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O que posso esperar do futuro?

A construção de novos dias é feita com as experiências do presente

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O futuro lhe preocupa? Quantas vezes você perdeu o sono de tanto pensar no que vai lhe acontecer? Quanto mais responsabilidades você tem, mais o futuro lhe perturba. Pode haver uma sensação de estar andando sobre um fio estendido num lugar escuro. Em alguns momentos você sente que é plenamente capaz de enfrentar o que aparece. Em outros, você teme fracassar diante de desafios que possam aparecer.

Costumamos lidar com o futuro usando o controle. “Se tudo estiver sob o meu controle, o que pode me assustar no futuro?” Mas o futuro sempre traz alguma surpresa… Não há garantias, não há certezas! Olhamos para o futuro geralmente com os olhos acostumados a padrões de comportamento que trazemos do passado. É como se usássemos óculos coloridos, cada um com a cor que foi criando ao longo da vida.

Olhamos para o futuro geralmente com os olhos acostumados a padrões de comportamento que trazemos do passado. É como se usássemos óculos coloridos, cada um com a cor que foi criando ao longo da vida.

Dentre esses padrões, você pode se colocar como vítima e pensar “logo alguém vai estragar meu futuro mesmo”. Ou, então, como algoz e pensar “vou acabar machucando alguém de novo”. Esses padrões são exemplos de como podemos delegar a outra pessoa as condições para construirmos nosso futuro. Essa construção é feita com elementos que hoje temos e com aquilo que surge de novo a cada dia – e muitas vezes teimamos em ignorar.

Quais padrões são realmente seus?

Os padrões de comportamento começam a ser construídos na infância, segundo as normas e hábitos que aprendemos em casa e na escola, e pela imitação que fazemos do comportamento dos nossos pais. Isso nos molda de forma profunda e depois é muito difícil modificar a influência que exercem sobre nosso comportamento. Mas muito difícil não significa impossível. Para nos tornarmos indivíduos livres precisamos identificar nossos padrões de comportamento e perguntarmos sobre cada um deles:

  1. Isso é meu mesmo ou é do meu pai, da minha mãe, da cidade onde nasci e fui criado?
  2. Isso ainda me serve hoje?
  3. É isso que eu quero desenvolver e levar adiante na minha vida ou posso trabalhar para mudar esse padrão?

Muitas vezes é preciso da ajuda de um psicoterapeuta, mas um olhar crítico e atento para si, já pode trazer bastante descobertas.

Parece ilógico olhar atentamente para o passado para lidar com o futuro de uma forma mais segura. Contudo, é este passado que modifica a cor das lentes dos óculos que usamos para vislumbrar o futuro. Se as lentes não forem transparentes não veremos com clareza. Lentes cor de rosa vão lhe proporcionar uma visão muito diferente daquele que usa lentes marrons. E nenhuma das duas se aproxima do real.

Após aprender com o passado, é preciso aprender a estar no presente, a estar no momento. O momento é um período de tempo que pode parecer mínimo, mas é eterno, porque estamos sempre nele, embora nossa mente possa estar lá atrás ou lá na frente. É no momento presente que vamos encontrar os elementos com os quais construiremos nosso futuro. Precisamos estar atentos para identificar esses elementos que nos chegam de presente, como as surpresas cotidianas. Nem sempre esses presentes parecem bons, a princípio, mas no desenrolar dos acontecimentos podem se revelar um fator determinante para uma mudança de vida. Um exemplo muito comum disso é uma demissão inesperada. Quantas pessoas ficam felizes ao serem demitidas? Acredito que muito poucas, se é que há alguma. Porém, após um ano de demissão, muitas pessoas podem estar trilhando um caminho profissional mais de acordo com suas próprias expectativas e aptidões e, consequentemente, com maior satisfação no trabalho. Como você vê, o que você mais precisa para acolher o futuro é atenção, estar consciente de como e onde foi criada e de quem é agora, e saber acolher o que cada momento nos reserva de surpresas, para poder florescer quem você deseja ser.

Marcelo Guerra

Marcelo Guerra

Médico graduado pela UFRJ. Começou a carreira como Psicanalista e depois enveredou pela Homeopatia e Acupuntura. Ministra oficinas e palestras em todo o Brasil e atende em consultório no RJ.

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