, milho, manga, pêssego ou acerola, por serem ricos em potássio e magnésio.

É normal que, ao decidirmos melhorar nossa alimentação segundo a Trofologia, possamos sentir dores de cabeça na primeira semana. Afinal, nosso corpo está viciado em várias substâncias e na falta delas. Dessa forma, o corpo “gritará”, porque estamos em processo de faxina. É só pensarmos em alguém tentando parar de fumar ou beber. Quando essa pessoa sente-se mal sem o cigarro ou o álcool, não é um indicativo que esses elementos são benéficos para a saúde, mas sim de que o corpo – e especialmente a mente – precisa se desapegar para iniciar um novo ciclo mais limpo, lúcido, alegre e saudável.

O corpo é seu permanente e único veículo para experimentar a vida. Aprenda a escutá-lo também.

Mari Mel Ostermann

Mari Mel Ostermann

Formada em Naturologia pela UNISUL, faz leitura de aura, é mestre em Reiki Essencial e co-fundadora do curso Integral Way (http://cursointegralway.com/). Trabalha em prol da liberdade das pessoas, combinando técnicas estudadas com suas vivências pessoais.

Saiba mais sobre mim