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Arcano do mês: A Justiça

A carta de setembro exige clareza e concentração para equilibrar a vida

Atualizado em

Se tem um arcano do Tarot que fala diretamente ao nosso senso de certo ou errado é “A Justiça”. Esta carta pode ser considerada um alívio quando é sorteada representando o futuro ou o desfecho de situações tensas. A partir dela, é certo que uma postura de correção e de organização será tomada pelas pessoas envolvidas, trazendo, assim, limpeza, serenidade e equilíbrio.

“A Justiça” é a senhora das métricas, a força rigorosa das medidas. Nada fora do lugar e nada mal pesado. Tudo, de acordo com este arcano, é construído sob uma postura calculista, sendo que cada atitude é assertiva e por vezes premeditada. Na maioria dos baralhos, a figura é estática em seu trono, olhando fixamente para quem interpreta o Tarot – perceba que ela nos olha diretamente, como que questionando nossas intenções e avaliando nossas posturas diante da vida. Também por isso é que muito se fala de causa e efeito, sob a ótica do oráculo, através desta carta: ela é quem melhor traduz a medida de julgamento imparcial do que se faz e do quanto se deve pagar pelas ações praticadas.

HONRAR O QUE É CERTO, CORTAR O QUE É ERRADO

“A Justiça” é o arcano do Tarot que funciona como um lembrete de responsabilidade por tudo o que nos cerca. Diariamente tomamos medidas ao sabor da vontade, na maioria das vezes pensando apenas em nosso próprio benefício e esquecendo que vivemos em conjunto. Serenamente a carta fala da necessária postura de consciência sobre o que é certo e o que é errado. Neste mês de setembro o Tarot nos orienta a adotar cada vez mais uma posição determinada a corrigir equívocos e valorizar os acertos. Mas isso não pressupõe julgar quem faz errado. Devemos entender que uma visão imparcial das coisas e das pessoas, sem julgar ou apontar o dedo, é imprescindível para viver em harmonia.

A GENTE COLHE O QUE PLANTA

Muita coisa tende a voltar em setembro – amor, medo, raiva, afeto, força, dúvida, tristeza, ânimo, certezas, remorso. Mas não se trata de nenhum castigo do destino. Fala-se aqui da lei natural do que vai e retorna, do que fazemos e recebemos. É disso que muitas pessoas têm medo, já que muitas vezes não sabemos o que esperar das circunstâncias. Mas a partir do momento em que tomamos consciência do que fazemos a nós e aos outros, podemos ter um vislumbre de tudo o que nos acontece. São simplesmente as reações às nossas ações. Por isso a “A Justiça” nos olha com o olhar plácido sem deixar de cobrar atenção a cada atitude. Em vez de demonizar o acaso ou chamar de carma todo e qualquer incidente adverso, melhor repensar as causas.

Em vez de demonizar o acaso ou chamar de carma todo e qualquer incidente adverso, melhor repensar as causas.

As consequências, em setembro, são o teste à nossa maneira de lidar com as coisas e com as pessoas. Quanto mais soubermos o que e como plantamos, melhor colheremos e lidaremos com os frutos.

OS AJUSTES INTERNOS SÃO NECESSÁRIOS

Quando “A Justiça” é sorteada para representar o nosso mês, algo grande e significativo está sendo trabalhado dentro de cada um de nós e ao nosso redor. É como se um reequilíbrio estivesse sendo processado para manter em harmonia as forças, os humores e as posturas perante os desafios.

É comum sentir bons ventos chegando com o passar dos dias. Por isso, é importante cultivar a tranquilidade e reconhecer que cada palavra dita pode desencadear reações positivas ou negativas. A harmonia depende de uma postura reflexiva, baseada na sabedoria de quem sabe falar e calar na hora certa. Outra medida importante de que fala o arcano é sobre os excessos: toda prudência é pouca no âmbito da saúde. Vícios e exageros devem ser erradicados o quanto antes para não criar problemas de ordem física, mental ou emocional. Pesar e medir as coisas – todas as coisas – é mais que importante ao longo de setembro.

REFLITA SOBRE O DISTANCIAMENTO EMOCIONAL

“A Justiça” pode representar a frieza e o silêncio que marcam uma relação magoada, ressentida ou fragilizada por deslizes de uma pessoa ou de outra. Se entendermos que todo problema e toda alegria do passado nos transformaram em quem somos hoje, fica mais fácil perceber que somos senhores das nossas atitudes.

Se entendermos que todo problema e toda alegria do passado nos transformaram em quem somos hoje, fica mais fácil perceber que somos senhores das nossas atitudes.

