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O que muda com a maternidade?

Time de especialistas comenta mudanças que ocorrem na vida das mães

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Muitas mulheres acalentam a vontade de ser mãe. Seja pelo contato com outras crianças ou por uma vontade antiga de gerar uma vida e cuidar dela, o instinto materno pode aflorar em alguma época. No entanto, mais do que dormir pouco, preparar mamadeira em plena madrugada e começar a se preocupar com os deveres de casa, a chegada de um filho pode acarretar mudanças na família, na carreira, na vida social e até na própria maneira como a mulher se enxerga.

Foi pensando nisso que a Equipe Personare entrevistou especialistas em diversas áreas para entender as mudanças mais significativas que podem ocorrer na vida de uma mulher depois que ela se torna mãe. Os profissionais desvendaram mitos sobre maternidade e ainda apontaram quais transformações físicas, psicológicas e emocionais costumam acontecer nas mães, desde o momento do nascimento do bebê até a chegada dos filhos à vida adulta.

Relação conjugal deve ser readaptada

Para a psicóloga Maria Cristina, a mulher precisa entender que a chegada de um bebê deve somar e não trazer problemas para a vida conjugal. Nesse sentido, a especialista acredita que a pessoa parceira também precisará aceitar o fato de que o dia a dia não será mais como antes, quando a vida resumia-se ao casal. “A chegada de um novo membro à família pede que o casal se reorganize e esteja preparado para as mudanças. A mulher, por exemplo, precisa estar ciente que assumirá o papel de mãe para seus filhos. E, nesse sentido, não deve haver espaço para ciúme de qualquer natureza, seja em relação ao marido ou a qualquer outro membro da família”, ressalta Maria Cristina.

Maternidade pode ensinar a lidar com o ciúme

Além disso, segundo a psicoterapeuta Celia Lima, outra possibilidade é que mães muito ciumentas entrem inconscientemente em um processo de competição com os filhos, querendo para elas a atenção que a criança passa a receber. A especialista acredita que tentar compreender o que leva cada uma a nutrir um ciúme dessa natureza é o melhor caminho para criar uma boa relação desde o começo com a prole. “Uma mãe que tem uma relação saudável com seu filho irá, antes de tudo, se sentir satisfeita por saber que ele é querido por outras pessoas, como amigos, avós, professores e mesmo pelas mães de amigos”, explica Celia.

Mães também podem ter vida social

É impossível dizer que nada irá mudar na forma como uma mulher que se tornou mãe encara o mundo ao seu redor. E isso inclui seus relacionamentos com os outros. Muitas pessoas podem até pensar que maternidade não combina com uma vida social agitada e cheia de amigos, o que pode não ser verdade. Para Celia Lima, o importante é ter flexibilidade.

“É possível convidar as amigas para uma reunião na própria casa ou ir à casa delas sem as crianças. Nesse caso, vale pedir ajuda à vovó, por exemplo. A mulher também pode contratar um serviço de babá em uma noite de sábado, na qual queira sair com a turma para uma festa em que a presença de crianças não é adequada. As mães ainda podem conhecer melhor mães de outras crianças e criar novas amizades, para que possam fazer juntas programas com os filhos. Essas dicas são uma ótima alternativa para continuar aproveitando a companhia dos amigos, sem deixar as responsabilidades maternas de lado”, ensina a psicoterapeuta.

Lazer não deve ser ameaçado pela chegada dos filhos

Outra ideia que algumas mulheres acreditam precisar abandonar com a maternidade são os cuidados com elas mesmas. Indo mais a fundo do que somente a questão estética, as atividades de lazer que uma mulher tinha antes de ser mãe não podem estar ameaçadas pela chegada de um bebê. Mesmo incorporando outras prioridades na vida, o que inclui praticamente todos os cuidados com o filho, os momentos de diversão não precisam ser abandonados ou esquecidos. “Mesmo que por um tempo a mulher precise se dedicar ao filho com mais intensidade, aos poucos ela precisará retomar suas atividades, seja no trabalho, na vida pessoal ou no lazer. Isso é saudável não só para ela, como também para seu filho conseguir se desenvolver e construir sua própria identidade”, ressalta Maria Cristina.

Ser mãe é descobrir que o tempo passa

Ver os filhos crescerem saudáveis e vencendo obstáculos na vida é gratificante para qualquer mãe, mas também alerta para uma realidade que pode ser difícil de ser encarada: a de que o tempo está passando. Quando a criança vira adolescente e, mais tarde, um jovem adulto, é possível que algumas mães temam o envelhecimento e não poder estar com seus filhos em todos os momentos. Segundo a psicóloga Maria Cristina, é preciso lidar com a verdade de que ninguém viverá para sempre, mas que o tempo gasto ao lado da família deve prevalecer como algo bom. “É preciso ter naturalidade ao encarar o ciclo da vida. Cuidar da saúde física e psíquica é sempre fundamental para um envelhecimento mais saudável”, reforça a especialista.

