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Biotipologia: mapear traços pessoais é caminho para vida melhor

Conhecer suas particularidades ajuda a tratar doenças, favorecer relações e mais

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A grande dificuldade que a maioria das pessoas enfrenta nos dias de hoje está nos relacionamentos. Este desafio invoca transtornos psicossomáticos individuais e coletivos, que aumentam as sensações de angústia, medo, insegurança e ansiedade. Todos nós somos indivíduos, únicos, complexos, solitários e criativos. Mas quando escolhemos um caminho equivocado, adoecemos.

É nas diferenças entre cada um que os problemas e conflitos muitas vezes surgem. Quanto mais o outro se diferencia de nós, mais difícil fica lidar com ele. A ignorância (no sentido de não conhecermos) e a incompreensão geradas pelo desconhecimento acerca dessas diferenças é o que mais dificulta as interações entre as pessoas.

Desde cedo ouvimos que é preciso “saber se colocar no lugar do outro”, mas, geralmente, quando tentamos fazê-lo, nos colocamos a partir dos nossos próprios referenciais. Não alcançamos o verdadeiro objetivo desta prática, que é tentar perceber a situação a partir da maneira como a outra pessoa intui, pensa, age e sente. Isso é determinante para perceber que as expectativas e os valores do outro podem ser completamente diferentes dos nossos.

Herdamos de nossos antepassados “cargas” de padrões emocionais e mentais que influenciam diretamente as nossas relações. Estas heranças atuam na forma de convívio social e afetivo, muitas vezes criando dificuldades de entendimento. Assim sendo, conhecer e compreender si mesmo e o próprio funcionamento é fundamental para a convivência harmoniosa.

Biotipologia divide pessoas em 4 biótipos

Algumas linhas de estudo da personalidade humana nos permitem o mapeamento de traços pessoais, determinando tipos específicos. A Biotipologia é um dos caminhos para reconhecer estes tipos em suas diferenças mais fundamentais – quanto aos fatores corporais, emocionais e comportamentais. Desde a antiguidade já se considerava nos tipos distintos essas diferenças, assim como a partir delas entender o processo da doença e saber a forma mais adequada de tratá-las.

A antroposofia, como exemplo, é uma ciência criada por Rudolf Steiner, que indica um caminho espiritual do ser humano ao espiritual do universo. Assim como Carl Gustav Jung, no processo de individuação, enxerga o homem como uma totalidade, analisando as características humanas essenciais. Esses biótipos podem ser identificados em quatro. São eles:

1 – Sanguíneos (cardíacos/pensamento)

Normalmente doador de energia, prazer oral, ingênuo, não muito preocupado com a aparência. Corpulento, ossos fortes e com andar leve. Otimistas e entusiastas, embora volúveis. Apetite exagerado. Quando em desequilíbrio, estas características podem desenvolver problemas cardíacos e arteriais (hipertensão).

2 – Fleumáticos (renais/sentimento)

Possui ouvido seletivo e percebe pequenos defeitos. Perfeccionista, preferindo relacionar-se com pessoas mais velhas. Cabelos grossos e volumosos, sexualidade 8 ou 80. Pode desenvolver, quando em desequilíbrio, problemas nas vias urinárias e renais.

3 – Melancólicos (pulmonares/sensação)

Atentos com a eficiência prática e a ênfase material. Corpo longilíneo. As patologias que acometem esse tipo normalmente são as relacionadas às articulações e ossos (artrites e artroses). Grande percepção estética.

4 – Coléricos (hepáticos/intuição)

É um transformador, líder nato. Fiel às suas ideias, prazer mental, intuitivo. Corpo musculoso, pele geralmente clara. Quando em estresse, pode responder com problemas digestivos (dispepsia, gastralgias) e metabólicos (diabetes).

Cada um dos biótipos é identificado a partir das características físicas e de personalidade na sua relação com o mundo. Quando equilibradas no indivíduo, este é capaz de manifestar o melhor de suas potencialidades. No entanto, quando essas características fundamentais estão em desacordo com a identidade tipológica, o individuo adoece.

Por exemplo, indivíduos que se alimentam do mesmo tipo de alimento podem ter uma digestão diferente. Alguns não percebem nenhuma anomalia, pois o alimento está de acordo com suas características tipológicas, enquanto outros podem relatar sintomas como peso, gases, dores abdominais. Ou seja, estes últimos estão em desacordo com sua alimentação ideal e, com isso, seus humores são afetados, o que por sua vez tende a prejudicar suas relações pessoais e até mesmo causar doenças crônicas e degenerativas. Um indivíduo doente é um indivíduo que não se relaciona.

Mas, como identificar os biótipos?

Eles são percebidos por meio de características, como cor de cabelos e olhos, modo de andar, distribuição muscular, compleição óssea, preferência por ambientes quentes ou frios, vínculos paternos ou maternos, idade dos pais na época da concepção, percepção da disposição ao longo do dia, preferência pelo dia ou pela noite, horas necessárias de sono, preferências alimentares, entre outras características.

Conhecer os biótipos ajuda a enxergar, compreender e conviver melhor com nós mesmos e com as pessoas.

“Conhece a ti mesmo”, Sócrates – 479-399 a.c

Marcelo Tadeu Fernandes Silva

Marcelo Tadeu Fernandes Silva

Docente da Faculdade de Educação Física da FMU, especializado em Biotipologia Antroposófica, Medicina Tradicional Chinesa, Psicologia Junguiana e Psicossomática Email: marcelotuche55@yahoo.com.br

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