De acordo com “A Justiça” do Tarot, não há nenhuma entidade que nos manipula em relação ao amor, ao desejo e ao ódio. Somos nós e ninguém mais que determinamos os rumos dos nossos próprios relacionamentos. Assim, em setembro é possível que nos debatamos em situações delicadas ao lado de quem amamos, o que acaba gerando um distanciamento afetivo cada vez maior dentro de um romance ou entre as amizades.

A vitimização, que é o costume de jogar nos outros ou nas circunstâncias a culpa por algum deslize ou insucesso, é uma das tendências do mês. Acaba sendo imprescindível, então, aceitarmos que somos tão responsáveis pelas situações adversas quanto os outros. Refletir sobre as complicações do coração é mais útil que procurar responsáveis pela falta de amor, pelo desgaste emocional ou pelo fim de uma relação.

COLOCANDO E PESANDO EM PRATOS LIMPOS

No âmbito dos negócios e da vida cotidiana, contratos e acordos merecem especial atenção. “A Justiça” protege toda e qualquer empreitada baseada na legalidade. Mas podemos ir mais alto: toda e qualquer ação que tenha como fim a retificação, a reparação ou o benefício de pessoas ou grupos está bem dignificada em setembro. É importante demonstrar clareza nas intenções e nos investimentos. Quanto mais claros forem eles, mais rápido se resolvem ou surtam efeito.

É importante demonstrar clareza nas intenções e nos investimentos. Quanto mais claros forem eles, mais rápido se resolvem ou surtam efeito.

É pesando e prezando pelo que é correto que a vida se organiza, por maior que pareça a demora. Porque esteja certo ou esteja errado, o nosso senso de justiça deve ser aprimorado conforme passa o tempo e enfrentamos, com confiança, cada situação que se apresenta. Com coragem e postura.

Para tonificar os desígnios do arcano neste começo de primavera, convém uma análise pormenorizada dos próximos trinta dias. Sabendo que “A Justiça” rege o mês, com o Tarot Mensal é possível mapear o que haverá de mais significativo para se aproveitar e quais obstáculos pedirão atenção e atitude.

REAJUSTES PODEM DOER

Em tempos como este, em que “A Justiça” parece ausente em diversas instâncias e sentidos, é necessário também entender que os processos não são fáceis de serem executados. Como em toda e qualquer nação, neste mês as leis e os trâmites acabam demorando para surtir o efeito que desejamos.

Mesmo que a tendência do arcano aponte para a resolução parcial ou total de conflitos – já que este é um arcano que serve especificamente aos ajustamentos de todas as ordens – estamos diante de diversos desequilíbrios, desmandos e indignações tanto no âmbito externo (políticos e sociais, por exemplo) quanto pessoais, que falam diretamente aos nossos humores e amores. É por isso que conviver com as ideias de uns e com as certezas absolutas de outros pode ser opressor ao longo de setembro.

É por isso que conviver com as ideias de uns e com as certezas absolutas de outros pode ser opressor ao longo de setembro.

Mas é passando por estes, dando suor e sangue para ultrapassá-los, que o tal equilíbrio pode acontecer. Depende de onde estamos, do que queremos e como estamos indo. E é bem esta carta do Tarot que nos lembra com muita frequência: nada vem de graça. “A Justiça” aplica testes a fim de medir a nossa predisposição para a vida. E não tem jeito – temos todos de encará-los.

FECHAR-SE PARA BALANÇO E ABRIR-SE PARA O MUNDO

Uma postura honesta, imparcial e correta é que move o mundo na direção do sucesso. Já reparou naquelas raras pessoas que com poucas palavras resolvem por inteiro uma situação problemática? É esse tipo de conduta serena que pode acabar com um bicho de sete cabeças e desfazer mal-entendidos.

É bom também que você reflita sobre sua própria noção de justiça. Em setembro você também deve anotar as questões a seguir e respondê-las mentalmente ou por escrito, sempre de modo sincero. É assim que você deixa o Tarot agir em sua vida. Vamos lá?

  • O que devo resolver em mim?
  • Que parte da minha vida tenho tido dificuldades em ajustar?
  • O que está em desequilíbrio dentro e fora de mim?
  • Como posso acabar com as dificuldades?
  • O que tenho que harmonizar no âmbito profissional?
  • Como eu encaro a justiça?
  • O que é responsabilidade para mim?

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Leo Chioda

Leo Chioda

Leo Chioda é escritor e um dos principais tarólogos em atividade no Brasil. Graduado em Letras pela UNESP, atualmente desenvolve uma tese sobre poesia e alquimia na USP. Assina o blog e as redes sociais do Café Tarot desde 2006, onde publica associações entre os arcanos e a cultura popular, a literatura, a música e o cinema.

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