Já a fisioterapeuta materno-infantil e professora de Shantala, Denise Gurgel, acredita que dedicar momentos exclusivos para os filhos ajuda a melhorar a qualidade de tempo que a mãe passa ao lado da prole. “Independente da idade do filho, o importante é criar momentos na rotina, nos quais a criança ou o jovem possa participar. Vale inventar brincadeiras ou fazer uma comida especial para o jantar com a ajuda dele”, sugere Denise.

Amor demais faz mal: diga não ao apego excessivo

Costumam dizer que amor de mãe é incondicional e não depende de humor, tempo ou qualquer outra circunstância: o sentimento sempre existirá. Mas o que acontece quando esse amor vem em excesso? Para Celia Lima, amor materno não pode ser confundido com prisão. “As mães que derramam seu potencial de amor apenas sobre sua prole estará sufocando-a com tantas emoções e cuidados que, com o tempo, esse filho se sentirá mais controlado do que amado”, alerta a especialista.

A psicóloga Maria Cristina reforça que a superproteção não permite que a criança se desenvolva da melhor maneira, podendo interferir até mesmo no tipo de relação que ela terá com outras pessoas ao longo da vida. “É um equívoco as mães acharem que podem oferecer a felicidade ao filho, pois esse sentimento não pode ser dado a ninguém, ele é apenas vivido e construído por cada um. Por mais que a mulher tente proteger sua cria, chega uma hora que as pessoas precisam viver suas próprias experiências para crescer e aprender. O papel da mãe é o de manter a autoestima dos filhos sempre, para que eles fiquem fortalecidos e preparados para as dificuldades do caminho”, opina Cristina.

É preciso aprender a lidar com o medo de errar

A maternidade pode trazer medos e preocupações que naturalmente variam com a faixa etária dos filhos. Mães de crianças pequenas possivelmente se cercam de cuidados para que a prole não se machuque, por exemplo. Já os responsáveis por adolescentes podem passar noites em claro enquanto esperam que eles cheguem em casa. Geralmente o único sentimento que não passa com o tempo é o receio de errar. “A vontade de proteger o filho é grande e sempre estará presente. O ideal é dialogar sempre para estabelecer uma relação de confiança e conseguir passar por estes momentos com mais tranquilidade e leveza”, sugere Maria Cristina.

Outro comportamento que algumas mulheres relutam em assumir é ver o filho como uma pessoa capaz de errar. De acordo com a psicoterapeuta Celia Lima, mães devem identificar quando seu filho está passando por um problema e estimulá-lo a dizer o que está acontecendo. “Não podemos esquecer que os filhos são seres humanos e não pequenos deuses. Eles não são imunes a erros, dores ou sofrimentos. E esperar que ele nunca erre ou sofra é desejar o impossível e pode impedi-lo de amadurecer”, ressalta Celia.

A síndrome do ninho vazio

O vínculo entre mãe e filho é tão forte que muitas mulheres sofrem quando sua prole sai de casa para se lançar no mundo. Por mais que essa experiência pareça difícil para muitas mulheres, por outro lado é muito rica para os filhos, que precisam encontrar sua autonomia na vida.

“A separação entre mãe e filho costuma ser sempre um momento difícil, mesmo quando estes já são adultos. A saída dos filhos de casa é uma nova etapa que requer novos rearranjos familiares, mas isso não quer dizer que precisa haver sofrimento. É importante lembrar que filho não é propriedade dos pais, mas sim uma pessoa que eles ajudaram a formar.”, diferencia Maria Cristina.

Energia para ser mãe

É natural que, logo após ter uma criança, a nova mamãe sinta-se bastante cansada diante de uma rotina completamente diferente. Afinal, conciliar tarefas antigas com responsabilidades novas não costuma ser uma tarefa fácil. Cuidar de um bebê durante todas as horas no dia, mesmo que não deixe de ser uma experiência gratificante, acaba desgastando os ânimos da mãe, que pode acabar ficando sem energia para uma próxima tarefa.

Para a fisioterapeuta materno-infantil e professora de Shantala, Denise Gurgel, cobrar-se demais é o pior perigo. “Não dá para ser mulher e mãe maravilha 24 horas por dia. Tentar ser perfeita só frustrará e deixará a mãe mais cansada. É um aprendizado diário, principalmente de paciência, para entender que os ajustes dessa relação podem levar um tempinho. A orientação para manter a energia equilibrada é tentar descansar sempre que puder e pedir ajuda. Deixar uma louça na pia para o marido lavar não é um problema”, brinca a especialista.

Já os adolescentes solicitam mais a inteligência emocional da mãe, pois desafiam limites e questionam. Denise acredita que nesta fase da maternidade o segredo é querer participar verdadeiramente da vida dos filhos, tomando conhecimento de seus problemas e se esforçando para dar a eles o melhor direcionamento possível. “Quando mais vontade de participar da vida dos filhos, mais energia a mulher terá para acompanhá-los”, orienta Denise.

Ser mãe não é nada fácil, mas nem por isso deixa de ser uma experiência maravilhosa. Viver este momento com intensidade e paixão é essencial para criar uma relação de amor verdadeiro com seu filho. Ser mãe é se doar a todo momento, é ensinar o filho a caminhar e depois vê-lo andar sozinho e fazer suas próprias rotas. Ser mãe é exercitar o amor todos os dias.

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